'Vá de Lenço', da Abrale, conscientiza sobre importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer
Mobilização no Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) também presta homenagem aos pacientes
A Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia realiza na semana do Dia Mundial do Câncer mais uma edição da Campanha Vá de Lenço. A iniciativa homenageia os pacientes oncológicos e estimula a população a se prevenir contra os fatores evitáveis da doença.
A campanha, realizada desde 2017, convida os participantes a fazerem uma amarração com um lenço na cabeça ou em outras áreas visíveis do corpo e postarem uma foto nas redes sociais com a hashtag #vádelenço, alertando para a prevenção do câncer e o papel importante que cada cidadão pode ter no cuidado da própria saúde, com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.
“Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), uma a cada seis pessoas morrem em decorrência do câncer, aqui no Brasil. Nestes últimos meses, por conta da pandemia, tivemos graves problemas nos atendimentos para diagnósticos e tratamento dos pacientes oncológicos no país. É uma realidade bastante complexa. Por isso, precisamos investir cada vez mais na prevenção e evitar o aumento de casos”, afirma a presidente da Abrale, Merula Steagall.
A campanha já conta com o apoio de artistas como Juliana Paes, Sheron Menezes, Larissa Manoela, Carol Castro, Carolina Dieckmann, Any Gabrielly, Duda Riedel; apresentadoras como Fernanda Gentil e Karyn Bravo e figuras do mundo do esporte, como a ex-jogadora Hortência e o time do Red Bull Bragantino também já aderiram à causa. O Movimento Todos Juntos Contra o Câncer e o Instituto Quimioterapia e Beleza também apoiam a iniciativa.
Entre os hábitos que ajudam na prevenção do câncer estão a cessação do tabagismo, a adoção de uma dieta saudável, a manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividades físicas, a vacinação contra o HPV para crianças e adolescentes, evitar a exposição solar desprotegida, realizar os exames preventivos para câncer de colo de útero, mama e próstata, para o público e faixas etárias indicadas, por exemplo, entre outras ações.
O tabagismo é o principal fator de risco para grande parte dos casos de câncer, causando 22% de mortes no mundo pela doença. Para os tumores de pulmão, por exemplo, mais de 90% das pessoas que desenvolvem a doença fumam ou fumaram no passado.
Tendências da Morbimortalidade por câncer de pulmão no Brasil
O câncer de pulmão é dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil e no mundo. Segundo o INCA, é o terceiro tumor mais frequente no país, com 30.200 casos estimados para 2020, estando atrás apenas dos cânceres de mama e próstata. No entanto, é a principal causa de morte por neoplasias no país, sendo a causa de 28.717 óbitos em 2018, com grande impacto na saúde da população brasileira.
Estudo divulgado pelo Observatório de Oncologia sobre o câncer de pulmão avaliou os dados abertos sobre a doença no Brasil entre os anos de 2014 e 2018. Os números mostraram que o tabagismo ainda possui grande relevância na incidência e mortalidade por este tipo de tumor no país, apesar dos avanços vistos nas últimas décadas. “É notório que as políticas antitabaco são fundamentais para redução dos danos do tabaco sobre a saúde, não somente em relação ao câncer de pulmão, mas também em relação a outras doenças associadas”, avalia Nelson Correa, pesquisador e cientista de dados do Observatório de Oncologia.
O CP é diagnosticado tardiamente em todo o mundo. Em países desenvolvidos, como o Canadá e o Reino Unido, a proporção de diagnósticos avançados (estádios III e IV) ocorre em 70% e 76% dos casos. No Brasil, no período analisado, esta proporção foi ainda maior, chegando a cerca de 86%. Apesar desta maior proporção de diagnósticos tardios, estudos indicam que a sobrevida em 5 anos do CP no Brasil é de cerca de 18%, semelhante à de alguns países europeus e dos EUA.
O levantamento também revela que o diagnóstico precoce é um grande desafio para Brasil e que ainda há gargalos em políticas e infraestrutura de saúde para garantir uma maior sobrevida e com mais qualidade aos pacientes de câncer de pulmão.
Um dado sobre as mulheres também chamou a atenção. Os óbitos por câncer de pulmão abaixo dos 50 anos são pouco frequentes, representado apenas 5% das mortes. No entanto, neste grupo, a mortalidade é maior entre o sexo feminino.
“Evidenciamos também que há uma grande disparidade entre o número de pacientes tratados no SUS com o número de óbitos e com as estimativas do INCA. Tais achados comprovam a necessidade urgente de se aprimorar os registros de câncer do país, uma vez que, para serem efetivas, as políticas púbicas de saúde destinadas à prevenção e ao controle do câncer devem ser desenhadas com base em dados epidemiológicos sólidos, consistentes com o mundo real”, ressalta Nelson Correa.
O estudo completo está disponível no link https://observatoriodeoncologia.com.br/tendencias-da-morbimortalidade-por-cancer-de-pulmao-no-brasil/
Sobre a ABRALE
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) foi fundada por pacientes e familiares em 2002, com a missão de oferecer ajuda e mobilizar parceiros para que todas as pessoas com câncer do sangue no Brasil tenham acesso ao melhor tratamento. A atuação da associação é sustentada por quatro pilares: Apoio ao Paciente, Educação e Informação, Pesquisa e Monitoramento e Políticas Públicas.
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