Março Amarelo: por que é tão importante falar da conscientização sobre a endometriose?
Ginecologista alerta sobre a relevância do diagnóstico da doença para a saúde da mulher
O mês de março, dedicado especialmente às mulheres, traz, no que diz respeito à saúde delas, uma campanha muito importante: Março Amarelo, dedicada a conscientização sobre o tratamento da Endometriose, que afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A doença acontece quando o endométrio, que consiste no revestimento interno do útero, cresce para fora do órgão e solta fragmentos que vão parar na cavidade abdominal, como por exemplo, nos ovários, na bexiga, na parte externa do útero e no intestino. A presença desses fragmentos pode causar inflamações e afecções graves no corpo da mulher.
Apesar de ser uma doença comum, a Endometriose ainda é pouco conhecida e, por isso, o diagnóstico costuma ser tardio. A ginecologista e obstetra Dra. Evelyn Prete ressalta que, por esse motivo, é tão importante ter um mês voltado à sua conscientização. “A Endometriose afeta boa parte das mulheres brasileiras e muitas delas não têm o conhecimento sobre os sintomas e os tratamentos dessa doença. A partir das informações propagadas pela campanha, muitas delas passam a identificar sintomas e, com isso, a procurar um profissional da área, para ter um diagnóstico preciso, conseguir fazer o tratamento correto e, consequentemente, melhorar sua qualidade de vida”, afirma Evelyn.
A Dra. Evelyn relata que, entre os sintomas mais comuns da doença, estão as cólicas intensas, dor na relação sexual e, por vezes, a dificuldade para engravidar. “Ela causa dores na parte inferior das costas e do abdômen, além de menstruação irregular, problemas intestinais e, quando em casos graves, pode acarretar na infertilidade, quando o tecido mal localizado pode bloquear a passagem do óvulo do ovário para o útero, além de alterar a mobilidade das tubas uterinas e a câmara interna do útero” explica. A enfermidade pode ser detectada por meio de exames ginecológicos, como o próprio exame físico, ultrassom transvaginal e ressonância magnética. “Em alguns casos também pode ser utilizado o exame de laparoscopia para detecção da doença. Porém, com os avanços dos exames de imagem, seu papel atual é o tratamento das lesões que já foram identificadas por eles”, comenta.
O tratamento da Endometriose pode ser feito por meio de medicamentos para controle da dor e minimização da progressão da doença e até mesmo por meio de cirurgias, seja apenas para retirar as áreas afetadas pela doença ou até mesmo por cirurgias maiores, como retirada dos ovários, parte do intestino, entre outras. Porém, o tratamento varia de paciente para paciente, já que a doença pode se manifestar de formas diferentes em cada uma delas. “A doença é muito complexa e a quantidade de tratamentos possui muitos prós e contras que as fazem ter dúvidas de qual escolher. Por isso, é fundamental que elas tenham informação sobre a Endometriose e busquem ajuda médica de qualidade”, explica a médica.
É importante lembrar que a doença afeta, principalmente, as mulheres em idade reprodutiva, de 25 a 35 anos, mas pode atingi-las desde a primeira até a última menstruação. “Portanto, quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maior a chance de a doença não progredir e comprometer a saúde da mulher”, finaliza.
Sobre Evelyn Prete
Evelyn é formada em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Maternidade Jesus, José e Maria de Guarulhos, uma das maiores em volume de partos do estado de São Paulo. Passou por estágios nos hospitais Perola Byngton e Unifesp. No momento está se especializando em Medicina Fetal pela Unidade de Medicina Fetal da Conceptus.
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