Investidores dos EUA querem investir no mercado de seguros brasileiro
O Brasil tem um setor de seguros incrível e bem sofisticado e eu adoraria ter a oportunidade de investir aqui para ajudar os empreendedores locais a acelerarem o mercado brasileiro e de toda a América Latina. A afirmação foi feita por Beatriz Del Rio, investidora da Vine Capital, de Nova Iorque (EUA), ao ser entrevistada pelo fundador do Cqcs, Gustavo Doria Filho, durante a pré-conferência para brasileiros no Cqcs ITC Experience, nesta segunda-feira (19). “Gostamos de ver como o seguro pode superar desafios usando a tecnologia”, acrescentou Del Rio, cujo trabalho é focado na busca de insurtechs para investir, seja nos Estados Unidos ou na América Latina.
Perguntada sobre qual conselho daria para empreendedores brasileiros, Del Rio sugeriu que sejam aproveitadas as oportunidades que já surgiram a reboque da pandemia. Segundo ela, pode haver, por exemplo, maior facilidade para acesso a talentos que estão prontos para trabalhar até por um custo inferior porque não “precisam vir até onde você está”. Essa oportunidade, de acordo com a investidora, é maior para quem está iniciando um projeto ou negócio e pode ter a melhor equipe. “Temos visto isso, graças ao Covid”, comentou.
A outra entrevistada no painel “O que o Investidor de Risco analisa para escolher e onde investir” foi a diretora Financeira (CFO) da BrokerTech Ventures, Ellen Willadsen, que também é investidora em insurtechs.
Ela também disse que sua empresa está pronta para colaborar com o mercado brasileiro, trazendo as “melhores ideias do mundo” para dar suporte aos empreendedores brasileiros.
A executiva revelou que a sua empresa tem uma aceleradora que atua como incubadora de 10 a 13 startups por ano. O objetivo é buscar todos os negócios que podem melhorar as atividades dos clientes no mercado de seguros. “Tentamos passar para as startups todas as informações sobre o que o mercado de seguros precisa”, explicou Willadsen, acrescentando que os investimentos são feitos não apenas para startups que passam pela aceleradora do grupo, mas também naquelas que desenvolvem outras tecnologias.
Ela disse ainda que, inicialmente, ficou preocupada com as possíveis consequências da pandemia, inclusive em relação ao risco de desacelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e os investimentos em startups. Contudo, ficou surpresa ao constatar que ocorreu exatamente o contrário. “As pessoas aumentaram o apetite pelo desconhecido. Nas entrevistas que fiz, ao perguntar se as pessoas pretendiam desacelerar ou acelerar seus projetos, ouvi da maioria que a intenção era seguir cada vez mais rápido. Fiquei muito feliz”, observou.
As duas entrevistadas comentaram ainda sobre as vantagens que a tecnologia pode trazer para o mercado de seguros e para os corretores, particularmente.
Nesse contexto, Del Rio frisou que o seu trabalho passa também pela avaliação de empresas que possam ajudar o corretor de seguros com ferramentas que permitam otimizar processos administrativos, aumentando o tempo que ele terá para atender seus clientes e aumentar sua carteira de negócios. “A ideia é otimizar processo de dados colhidos para que corretor tenha acesso a potenciais clientes também de maneira mais otimizada”, enfatizou.
Já Ellen Willadsen apontou a importância de se mitigar riscos, o que, segundo ela, vem criando novas oportunidades nos EUA e em todo o mundo. Esse cenário, acelerado pela pandemia, permitiu o crescimento acelerado de que quem procura a mitigação. “As pessoas estão pensando de forma diferente. Mantenha a mente aberta para qualquer coisa que possa surgir e use o seguro para mitigar o risco de onde quer que eles venham”, aconselhou.
EVENTO.
Este ano, devido à pandemia do coronavírus, o Insuretech Connect (ITC), maior evento de inovação em seguros do mundo, acontecerá no formato online. O Brasil está representado com o ITC Cqcs Experience.
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