Competitividade do Brasil na Era da IA depende de articulação e qualificação
Por Celso Kleber*
A disputa global pela liderança tecnológica está intensa: China, Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e Japão foram os que mais investiram em 2024 para ter a IA Generativa mais avançada, segundo a consultoria Gartner. Dentro deste contexto, o Brasil é extremamente competitivo, considerando que a Brasscom revelou em 2024 que 90% das empresas brasileiras já possuem pelo menos um caso de uso de IA. Sendo um dos 10 maiores consumidores de tecnologia no mundo, esse uso crescente gera ainda mais investimentos de infraestrutura e modernização de redes e data centers, com a IDC Brasil projetando, apenas em 2025, mais US$ 2,4 bilhões investidos em TI no país.
Desde 2022, com o mercado fechado e ultraprocessadores da NVIDIA não podendo ser exportados para outros países, tudo estava caminhando para uma centralização onde quem tem mais recurso para investir em tecnologia teria a liderança da IA Generativa. Porém, a chegada do Deepseek mudou o cenário, trazendo resultados satisfatórios mesmo com investimentos muito inferiores aos dos grandes rivais, consumindo menos energia — o que o torna ecologicamente mais sustentável — e, por ser open-source, tem o código aberto, permitindo que qualquer pessoa a utilize para treinar sua própria IA.
Se o Brasil possui capacidade de investimento e as ferramentas estão mais acessíveis, onde está, então, a nossa maior dificuldade? Os principais desafios estão na qualificação da mão de obra e em barreiras culturais. O mito de que a IA eliminará 80% dos empregos no mundo ainda leva muitas pessoas a resistir à adoção da tecnologia. De acordo com o levantamento realizado em 2024 pela SAS Institute, mais da metade das organizações apontam a falta de expertise como um obstáculo para a implementação da IA. Já um estudo da Data-Makers, em parceria com a CDN, divulgado em 2025, revelou que 62% das empresas veem a cultura interna como o principal entrave para implementá-la.
Além disso, dados divulgados em 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o mercado de trabalho brasileiro registrou a menor taxa de desemprego da história, mas ainda enfrenta um processo de precarização. Enquanto as vagas periféricas e operacionais apresentam equilíbrio entre oferta e demanda, as posições mais sofisticadas — que exigem alta capacitação — continuam sem candidatos suficientes. Neste cenário, estou certo de que a IA não precisa significar o fim dos empregos, mas pode tornar mais difícil a empregabilidade justamente daquelas pessoas que produzem menos por ignorarem o uso da tecnologia.
Acredito que para que o Brasil entre e se mantenha competitivo nessa disputa global é fundamental que os setores público e privado atuem de forma articulada, com políticas públicas sólidas e iniciativas capazes de formar, com agilidade e eficiência, uma força de trabalho qualificada. É indispensável olhar para dentro e reconhecer o potencial do país para se consolidar como uma potência mundial, indo muito além do agro.
*Celso Kleber é CEO do Grupo Mooven, consultech de aceleração de negócios
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