Como programas de aprendizagem ajudam a qualificar jovens para o mercado de trabalho
Por Rodrigo Miglio Nader
O futuro do trabalho passa, necessariamente, pelo presente da juventude. Em um país com profundas desigualdades e uma população jovem significativa, reconhecer e fortalecer o protagonismo juvenil no mundo do trabalho é um imperativo social e econômico. Mais do que mão de obra em formação, os jovens são agentes de transformação que, com acesso à qualificação profissional, podem construir trajetórias produtivas, inovadoras e sustentáveis.
Temas como qualificação para o trabalho, projeto de vida profissional, inclusão digital, empregabilidade e o futuro das profissões são usualmente citados ao longo da programação de eventos voltados à juventude. No entanto, é preciso ir além do discurso. A simples repetição desses tópicos, muitas vezes de forma protocolar, pouco contribui para enfrentar os desafios significativos vividos pelos jovens brasileiros.
De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, no quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos era de 12,9%, mais que o dobro da média nacional, que ficou em 6,2%. Esse padrão se repetiu em todas as grandes regiões do país, incluindo o Centro-Oeste.
Além do desemprego, a falta de qualificação profissional é um obstáculo considerável. Estima-se que cerca de 10,5 milhões de jovens brasileiros estão sem estudar e sem trabalhar, representando 22% da população jovem. Essa realidade é agravada pelo fato de que aproximadamente 9,8 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não concluíram a educação básica e não frequentam instituições de ensino, o que compromete profundamente suas chances de inserção produtiva na economia.
Diante desse cenário, programas como o Jovem Aprendiz têm se mostrado fundamentais. Em 2024, o Brasil atingiu a marca histórica de 647 mil jovens aprendizes em novembro (CAGED), o que representa um avanço expressivo na oferta de oportunidades formais.
Fundamentado na Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000), o programa permite que adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos tenham acesso a uma primeira experiência profissional com carteira assinada, direitos trabalhistas garantidos e capacitação teórica em ambiente protegido e qualificado.
É uma ferramenta de transformação social que vai além de apenas uma porta de entrada para o mercado de trabalho. Combina qualificação com prática profissional, contribuindo para o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais, incentivando a permanência na escola e a continuidade dos estudos, além de promover uma compreensão mais ampla do trabalho como uma prática social importante.
Ao aderirem ao programa, as empresas não apenas cumprem uma obrigação legal, mas também desempenham um papel crucial no desenvolvimento do país. Elas investem no futuro, promovendo a inserção de uma nova geração - que reconhece a formação profissional como um desejo e uma necessidade - no mundo do trabalho.
Com esse compromisso, fortalece-se uma cultura de responsabilidade e de valorização da juventude, capaz de gerar impactos positivos tanto para o ambiente corporativo quanto para a sociedade como um todo. Com isso em vista, proponho uma reflexão coletiva: que oportunidades estamos criando para os nossos jovens? Como podemos, juntos, construir caminhos mais justos, inclusivos e promissores?
Mais do que celebrar as conquistas até aqui, é tempo de agir — investindo em políticas públicas eficazes, ampliando parcerias entre setor público e privado, e reconhecendo o protagonismo juvenil como um motor essencial para a transformação social e econômica do país.
Rodrigo Miglio Nader é gerente Regional Centro-Oeste do Centro de Integração Empresa Escola - CIEE e Mestre em Gestão e Políticas Públicas pela FGV EAESP
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