Cigarro está associado a disfunção erétil e câncer de bexiga
No Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, urologista alerta que mais de 70% dos casos de câncer de bexiga estão relacionados ao cigarro. E estudo apresentado este ano mostra que função erétil é diretamente proporcional ao grau de exposição ao hábito de fumar
O cigarro é o maior responsável por cerca de 50 doenças, das quais diversos tipos de câncer. No Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, 31 de maio, o urologista Dr. Henrique Rodrigues, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, alerta que o tabagismo pode aumentar de 50 a 70% os riscos de tumor de bexiga, além de causar problemas de ereção.
O cigarro contém mais de 4 mil substâncias tóxicas. Estimativas apontam que no Brasil cerca de 157 mil pessoas morram por ano precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo.
Câncer de bexiga
A estimativa do Inca para este ano é de 10.640 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.590 em homens e 3.050 em mulheres. O alerta também vale para fumantes passivos.
“O principal sinal de presença desse tipo de tumor é sangue na urina (chamada hematúria), que pode ser acompanhado de dor e urgência para urinar”, alerta Dr. Henrique Rodrigues.
Entre os exames para diagnóstico estão exame microscópico de urina, ultrassonografia, cistoscopia (visualização interna da bexiga) e biópsia. O tratamento consiste na retirada da área comprometida (ressecção transuretral). Se o tumor for do tipo invasivo, pode ser necessária radioterapia, quimioterapia ou até mesmo retirada da bexiga. Nesse caso, é possível reconstruir o órgão com tecido do intestino.
Dificuldade de ereção
A disfunção erétil ocorre quando o homem não consegue manter ereção para possibilitar uma atividade sexual satisfatória. O hábito de fumar afeta o sistema vascular, paredes das veias e artérias e aumenta a formação de placas nas artérias, dificultando a circulação sanguínea. Outros fatores que corroboram são a hipertensão e o diabetes, enfermidades que também decorrem do tabagismo e que causam danos às artérias.
“Com o passar dos anos, o fumo vai provocar entupimento também dos vasos do pênis, e isso vai impedir que o sangue chegue com força aos corpos cavernosos, dificultado a ereção”, explica o urologista.
Estudo publicado este ano no International Brazilian Journal of Urology mostrou que a função erétil é diretamente proporcional ao grau de exposição ao hábito de fumar e que parar de fumar melhora a função sexual masculina em todas as faixas etárias de 30 a 60 anos. Foram avaliados 181 pacientes.
Outro estudo publicado no Journal of Sexual Medicine em 2019 com 3.971.122 participantes apontou que um estilo de vida não saudável, marcadores genéticos e condições de saúde estão associados à disfunção erétil.
De acordo com Dr. Henrique Rodrigues, além de cessar o tabagismo, para evitar a disfunção erétil, é aconselhável manter uma dieta equilibrada, praticar atividade física regularmente e não abusar do consumo de bebidas alcoólicas.
Sobre o Dr. Henrique Rodrigues, urologista
Formado em Urologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Dr. Henrique Rodrigues é membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e membro da Associação Americana de Urologia e da Associação Europeia de Urologia. Com atuação consolidada nas áreas de uro-oncologia, sexualidade, endourologia (cálculo renal) e andrologia (DAEM, reposição hormonal etc.), Dr. Henrique Rodrigues foi diretor da Sociedade Brasileira de Urologia entre os anos de 2008 e 2012, buscando de forma contínua contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico voltado ao diagnóstico e ao tratamento de distúrbios e doenças do sistema urológico.
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