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Fraudes ou crimes econômicos atingiram 62% de empresas brasileiras

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Segundo levantamento da PwC, em âmbito global, as medidas de prevenção a fraudes estão funcionando, mas no Brasil o cenário se agrava. Os relatos de fraudes ou crimes econômicos passaram de 46% em 2020 para 62% no ano passado. Contadora explica suspeita de fraude que abalou o mercado brasileiro no início de 2023.

Enquanto as empresas tiverem sistemas de governança corporativa apenas para “cumprirem tabela”, seremos surpreendidos com manchetes semelhantes

Entre 2020 e 2022, enquanto pouco menos da metade das organizações (46%) de todo o mundo relataram ter sofrido alguma forma de fraude ou crime econômico, no Brasil o percentual passou de 46% para 62% no último ano. Esse é um dos resultados da pesquisa global realizada pela consultoria PwC.

De acordo com o levantamento, entre as empresas com receita anual global acima de US$ 10 bilhões, 52% sofreram fraude nos últimos 24 meses. Nesse grupo, quase uma em cada cinco empresas informou que o incidente mais grave registrado teve impacto financeiro superior a US$ 50 milhões. Já o percentual de empresas afetadas com menos de US$ 100 milhões em receitas foi inferior. Ao menos 38% de organizações desse porte sofreram fraude, sendo que cerca de uma em cada quatro registrou impacto total de mais de US$ 1 milhão.

Os reportes de fraudes costumam abalar os mecanismos de segurança e governança corporativa das empresas e, mais do que isso, abalar a credibilidade perante investidores, clientes e todo o mercado. Além disso, quando há suspeitas de fraudes internas, como as que mascaram balanços financeiros, para além de abalo na confiança perante seus públicos, as organizações também podem enfrentar investigações que podem levar a punições na área criminal ou cível.

No começo de 2023, a divulgação da informação de que uma grande companhia de varejo brasileira tinha inconsistência em seu balanço financeiro, que indicavam um rombo estimado inicialmente em R$ 20 bilhões, abalou o mercado nacional. No último dia 17 de março, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que iniciou a fase de tomada de depoimentos de ex-gestores da companhia, dentro do inquérito aberto pelo órgão para verificar potenciais irregularidades envolvendo a empresa.

Com 25 anos de experiência nas áreas de Controladoria, Finanças e Agribusiness, a contadora Lucélia Rosa Rios Carrijo explica que o problema encontrado nos balanços financeiros da companhia é prática conhecida no mercado como risco sacado ou, na versão em inglês, Forfait.

“A essência econômica da operação de “Forfait” é de financiamento a fornecedores, parecida com a operação de ‘desconto de duplicata’ de clientes, diferenciando apenas no direito de regresso, que esta última possui e a primeira não. E assim, deve ser contabilizada e reconhecida nas demonstrações contábeis das empresas”, diz.

A contadora acrescenta que, em si, a prática não apresenta grandes riscos, uma vez que a empresa está triangulando e liquidando uma operação com fornecedores por meio de instituições financeiros, que quitam antecipadamente essas obrigações e vincula o risco da operação ao comprador, no caso, a empresa varejista.

“Nesse caso, o problema é que deveria haver uma correção no balanço financeiro afirmando a inexistência de um passivo com fornecedores e, ao mesmo tempo, o reconhecimento de um novo passivo financeiro, este com as instituições financeiras que concederam o crédito ao fornecedor”, detalha.

Controles internos de nada adiantam se houver conflito de agency nas corporações, alerta profissional

O que fazer para garantir a credibilidade dos balanços e reportes financeiros divulgados pelas empresas? A contadora Lucélia Carrijo ressalta que é preciso que haja um controle efetivo de gestão de riscos e que os controles internos sejam objeto de mais testes de eficácia. Ela explica que os mecanismos de governança corporativa precisam estar funcionando plenamente.

“Enquanto as empresas tiverem sistemas de governança corporativa apenas para “cumprirem tabela”, seremos surpreendidos com manchetes semelhantes”, comenta, referindo-se às notícias sobre as inconsistências no balanço financeiro da companhia citada anteriormente como exemplo.

Ela ressalta que de nada adiantará esses mecanismos de controle se houver “conflito de agency” (possibilidade de divergência de interesses entre acionistas e gestores, onde um tenta tirar vantagens do outro de uma situação) nos ambientes corporativos.

“E quem paga a conta mais uma vez? Investidores que confiam na efetividade da governança corporativa das empresas, bem como na fidedignidade das demonstrações financeiras, além do mercado financeiro, que passa a ter sua confiança mais uma vez abalada”, finaliza.


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