Dietas restritivas contribuem para o desenvolvimento de transtornos alimentares e engordam, afirma psicóloga
Opções de dietas restritivas existem aos montes e são fáceis de serem encontradas. É comum o desejo por uma redução de peso rápida e a busca por alternativas “milagrosas” para que o objetivo seja atingido.
No entanto, a psicóloga especializada em Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA), Valeska Bassan, que também é coordenadora do AMBULIM na USP, faz um alerta. “Um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento dos Transtornos Alimentares são as dietas restritivas que podem agravar o quadro de obesidade pelo chamado efeito rebote, você se torna um obcecado por comida”, explica.
As pessoas com o Transtorno não conseguem parar de comer mesmo tendo a sensação de saciedade e desconforto abdominal, e é normal queprefira comer sozinha, pois sentem vergonha da falta de controle durante os episódios de compulsão.
A especialista ressalta que o Transtorno Compulsivo Alimentar é diferente da anorexia ou bulimia nervosa. “No primeiro caso a pessoa para de comer, e no segundo a culpa pela compulsão resulta em comportamentos compensatórios, como indução dos vômitos e/ ou excesso de exercício. Todos tem tratamento”, diz.
Ela complementa que é um mito achar que a doença está limitada a pessoas obesas, podendo ocorrer em pessoas com peso normal e ressalta que existem sintomas que merecem atenção. Comer escondido, sentir-se culpado após as refeições, sensação de inadequação junto à sociedade e tentativas fracassadas de dieta são sinais que devem ser levados em conta sempre.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 2,6% da população mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA). O Brasil tem uma das taxas mais altas do mundo, de 4,7%, quase o dobro da média mundial, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a 18 anos.
Já um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra que 77% das jovens apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar, como anorexia, bulimia e compulsão por comer. Cerca de 50% das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas mórbidas.
Levantamento feito pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) revela que pelo menos sete em cada dez brasileiros já tentaram eliminar alguns quilos sem acompanhamento, contudo 95% reconheceram que os médicos e nutricionistas são os profissionais mais confiáveis para indicar uma dieta.
Valeska afirma que a palavra da vez é equilíbrio na alimentação, além da não restrição de nenhum grupo de alimentos, especialmente os favoritos. “Se o paciente gosta de beber álcool, ele não precisa cortar totalmente o consumo, mas sim aprender a consumi-lo de forma prazerosa e consciente, o que ensinamos durante as sessões de terapia”.
De acordo com estudos feitos pela nutricionista, Sophie Deram, PhD em endocrinologia, fazer dietas de restrição alimentar não funcionam. Segundo dados científicos, 95% das pessoas que optam por esse método de emagrecimento voltam a engordar dentro de um período de 6 meses a 2 anos.
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