‘Dia da Mulher na Ciência’: STEM Brasil incentiva formação de mulheres cientistas
Programa já formou mais de 6 mil professoras; pesquisas mostram maior participação feminina na ciência, mas desigualdade ainda é barreira
Alunos do projeto de iniciação científica do Centro de Excelência Professor Hamilton Alves Rocha, em São Cristóvão (SE)
No Centro de Excelência Professor Hamilton Alves Rocha, em São Cristóvão (SE), a professora de química Patrícia Fernanda Andrade é umas das responsáveis por desenvolver um projeto de iniciação científica que tem gerado resultados, como prêmios em feiras de ciências e investimento externo. Experimentos, como o de extração de óleo da semente da moringa, garantiram, por exemplo, bolsa em universidade privada para três de suas alunas. Iniciativas como a desta educadora, que recebeu formação do STEM Brasil, desenvolvido pela ONG Educando by Worldfund, contribuem para que, cada vez mais, as mulheres façam ciência no país e recebam os méritos, principalmente nesta quinta-feira (11/02), quando é celebrado o "Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência".
Dos cerca de 9 mil educadores capacitados pelo STEM Brasil desde 2009, mais de 6 mil eram professoras. Uma pesquisa da editora científica Elsevier aponta que, em 20 anos, a presença feminina passou de 35% para 44% entre os pesquisadores brasileiros que publicam estudos. Porém, apesar do avanço nas últimas décadas, a disparidade de gênero ainda é patente. Segundo levantamento da Unesco, menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. No Prêmio Nobel, menos de 4% dos laureados na área foram mulheres.
O Índice Anual do Estado da Ciência (State of Science Index - SOSI), elaborado pela 3M e divulgado em outubro, mostrou que a falta de equidade nas carreiras de STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e a desigualdade de gênero e raça são barreiras que impactam o futuro.
No Brasil, iniciativas como o STEM Brasil trabalham para transformar esta realidade. O STEM Brasil é um programa de qualificação de professores da rede pública criado em 2009 e que já capacitou mais de 9 mil professores, sendo a maioria mulheres. "É uma satisfação enorme para a Educando contribuir para superar essas barreiras e reduzir as disparidades de gêneros. Do total de professores que já capacitamos, 62% são mulheres", afirma Kelly Maurice, diretora executiva da Educando.
O STEM Brasil oferece aos docentes formação exclusiva, seguindo uma metodologia própria, que enfatiza a "mão na massa" para dar vida ao currículo obrigatório de ciências e matemática dos estados brasileiros. As técnicas de ensino são baseadas em atividades práticas e facilitam o aprendizado de conceitos teóricos. A metodologia incorpora, ainda, as habilidades do século XXI necessárias ao mundo do trabalho, como resolução de problemas, trabalho em equipe, pensamento crítico e comunicação.
Formada pelo STEM Brasil, Patrícia Andrade destaca que é papel do professor trazer a proximidade da ciência e do cotidiano dos alunos. A partir de um problema social próximo da realidade do aluno, explica, é desenvolvido o trabalho, permitindo que o estudante desenvolva o pensamento crítico e criativo, além de aprender a solucionar os problemas que vão aparecendo. "Não é só conteúdo. Os alunos precisam desenvolver habilidades, e o STEM Brasil mostra exatamente o tipo de habilidade que será trabalhada em cada atividade".
Marcos Paim, diretor do STEM Brasil, afirma que o interesse dos alunos por uma carreira na área científica cresce conforme eles conseguem enxergar a importância daquilo que estão estudando e da ciência no dia a dia. Paim ressalta que, mais do que incentivar o aluno a seguir uma carreira na área de ciências, esse tipo de educação permite trabalhar o aluno para desenvolver habilidades, como solução de problemas e criatividade, cada vez mais valorizadas por empresas.
Sobre o STEM Brasil
O STEM Brasil começou em Pernambuco, em 2009, e já formou ou está formando um total de 8.909 professores em 1.096 escolas de 21 estados brasileiros, alcançando um impacto positivo em mais de 742 mil alunos. O sucesso levou o programa a ser adaptado para o currículo mexicano, e o STEM en México iniciou a formação de professores no país em 2018. Segundo levantamento da consultoria internacional ManpowerGroup, engenheiros e profissionais de TI são cargos em que há grande carência de mão de obra em ambos os países.
O programa oferece aos professores formação exclusiva, seguindo uma metodologia própria, que enfatiza a mão na massa para dar vida ao currículo obrigatório de ciências e matemática dos estados brasileiros. As técnicas de ensino são baseadas em atividades práticas e facilitam o aprendizado de conceitos teóricos. A formação envolve quatro áreas: física, química, biologia e matemática. Cada professor passa por 180 horas de formação distribuídas ao longo de dois anos. "O objetivo do STEM Brasil é incentivar o professor a despertar a sua paixão nos alunos", afirma Kelly Maurice, diretora executiva da Educando.
Sobre a Educando
Inspirando Professores > Criando Líderes > Transformando Vidas
Fundada em Nova York em 2002 como World Development and Education Fund (Educando by Worldfund), a organização não-governamental passou a se chamar Educando em junho de 2018. Desde o início, trabalha em parceria com governos locais para trazer investimentos de empresas privadas para projetos educacionais na América Latina. Em 18 anos, a instituição já capacitou aproximadamente 16.093 educadores de 11.914 escolas no Brasil e no México, com impacto a cerca de 6,3 milhões de estudantes.
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