Mitos e verdades sobre o câncer de rim

O câncer de rim pode se desenvolver sem provocar grandes sinais ou sintomas. Assim, costuma ser descoberto ao se realizar exames para investigação de outras doenças. Nesta quinta-feira, dia 18 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Rim, data criada pelo International Kidney Cancer Coalition (IKCC), uma rede global independente de grupos de pacientes, que lança o foco sobre o tema anualmente. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para esclarecer os brasileiros sobre a doença e seus mitos.

A função do rim é filtrar o sangue e eliminar substâncias nocivas ao organismo, além de secretar substâncias importantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a incidência estimada do câncer renal é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. Apenas cerca de 5% dos cânceres de rim são hereditários, ou seja, sua ocorrência é incomum, e muitas vezes ligada ao surgimento de outras doenças e manifestações clínicas.

Entre os sintomas estão sangue na urina (visível ou microscópio), dor lombar de um lado, fadiga, anemia, perda de peso e apetite, entre outros.

Conheça os mitos e verdades sobre o câncer de rim:

- A Covid-19 pode causar câncer no rim.

MITO. Já se encontrou evidências de que a Covid-19 pudesse afetar agudamente o funcionamento dos rins, mas, até o presente momento, não se conhece associação desta doença com uma maior chance de desenvolver o câncer renal.

- A obesidade aumenta o risco para a doença.

VERDADE. Um estudo publicado na revista British Journal of Cancer, em 2019, revelou que tanto o aumento do peso, como o aumento de circunferência abdominal se relacionaram a maior chance de apresentar câncer renal.

- Quem fuma tem mais chances de desenvolver o câncer de rim.

VERDADE. Novos estudos revelaram que os pacientes com doença que já se espalhou pelo corpo vivem quase um ano a menos se continuarem a fumar durante o tratamento.

- Pedras nos rins propiciam o aparecimento da doença.

MITO. Apesar de que ainda se procure causas possíveis para o câncer de rim, aparentemente este não se relaciona com infecções ou, mesmo, com os cálculos (pedras) urinários. Existe um outro tumor, não considerado do rim, e sim, da via excretora, que pode ser causado por infecção crônica por infecção e pedra.

- Pacientes com insuficiência do funcionamento dos rins, seja na fase antes da diálise ou que já estejam em longo período de diálise, têm maiores chances de desenvolver a doença.

VERDADE. A falência renal leva ao aumento do stress oxidativo e a deficiência dos mecanismos de reparo do mesmo. A lesão celular causada pelo stress oxidativo pode levar ao aparecimento do câncer.

- Pressão alta aumentada o risco para o câncer de rim.

VERDADE. Estudos epidemiológicos apontam para isso, mas os mecanismos ainda não estão claros. A hipótese é que a falta de oxigênio renal ocorra devido à obstrução da microcirculação pela hipertensão arterial crônica, o que leva ao aumento do estresse oxidativo, lesão celular e câncer.

- Trabalhar ou manipular alguns elementos químicos, como cádmio - baterias, soldas, tintas, etc. - sobretudo se o indivíduo for fumante, aumenta a chance de câncer de rim.

VERDADE. São agentes que podem causar dano ao DNA e gerar diversos tipos de tumor, incluindo o de rim.

“Duas causas do dia a dia podem ser evitadas com o objetivo de prevenir o câncer renal, o tabagismo e o aumento do peso. Temos que nos cuidar. Não fumar e ter uma alimentação saudável, comer frutas e verduras (antioxidantes) são as chaves para a redução do risco de muitas doenças”, afirma o Coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU, Dr. Rodolfo Borges dos Reis.