Brasil,

Crowdfunding ganha força como financiador da construção

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Maurício Palhares
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Rentabilidade média de 14,5% ao ano nas operações já concluídas no país e a possibilidade de fazer aplicações a partir de R$ 1 mil em empreendimentos imobiliários selecionados levam número crescente de investidores ao crowdfunding imobiliário que, com uma base maior, tem ganhado relevância como fonte de financiamento à construção civil.

Criado nos Estados Unidos para recuperar a construção civil após a crise do Subprime, o crowdfunding imobiliário serve, no modelo brasileiro, para que incorporadoras e construtoras obtenham os recursos, junto a centenas de pessoas que fazem pequenos aportes, que buscariam junto investidores qualificados. Esses montantes servem para a cobertura das etapas não contempladas pelos financiamentos bancários, cerca de 5% dos custos totais dos empreendimentos.

Hoje, há cerca de seis plataformas atuando neste mercado. Por conta dos ciclos da construção civil, apenas a Urbe.me, fintech que inaugurou o crowdfunding no país em 2015, dispõe de operações completas, doze ao todo. A empresa já realizou 50 rodadas de captação, que resultaram em R$ 61 milhões para incorporadoras e construtoras viabilizarem seus projetos. A base de investidores ativos da plataforma saltou de 3.000 no início de 2019 para 5.500 atualmente.

Apesar da crise, as cotas vendidas a cada rodada de captação têm se esgotado em prazos menores que as duas semanas em que as operações ficam abertas. Parte desta demanda resulta da escolha dos empreendimentos que ingressam na plataforma. Nascida em um escritório de arquitetura – o Ospa –, a Urbe.me sempre foi rigorosa quanto à avaliação do potencial econômico dos projetos. Historicamente, menos de 5% dos projetos apresentados à fintech ingressavam na plataforma. Após a deflagração da pandemia, a fintech passou a priorizar lançamentos voltados ao segmento popular – que tem demanda garantida por conta do déficit habitacional – e alto padrão, principalmente os que dispõem de unidades com maior metragem.

“Ambos são beneficiados pela taxa de juros. Mas a crise freia planos de investimentos. Focamos em projetos que mantêm níveis adequados de demanda e, desta forma, são capazes de proporcionar melhor rentabilidade aos investidores”, diz Eduarda Fabris, diretora-executiva da Urbe.me. A remuneração aos cotistas resulta de participações no Valor Geral de Vendas.

Também há rigor quanto às empresas que são aceitas. Além de comprovarem boa reputação de mercado e saúde financeiras, só são aceitos projetos de incorporadoras e construtoras que já tenham realizado, pelo menos, três projetos do porte que busca captação coletiva. Das mais de 500 incorporadoras e construtoras que recorreram à fintech, apenas 20 foram aceitas.


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