Seguradoras já são acionadas para pagar fornecedores da Americanas
Os principais e maiores fornecedores da Americanas começam a encontrar dificuldades para que as seguradoras paguem os valores contratados em suas apólices de seguro de crédito. As empresas já avisaram o sinistro, caracterizado pela suspensão de pagamentos pelas Americanas, e começam a fazer consultas emergenciais a corretores e advogados.
Algumas seguradoras já buscam argumentos para não pagar parte dos valores previstos nas apólices de seguro de crédito, que garantem o risco de não pagamento dos valores devidos pelas Americanas aos fornecedores de produtos vendidos pela varejista.
A expectativa é que as seguradoras paguem as indenizações aos fornecedores, que podem corresponder de 80% a 90% dos valores devidos pelas Americanas.
Considerando os valores lançados na recuperação judicial como devidos aos principais fornecedores das Americanas, as indenizações devidas pelo mercado segurador podem variar de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões, aproximadamente, segundo estimativa de especialistas do mercado
“A recuperação judicial e a falta de pagamento de faturas vencidas é considerado sinistro coberto nas apólices de seguro de crédito contratadas pela maioria dos fornecedores”, explica Raphael Miranda, especialista em direito securitário.
No entanto, algumas empresas já encontram objeções por parte das seguradoras e já vislumbram a possibilidade de acionar a Justiça para receber os valores contratados nas apólices.
O escritório Raphael Miranda Advogados, por exemplo, já foi procurado por alguns fornecedores que já estão encontrando dificuldades no recebimento do seguro.
“Já estamos analisando casos em que as seguradoras estão apresentando pretextos para cobrir apenas parte dos prejuízos sofridos por fornecedores de produtos vendidos às Americanas, como a suposta existência de indícios de insolvência da empresa antes do anúncio das inconsistências contábeis. Normalmente as varejistas têm um prazo alongado para pagamento aos fornecedores pelos produtos vendidos. Isso não é significa que havia risco de insolvência ou inadimplemento antes da constatação de inconsistências contábeis. É apenas uma prática desse mercado, de pleno conhecimento do mercado segurador. Se essa posição das seguradoras se mantiver, vai haver uma enxurrada de ações judiciais dos fornecedores contra as seguradoras”, explica Miranda, titular do escritório que leva seu nome.
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