Microbolhas ajudam a detectar vazamentos nas endopróteses utilizadas no tratamento do aneurisma da aorta abdominal
*Ultrassom com contraste de microbolhas é alternativa à tomografia com contraste iodado; Realçador de sinal consegue identificar e classificar o tipo de endoleak com alta precisão e menos riscos ao paciente*
Pacientes que fazem tratamento endovascular do aneurisma da aorta abdominal necessitam de um acompanhamento regular para verificar se há vazamentos (endoleaks) para fora da endoprótese. Normalmente, a tomografia computadorizada com contraste químico é a primeira opção médica para fazer este monitoramento. Alguns pacientes, porém, são alérgicos ao contraste iodado ou possuem déficit na função renal – o que faz com que a administração da substância não seja recomendada para a realização do exame.
Como alternativa à tomografia com contraste iodado, pode ser usado o exame de ultrassom com contraste de microbolhas no pós-tratamento. O agente é usado como realçador de sinal, aumentando a refletividade do ultrassom, e é completamente inerte ao organismo, que as elimina por via respiratória. Para a realização do exame, é necessário apenas um jejum de quatro horas e a única contraindicação é para pacientes com alterações respiratórias graves.
“O contraste de microbolhas não apresenta relatos de reações graves na literatura, podendo ser utilizado até mesmo em portadores de insuficiência renal. Além disso, o exame não trabalha com radiação e tem uma sensibilidade tão grande quanto a tomografia”, explica o médico angiologista Adriano José de Souza, diretor técnico da clínica Ecocenter Medicina Diagnóstica.
De acordo com o especialista, o exame tem aplicações em medicina interna, como na avaliação de lesões hepáticas, em cardiologia, para melhorar a definição da borda endocárdica nos exames de ecocardiografia, e em cirurgia vascular, onde vem apresentando excelentes resultados no controle do tratamento endovascular do aneurisma da aorta abdominal. “Além de apresentar alta sensibilidade na detecção destes vazamentos, chegando a ser superior à angiotomografia, que considerada o padrão ouro, o ultrassom com contraste de microbolhas consegue classificar o tipo de vazamento, importante informação na tomada de decisões”, destaca o médico.
Pioneiro em realizar o exame em Belo Horizonte, Souza chegou a apresentar resultados do teste em Chicago, no maior congresso de radiologia do mundo, o RSNA, e escreveu o capítulo do livro sobre este assunto, no Guia Prático de Ultrassongrafia Vascular. “Vazamentos nas endopróteses representam hoje mais de 70% das intervenções no pós-tratamento. E, quando a aorta se rompe, as situações são tão graves que na maioria das vezes não há tempo de se chegar ao hospital. Por isso, a importância de se fazer o acompanhamento adequado”, ressalta.
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