Autorreguladora : A verdade que eu não quero esquecer
Armando Luís Francisco
Já fui diretor técnico de uma entidade. Conheço as rotinas disso tudo, desde a ideia da criação, até pontos especiais e orgânicos. Virtuosamente, sabia até o caminho para se criar um novo sindicato, inclusive, da categoria; pois havia brecha legal. Entretanto, este é um pensamento trancado hoje no governo.
As organizações são fundamentalmente as mesmas, portanto. A criação tem os efeitos da virtude e objetivo do criador. E a direção é exatamente a mesma; para todas as criações que aquelas mentes tiveram em perspectiva. Exemplo: Colhemos os abacates dos abacateiros. Não se esperam maçãs de goiabeiras.
E toda a virtude dessa reivindicação é a filosofia do trabalho da mente criadora. Entretanto, um agricultor não pode ser um capitão de navio. E um médico não pode ser o responsável técnico pela construção de um prédio de 20 andares. E é justamente aí que a torcida fica iludida!
Todos, aliás, voltando ao paradigma da autorregulação, sabemos que é necessário 10 mil corretores individuais em associação e que concordem em se autorregular. Somos, aliás, cerca de 100 mil produtores oficiais , ou metade, se contarmos físicas e jurídicas. De verdade, 50 mil corretores, mais ou menos.
Para comprovar este número em uma autorreguladora, há o pagamento da contribuição de cada um dos associados e uma ficha preenchida e assinada, dando poderes para isso, com todas as informações do sócio, fotografia e assinatura no campo inferior do cadastro. Hoje, isso é mais possível digitalmente.
Acontece que essa demanda deve ser verdadeira, ou há um grave problema com as leis brasileiras. A Susep, aliás, poderia pedir a comprovação desse número para qualquer autorreguladora, com obrigação de fazer. E conferir. Portanto, ter 10 mil corretores em uma autorreguladora hoje é bem complicado de se fazer. Particularmente, entendo que é uma medição viável e facil de fiscalizar, até por amostragem. Faz a conferência e amplia, amplia e amplia, até chegar à verdade dos números. Afinal, para esta atividade não pode haver maquiagem de qualquer tipo.
Mas há uma exceção jurídica no Brasil. Há uma garantia para apenas uma instituição, que vale ouro, se souber seu valor. A anterioridade perfaz o direito adquirido. E não é nem a primeira e nem a última.
De qualquer forma, aliás, retorno a demanda em se conseguir 20% da categoria numa autorreguladora, que deve ser encarada como uma atitude campeã. Em dias de tormenta, como a nossa:
1) Quem deseja ser autorregulado, se existe a Legislação do corretor?
2) Quem deseja pagar mais uma conta de associação?
3) Quem confia em quem, hoje?
4) Qual o projeto que está por trás da demanda? De poder? De Ética? Do quê?
5) Qual o projeto das candidaturas?
6) Como conseguir mais corretores em uma autorreguladora, se até os números baixos em adesão da representação dizem justamente o contrário?
7) Será que os corretores vão aderir em massa para receber um selo de qualidade? Eu nunca nem apresentei uma credencial para vender um seguro, porque preciso de selo de qualidade?
De fato, eu até posso acreditar que os corretores poderão ser autorregulados um dia, mas eu tenho percebido que ainda não é hoje!
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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