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Relatório de Riqueza Global Allianz: o fim da complacência

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bianca Bordignon
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Ativos financeiros crescem 7,7%

Investimentos em valores mobiliários tem retomada – o retorno da inflação torna os depósitos bancários menos atraentes
Passivo continua crescendo – como as preocupações da capacidade de suportar dívidas
Brasil: crescimento de ativos financeiros desafia economia instável
Globalização reduz a desigualdade mundial, mas aumenta a desigualdade dentro de países analisados

A Allianz divulga 9ª edição do seu “Relatório de Riqueza Global”, que traz em detalhes a situação dos ativos e das dívidas das famílias em mais de 50 países. O ano de 2017 foi excepcional. Apesar das crescentes tensões políticas, foi um período quase perfeito para os investidores. A recuperação econômica após a crise financeira culminou em uma recuperação sincronizada em todo o mundo e os mercados financeiros tiveram um forte desempenho, particularmente os mercados acionários. Como resultado, os ativos financeiros das famílias aumentaram significativamente, 7,7%. Os ativos financeiros brutos globais aumentaram e passaram a 168 trilhões de euros.

"O ano passado foi muito bom para os poupadores", disse Michael Heise, economista-chefe do Grupo Allianz. “Foi o melhor que poderia obter, a era pós-crise acabou. Já passou a época em que uma política monetária extremamente expansiva previa uma tendência contínua e constante de alta nos mercados financeiros. Agora, os sinais são preocupantes: taxas de juros crescentes, conflitos comerciais e políticas cada vez mais populistas causam tensões e turbulências. O primeiro mês deste ano já deu uma antecipação amarga disso”.

Retomada do investimento em títulos

Houve uma mudança notável no comportamento dos investimentos em 2017. Depois que os poupadores ignoraram amplamente as ações e os fundos de investimentos nos anos pós-crise, 2017 registrou fluxos significativos para essa classe de ativos. Sua participação no ano passado atingiu quase um quinto dos novos recursos e foi maior do que nos anos anteriores à crise. No contexto dos crescentes mercados bolsistas, isto significou que os títulos desfrutaram, de longe, o crescimento mais forte de todas as classes de ativos em 2017, aumentando 12,2% no total e representando mais de 42% de todas as poupanças no final de 2017. Isso é seguido pelos recebíveis de seguradoras e pensões, que representam 29% da carteira de ativos e cresceram 5,2% no ano passado.

Enquanto os investidores redescobriram os mercados de capitais, os depósitos bancários caíram em descrença em todo o mundo. Apenas 42% dos novos investimentos foram para bancos, em comparação com 63% no ano anterior. Em números absolutos, isso significou uma queda de mais de 390 bilhões de euros. Como consequência, os depósitos tiveram decréscimo de dois pontos percentuais ficando em 4,3% (parcela da carteira de quase 27%). "Os poupadores finalmente reconheceram os sinais dos tempos", disse Kathrin Brandmeir, coautora do relatório. “A retirada do interesse pelos depósitos bancários, particularmente nos ´velhos países industrializados´, não chegou nenhum segundo cedo. Porque a inflação encenou um retorno. Os aumentos de preços nesses países triplicaram em 2017 – embora ainda em baixo nível. Como resultado, a perda no poder de compra dos depósitos bancários também aumentou: estima-se que elas somem até 400 bilhões de euros apenas em 2017”.

Nações industrializadas se recuperam e os EUA ultrapassam a China

Os anos que se seguiram à crise foram caracterizados principalmente pelo crescimento relativamente fraco de ativos nos países industrializados, em comparação aos países emergentes. Isso também mudou em 2017. A aceleração do crescimento deveu-se exclusivamente ao desenvolvimento nas nações industrializadas: enquanto esses países tiveram crescimento de mais de um ponto percentual, chegando em 6,5%, nos países emergentes, o índice diminuiu três pontos percentuais, indo para 12,9%.

A diferença de crescimento entre esses dois grupos de países ficou no nível mais baixo desde 2005, em 6,5 pontos percentuais. O valor médio da última década foi duas vezes maior; 13 pontos percentuais. Esta evolução contrastante em termos de crescimento dos ativos financeiros deveu-se em grande parte aos países de economia de grande peso, como a China, (onde o crescimento teve leve declínio de 18,3% para 14%) e os EUA (onde o crescimento acelerou de 5,8% para 8,5%). A América Latina, no entanto, contraria a tendência dos países emergentes: houve ligeiro aumento, para 12% (em 2016 era 10,9%). Os Estados Unidos superaram novamente a China em termos de crescimento absoluto. Em 2017, os EUA representaram cerca de 44% do crescimento global dos ativos financeiros brutos das famílias, enquanto a China representava apenas cerca de 25%. Esse índice cresceu 26% contra 35% nos últimos três anos, mas com a China saindo no topo.

Crescimento da dívida acelera mais rapidamente

Os passivos das famílias em todo o mundo aumentaram 6% em 2017. A taxa de crescimento ficou ligeiramente acima do nível do ano anterior, de 5,5%. Na América Latina, também, o crescimento da dívida cresceu para 8,4%.

