"Alarme falso de Síndrome do Silicone pode agravar quadros de depressão", afirma cirurgião plástico
Médico recomenda uma avaliação multidisciplinar antes da remoção das próteses de silicone
Sintomas como depressão e ansiedade têm sido frequentemente associadas à Síndrome SIA (Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants), popularmente chamada de Síndrome do Silicone. Porém, muitas pacientes fazem o explante (retirada da prótese) e continuam com os mesmos problemas de saúde e - em alguns casos - existe até a piora do quadro de depressão.
Quem faz o alerta é o cirurgião plástico Rodrigo Lacerda, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que recomenda uma avaliação psicológica, além da consulta com o médico, antes do explante. A realização do procedimento aumentou 10,7% entre 2018 e 2019 segundo dados divulgados em 2020 pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (em inglês, Isaps).
“Pacientes com queixas da doença do silicone - e que estejam com sintomas de ansiedade e depressão - sugiro realizar primeiro uma avaliação com um psicólogo para, então, definirmos se o explante é necessário. Muitas vezes, tratam-se de questões muito mais profundas e a retirada da prótese, além de não melhorar os sintomas, pode inclusive, agravar o quadro de depressão pela ausência da mama”, adverte Rodrigo Lacerda - Médico cirúrgião com especialização na França, Espanha e Estados Unidos.
Lacerda explica que, nos casos legítimos de "Síndrome do Silicone", a remoção da prótese de silicone faz desaparecer os sintomas de forma imediata.
Serenidade
A psicóloga Lorenza Gomes Brandão afirma que a análise com um profissional da área da Psicologia ajudará a trazer clareza, autoconfiança e detectar motivações distorcidas. “Também é importante para que a paciente tenha maturidade e serenidade em sua escolha”.
Lorenza observa que o explante pode gerar uma sensação de desconforto com o corpo. “Imagine você conviver 16 anos com uma prótese e depois se olhar e não encontrá-la mais? Já ouvi relatos de pacientes dizendo que se sentiram amputadas”.
Por isso, informação é fundamental. “Converse com seu médico, procure um psicólogo e não se deixe levar por relato ou opinião de outras pessoas. Muitas vezes, seu caso não está relacionado à Síndrome de Ásia”, alerta Lorenza Gomes Brandão.
Conscientização
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Reumatologia se uniram em uma campanha para compartilhar informações seguras a respeito de mitos sobre a Síndrome ASIA.
Como reforça Rodrigo Lacerda, ASIA é uma síndrome autoimune/inflamatória induzida por adjuvantes (substâncias que podem estimular a resposta imunológica). Segundo ele, algumas substâncias, como o silicone, podem atuar como um adjuvante. “Em casos raros, o silicone das próteses mamárias pode causar o desenvolvimento de resposta inflamatória ou autoimune em algumas pessoas com predisposição genética”.
Principais queixas das pacientes
Insônia crônica
Exaustão
Fadiga crônica
Dores musculares
Dores nas mamas
Mudanças repentina de humor
Ansiedade
Artigo da Plastic and Reconstructive Surgery, publicação da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, cita a segurança dos implantes mamários de silicone. “A decisão de obter, manter ou remover os implantes mamários é uma escolha da paciente. Se uma paciente optar por remover seus implantes mamários, é importante encontrar um cirurgião plástico certificado pelo conselho com experiência em cirurgia de mama”, relata a publicação.
Como diz o artigo, estudos têm sido feitos para detectar câncer e até doenças autoimunes para melhor a segurança do paciente. Os implantes mamários de silicone são usados em quase 300 mil cirurgias de aumento de mama e 100 mil cirurgias de reconstrução mamária anualmente nos Estados Unidos. No Brasil, só em 2019, foram realizadas mais de 170 mil cirurgias deste tipo, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica.
Os implantes preenchidos com gel de silicone foram aprovados pela primeira vez pelos EUA por meio do Food and Drug Administration, em 1962.
Sobre o médico cirurgião – Rodrigo Lacerda
Rodrigo Lacerda é formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1994. Aprovado para realizar a residência de Cirurgia Plástica do serviço do Hospital Mater Dei (referência entre os melhores hospitais do Brasil) foi aprovado em segundo lugar para o Título de Especialista de Cirurgia Plástica. Fellow com as maiores referências de cirurgia plástica de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Tem passagens pelos Mater Dei, além de ter sido diretor presidente do Hospital Lourdes. Atualmente atua em sua clínica, a Rodrigo Lacerda. Tem especialização em serviço de rinoplastia e cirurgia de face nos Estados Unidos, França, Espanha e Brasil.
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