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Trombofilia: predisposição à trombose em gestantes pode levar a partos prematuros e abortos

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Maria Claudia Amoroso
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Trombofilia: predisposição à trombose em gestantes pode levar a partos prematuros e abortos

Caracterizada pelo aumento do risco de trombose, trombofilia é especialmente preocupante durante a gestação, podendo causar riscos à saúde da mãe e do bebê. Especialistas comentam como identificar e prevenir o problema.

Uma boa circulação é fundamental para que o organismo funcione corretamente, pois, dessa forma, o sangue é bombeado adequadamente para todos os tecidos e órgãos vitais do corpo que necessitam de nutrientes. Porém, certas pessoas possuem uma circulação prejudicada e reduzida, o que pode favorecer o surgimento de problemas como trombose, que, de acordo com a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, são coágulos sanguíneos que se desenvolvem no interior das veias das pernas devido à circulação inadequada. Esta condição é conhecida como trombofilia. “A trombofilia é a tendência do indivíduo a sofrer com trombose. Mas é importante ressaltar que são problemas diferentes. Uma pessoa com trombofilia pode nunca ter uma trombose na vida. E quem sofre com trombose não necessariamente tem trombofilia”, afirma a médica. A condição pode ser um problema genético ou característica individual, mas que se torna agravada ao longo da vida por fatores como uso de anticoncepcionais, terapia hormonal, cirurgias, imobilização e, principalmente, gravidez, representando, nesse último caso, um risco não apenas para a mãe, mas também para o bebê.

Isso porque, além dos riscos comuns da trombose, em que o coágulo pode se desprender da parede da veia e correr pela circulação até o pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode resultar até mesmo em morte súbita, o espessamento do sangue causado pela trombofilia também pode provocar obstrução da circulação do sangue que vai para a placenta. “Caso apenas uma parte das veias da placenta seja obstruída, há uma redução do fluxo de sangue no local com consequente diminuição do fornecimento de nutrientes para o bebê, o que está ligado à redução do crescimento fetal”, alerta a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). “Em casos mais graves, quando grande parte das veias placentárias são obstruídas, pode ocorrer o descolamento da placenta e até mesmo a morte do feto, levando a partos prematuros e aumentando o risco de abortos por repetição”, destaca a ginecologista. Além disso, segundo a médica, a gestante ainda pode desenvolver pré-eclâmpsia, condição comum durante a gestação que causa hipertensão, inchaço, aumento exagerado de peso e perda de proteína pela urina.

E existem fatores durante a gestação que podem aumentar o risco de quem tem trombofilia. “A gestação de gêmeos, por exemplo, aumenta o risco de trombofilia, pois, nesses casos, há maior produção de fatores de coagulação pelo organismo da mulher. Além disso, quanto mais avançada a idade da mulher grávida, maior é o risco de trombofilia”, diz a Dra. Ana Carolina. Alguns hábitos também podem agravar a situação, como a desidratação, que causa o engrossamento do sangue. “O uso de drogas, o tabagismo e o consumo de álcool também favorecem o problema, pois prejudicam diretamente a boa circulação sanguínea. O excesso de peso também figura entre os fatores agravantes, pois o excesso de gordura aumenta estado inflamatório e dificulta o retorno venoso, tornando a circulação venosa mais lenta, aumentando o risco de trombose”, completa a Dra. Aline.

Por isso, é importante ficar atento durante a gestação para evitar a formação de coágulos e de suas consequências. Para quem tem antecedentes pessoais ou familiares de abortos, trombose ou histórico de trombofilia na família, é mandatório o acompanhamento vascular. “Infelizmente, a condição é, na maioria das vezes, assintomática. Porém, um dos principais sinais de alerta é o inchaço repentino e duradouro, principalmente nos membros inferiores. Dor constante, mudança de coloração e aumento de temperatura no local também são sinais da formação de um coágulo”, explica a Dra. Aline. Ocorrências incomuns durante a gestação também podem ser sinal de trombofilia. “Gestantes que sofrem com pré-eclâmpsia antes da 34º semana devem redobrar a atenção. Crescimento reduzido da barriga também é um sinal de alerta, pois representa que o feto está tendo um desenvolvimento inadequado”, afirma a Dra. Ana.

Em caso confirmado de trombofilia, o tratamento é indispensável para garantir a sobrevivência do bebê e o bem-estar da gestante. Mas a abordagem pode variar dependendo da fase da gestação e da gravidade do problema. “Em casos mais graves, por exemplo, é prescrito o uso de anticoagulantes, como heparina e ácido acetilsalicílico, durante toda a gestação para prevenir o espessamento do sangue e a formação de coágulos. Já em casos em que o risco é menor, apenas o acompanhamento redobrado com um pré-natal reforçado é suficiente”, destaca a obstetra. Além disso, em casos de trombofilia diagnosticada, ou seja, quando a mulher já sabe que sofre com a doença, o tratamento pode ser iniciado antes mesmo da gestação. “É importante ainda que a mulher adote algumas medidas antes e durante a gestação para melhorar a circulação. Recomenda-se, por exemplo, que a gestante pare de fumar, consuma bastante água, adote uma alimentação balanceada, realize exercícios físicos regularmente e evite passar muito tempo na mesma posição, seja no horário de trabalho ou em longas viagens, levantando-se de hora em hora para se movimentar um pouco”, aconselha a cirurgiã vascular. De acordo com a Dra. Aline Lamaita, o uso de meias elásticas também pode ser indicado, já que elas comprimem os vasos sanguíneos, melhorando o retorno venoso e, consequentemente, prevenindo problemas vasculares.

Por fim, a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira ressalta que, mesmo com os cuidados e tratamento adequado, a gestação de grávidas com trombofilia é de alto risco. “Por isso, um pré-natal rigoroso é fundamental para garantir a saúde da mãe e do bebê. Além disso, é recomendado o tratamento holístico do paciente, que deve ser acompanhado de perto tanto por um obstreta quanto por um médico vascular”, finaliza.

FONTE: Dra. Aline Lamaita - Cirurgiã vascular e angiologista, é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina.

DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA: Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco.


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