Graças a um forte crescimento econômico, no entanto, o índice de endividamento global (passivos em percentagem do PIB) aumentou para 64,3% (América Latina: 28,8%). Essas médias globais naturalmente mascaram grandes diferenças. Em alguns países, os níveis e dinâmica da dívida alcançaram valores críticos nos últimos anos. “Na maioria dos países analisados, a dinâmica da dívida privada não é preocupante”, comentou Michaela Grimm, coautora do relatório. “No entanto, em particular na Ásia, há alguns países – como Tailândia, Malásia, Coréia do Sul e China, por exemplo – nos quais as agências de supervisão devem monitorar o desenvolvimento de perto. Nesses países, as semelhanças com os excessos de crédito antes da crise financeira não podem ser menosprezadas”. Apesar do forte crescimento do passivo, os ativos financeiros líquidos, ou seja, a diferença entre ativos financeiros brutos e as dívidas, alcançaram um novo recorde mundial de alta de 128,5 trilhões de euros de próximo de 2017. Isso representa um aumento de 8,3% em relação ao ano anterior.

Brasil: crescimento de ativos financeiros desafia economia fraca

Os ativos financeiros das famílias brasileiras cresceram 13,4% em 2017, ligeiramente maior do que no ano anterior, mas ainda dentro da média desde a crise financeira. Principal condutor desse aumento foi a classe de ativos de títulos, com um aumento de quase 20%. Contra o pano de fundo da grave recessão, esse crescimento saudável é reconfortante. Ao mesmo tempo, o passivo aumentou 5,7%, quase dobrando a taxa do ano anterior. Esse número também pode ser visto como uma indicação de que as famílias brasileiras, após dois anos de crise econômica, voltaram a olhar para o futuro com mais confiança. Como resultado, o índice de endividamento das famílias subiu para 38,2%, o último nível visto antes da recessão.

Os ativos financeiros líquidos cresceram 17,5% em 2017, um pouco acima do ano anterior e muito acima da média regional de 13,5%. Com um ativo financeiro líquido per capita de EUR 6.290, o Brasil ficou na 39ª posição na lista dos países mais ricos, subindo um degrau em relação ao ano anterior e trocando de local com a Eslováquia. No topo da lista, a Suíça, que recuperou o primeiro lugar perdido no ano anterior para os EUA. Em geral, os países europeus aparecem, em 2017, melhores do que nos anos anteriores, isto, no entanto, reflete em primeiro lugar um euro mais forte.

Mais participação graças à globalização

As últimas duas décadas de rápida globalização deram origem a uma nova classe média de riqueza global, que incluiu quase 1,1 bilhão de pessoas no final de 2017. Menos de meio bilhão de pessoas pertenciam a este grupo na virada do milênio, sendo pouco menos da metade deles da Europa Ocidental, América do Norte e Japão. Hoje, esses países representam apenas um quarto da classe média global. Já, a participação da China subiu de pouco menos de 30% para mais de 50% neste período. Os números que acompanham esta história de sucesso são impressionantes: cerca de 500 milhões de chineses subiram para se juntar à classe média global de riqueza desde 2000, e mais de 100 milhões podem agora considerar-se parte da classe alta mundial. Em contrapartida, menos de 10% dos membros da classe média global vivem na América Latina (e menos de 1% da classe alta da riqueza global).

Mais desigualdade nos países industrializados

O desenvolvimento da desigualdade no contexto nacional, no entanto, mostra um quadro bastante heterogêneo. A distribuição da riqueza melhorou em muitos países desde a virada do milênio – incluindo o Brasil –, mas em muitos outros ela se deteriorou. O último grupo inclui um grande número de países industrializados, desde os EUA até os países da União Europeia, na crise do euro, e até a Alemanha e o Japão. A percepção de que as "velhas" nações industrializadas, em particular, vêm sofrendo nas últimas décadas a partir de um crescente abismo entre ricos e pobres, parece, portanto, corresponder à realidade em muitos casos.

Um novo indicador para a distribuição nacional da riqueza

Para obter uma imagem diferenciada da distribuição de riqueza nacional em um contexto mundial, apresentamos um novo indicador neste relatório, o Allianz Wealth Equity Indicator (AWEI). Alguns dos resultados são surpreendentes. Junto com os "suspeitos usuais", EUA, África do Sul, Indonésia e Reino Unido, os países onde a distribuição de riqueza é fortemente distorcida também incluem a Dinamarca, a Suécia e a Alemanha. Na Escandinávia, isso se dá principalmente devido aos altos níveis de endividamento entre grandes partes da população; na Alemanha, a reunificação demorada do país e a falta geral de planos de pensão financiados por capital desempenham um papel crucial.

Por outro lado, os países onde a distribuição de riqueza é relativamente equilibrada incluem muitos da Europa Oriental e Ocidental, alguns que passaram pela crise do euro, como Itália, Espanha e Grécia. Mesmo que os últimos anos de crise e austeridade possam ter levado a uma maior desigualdade, nos dois últimos países em particular, ainda têm uma base relativamente sólida para recorrer, já que os ativos têm sido tradicionalmente distribuídos de maneira ampla – e não menos importantes do que os ativos imobiliários. Apesar das recentes melhorias, o Brasil ainda está no meio-campo inferior neste ranking, refletindo seu legado de plutocracia. "Nosso novo indicador de patrimônio de riqueza mostra claramente que devemos ter cautela em tirar conclusões apressadas ou generalizadas", disse Michael Heise. “Além dos EUA, quase nenhum país está de acordo com o clichê de distribuição de riqueza que já é extremamente distorcido, mas ainda está piorando. Na maioria dos países, a nebulosidade ainda prevalece”.


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