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Ações simples podem diminuir o risco de quedas no idoso

  • Segunda, 17 Junho 2024 18:54
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Daniel Nacati
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Em artigo, o geriatra da Unimed Araxá, Dr. Adriano Roberto Tarifa Vicente, explica os principais motivos de queda e explica como evitá-los

As quedas entre idosos têm uma importância relevante no envelhecimento. É essencial saber prevenir e também tratar as consequências dessas quedas de maneira adequada

Os idosos, de maneira geral, convivem em residências não isentas de determinados riscos ambientais, que vão desde calçados inapropriados, como chinelos que não têm suporte para o calcanhar, aumentando a possibilidade de escorregar no seu próprio chinelo; a tapetes mal adaptados e soltos podendo gerar quedas com facilidade. O local mais comum de quedas, entretanto, é no banheiro. Com o envelhecimento, muitas vezes, os idosos acabam não colocando barras de apoio dentro da área de banho. O fato de estar descalço e com ambiente úmido pode gerar quedas com traumatismos importantes, especialmente quando o box do banheiro é de vidro, o que pode levar a lesões cortantes. Temos que lembrar, ainda, que no banheiro é necessário colocar um tapete antiderrapante de borracha, aumentando a adesão do pé ao chão, barras de apoio bem localizadas, além de um banco para o idoso se sentar, para facilitar a higiene, mantendo o equilíbrio.

O desfecho mais grave são as fraturas e as mais comuns são de punho, vertebral e de quadril. Em alguns casos, o paciente já tinha osteoporose prévia e a queda foi o resultado dessa condição, não necessariamente devido a uma causa ambiental. Em suma, ele fratura e cai.

Destas fraturas, a de punho é a que tem a resolução mais simples. A fratura vertebral pode levar a dores severas que podem demorar meses para melhorar e as fraturas de quadril podem, muitas vezes, necessitar não só de uma correção cirúrgica com seus riscos inerentes (sangramento, embolia, confusão mental e óbito), como também pode trazer dificuldade de deambulação, aumentando o risco de novas quedas, especialmente no primeiro ano após a fratura. De acordo com a fragilidade do paciente, ele poderá ficar acamado.

As casas dos idosos não devem ter excesso de móveis, que fazem com que o risco de tropeçar e cair pelos obstáculos dentro da casa seja maior. Existem ainda residências onde não há iluminação adequada. Vale lembrar que os homens, com envelhecimento, podem ter problemas prostáticos e, com isso, têm a necessidade de se levantar à noite. Nestes casos as quedas noturnas podem ocorrer porque eles não ligam as luzes para ir ao banheiro. Um urinol pode auxiliá-lo a não se levantar à noite e prevenir quedas.

Um dos aspectos mais importantes para a prevenção de quedas é reverter o fenômeno chamado sarcopenia, que é a redução da massa muscular relacionada ao envelhecimento. Para reduzir este risco, é necessário, além de exercícios físicos resistidos (tipo musculação), um suporte alimentar adequado, em especial com ingestão de proteína na proporção adequada. Normalmente idosos necessitam em torno de 1,2g de proteína por quilo ao dia. Um filé de frango com 100g possui 30g de proteína e um filé bovino possui média de 26g de proteína. Os peixes são uma fonte importante de proteína também, em especial o atum que possui 30g de proteína por 100g, o peito de peru com 29g e o camarão 24g. Os queijos também são uma fonte importante de proteína e o queijo parmesão tem 35g de proteína, o iogurte grego tem 10g de proteína, um ovo inteiro tem 13g de proteína e a clara possui 11g de proteína. Dos alimentos leguminosos, 100 gramas de soja têm 36g de proteína, grão de bico com 19g e o feijão preto com 9g. As sementes oleaginosas como as nozes também possuem proteína, em especial as amêndoas e as sementes de abóbora, com 21g de proteína. A aveia possui 13g de proteína. O leite desnatado (100 ml) contém 3,4g de proteína. Uma ingesta proteica adequada favorece a imunidade e a cicatrização de feridas em situações de pós-operatório por fratura após queda.

Além da ingesta de proteína, não devemos nos esquecer também da ingestão de cálcio e da vitamina D. O sol é a nossa principal fonte de recomposição da vitamina D e o cálcio é frequentemente encontrado no leite e derivados do leite. Beber água suficiente é igualmente importante. Deve-se estar bem hidratado para a função muscular e para a saúde geral.

Uma medida de prevenção curiosa e que hoje já existe no mercado americano, é um protetor de quadril que funciona como um airbag e, durante a queda do idoso, ele tem um sensor de gravidade inflando e protegendo o paciente contra uma fratura de quadril.

Não podemos esquecer dos problemas relacionados com a visão, pois muitos pacientes têm dificuldade visual e aumentam o risco de quedas ao não observarem obstáculos.

Sobre exercícios, são aconselhados aqueles que melhoram tanto a mobilidade como a força. Exercícios de Pilates são bem adequados. Outro tipo de exercício que os idosos mais realizam é o exercício da caminhada, que tem como benefício fortalecer os músculos das pernas e melhorar a resistência cardiovascular, porém, infelizmente, pelas ruas os obstáculos que temos em nossas cidades, acabam sendo um fator de risco a mais para quedas. Os exercícios de força podem ser feitos com pesos leves, elásticos de resistência ou peso corporal (como agachamentos e levantamento de pernas) e ajudam a fortalecer os músculos. Os exercícios funcionais são movimentos que simulam atividades diárias, como levantar-se de uma cadeira repetidamente e são muito benéficos. Os exercícios de equilíbrio como ficar em pé, em um pé só ou usar uma bola de equilíbrio, ajudam a melhorar a estabilidade. A natação e hidroginástica têm o benefício de que a água proporciona resistência sem impacto, o que é ideal para idosos com problemas articulares, mas sem melhora da massa óssea e, desta forma, isoladamente, são contraindicados para tratamento e prevenção de osteoporose. Os alongamentos diários ajudam a manter a flexibilidade e prevenir rigidez muscular. A Yoga e Tai Chi combinam alongamento, equilíbrio e força, sendo excelentes para idosos.

Pessoas que possuem problemas articulares como artrose de joelhos, possuem grande instabilidade para deambular, e o uso de órteses como as bengalas, podem auxiliar a dar mais firmeza em seus passos. Pacientes que estão em reabilitação, por doenças ortopédicas ou neurológicas, muitas vezes, usam o recurso do andador, que se for mal utilizado pode acentuar o risco de quedas.

Uma das consequências das quedas mais importantes é o medo de cair novamente. O paciente se sente inseguro e, dessa forma, muitas vezes pode ficar depressivo afetando sua autonomia e independência. Este tipo de paciente necessita de um suporte psicológico adequado seja com o psicoterapeuta ou mesmo de um auxílio com medicamentos psicoativos para superar essa adversidade. O medo de cair faz com que o paciente fique cada vez mais recluso e, dessa forma, ele acaba aumentando a sua inatividade física e piorando sua perda de massa muscular e óssea, aumentando o risco de novas quedas.

Dr. Adriano Roberto Tarifa Vicente


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