Porto faz parceria com startup para ampliar oferta de produto

A startup é controlada pela Arco Educação e tem ainda como acionistas General Atlantic, Kasek, Softbank, além dos fundadores David Peixoto e Ricardo Sales.

Por essa parceria, o seguro é contratado pelas escolas e oferecido gratuitamente aos alunos, como um benefício.

Com a iniciativa, o Isaac reduz o risco da antecipação das mensalidades – funciona como uma espécie de resseguro para cobrir parte da inadimplência. O seguro da Porto arca com os atrasos de pagamento de mensalidade provocados por perda de emprego, afastamento do trabalho e morte do responsável financeiro. Nos demais casos de inadimplência, quem cobre é o Isaac.

Do lado da Porto, a seguradora escala um produto que já foi ofertado, mas saiu da prateleira por falta de interesse dos clientes. O mercado de seguro educacional é muito pequeno e vem diminuindo de tamanho. Em 2020, movimentou R$ 46 milhões em prêmios e, no ano passado, a receita caiu para R$ 29,5 milhões com uma taxa de sinistralidade de 56%, segundo a Susep.

Além de o brasileiro não ter o hábito de contratar seguro, a aquisição desse produto por uma pessoa física tem custo muito superior quando comparado ao valor que as escolas pagam, uma vez que elas têm toda a base de alunos, o que dilui o risco da sinistralidade. “O seguro vem sendo usado pelas escolas como uma ferramenta de retenção e captação. Já tivemos mais de 40 casos de famílias que precisaram recorrer e rapidamente puderam usar o seguro”, disse Peixoto, CEO do Isaac.

“Havia uma demanda das escolas preocupadas com aqueles pais que são bons pagadores, mas que diante do atual ambiente macroeconômico perdem renda. Nós do Isaac garantimos a mensalidade da escola, mas a família não estava protegida”, complementou Paula Jorge, diretora geral da startup.

Rivaldo Leite, CEO da Porto Seguro destacou que a comercialização do seguro educacional foi interrompida por falta de demanda. A seguradora voltou a atender o público estudantil com essa parceria. “Realmente, é uma grande ideia ser oferecido num formato com as escolas adquirindo o seguro e oferecendo aos alunos. Está tendo muita adesão”, disse.

Uma das grandes dificuldades dos donos de escolas é a gestão financeira. Cerca de 80% dos colégios têm menos de 400 alunos e o foco acaba sendo o pedagógico. Nessa brecha, em 2020, dois executivos do mercado financeiro com experiências em educação, David Peixoto e Ricardo Salles, fundaram o Isaac, uma startup que antecipa mensalidades para colégios – um serviço oferecido por bancos com condições financeiras menos favoráveis. Por ser especializada em escolas, a edtech consegue cobrar taxas diferenciadas conforme o perfil do estabelecimento de ensino. Hoje, o Isaac faz esse trabalho para 1 mil colégios, que juntos movimentam R$ 2,5 bilhões. A expectativa é que neste ano, a receita do Isaac fique entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões.

Além disso, a startup se beneficia pelo fato de que a relação entre donos de escolas e pais é próxima e há dificuldades para cobrar. Muitos colégios que contrataram empresas especializadas em cobrança tiveram experiências negativas devido à agressividade na abordagem, levando os pais a cancelar a matrícula.