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Jovens modificam hábitos de fotoproteção após aplicativo projetar envelhecimento da pele, diz estudo

  • Quarta, 27 Mai 2020 18:39
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Guilherme Zanette
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Pesquisa com jovens brasileiros mostrou a influência dos raios do sol na pele envelhecendo a imagem de selfies de adolescentes de duas formas: com e sem o uso do protetor solar. Projeção de pele mais envelhecida sem o uso do protetor fez jovens repensarem hábitos de cuidados com o sol

Apesar dos constantes avisos com relação ao envelhecimento precoce por conta da ação danosa dos raios solares, muitos brasileiros, sobretudo os mais jovens, negligenciam o uso do fotoprotetor – muitas vezes deixando de usar até mesmo na praia. Mas o novo estudo Effect of a Face-Aging Mobile App–Based Intervention on Skin Cancer Protection Behavior in Secondary Schools in Brazil, que acaba de ser publicado no JAMA Dermatology, fez um experimento com jovens brasileiros e parece ter achado a maneira mais eficiente de convencer esses adolescentes: um aplicativo que envelhece a selfie com e sem uso do fotoprotetor. “Como a pele fica evidentemente mais envelhecida na projeção da imagem sem uso do fotoprotetor, o estudo randomizado de adolescentes do ensino médio no sudeste do Brasil concluiu que o uso diário de filtro solar aumentou entre aqueles que foram instruídos a usar um aplicativo móvel gratuito para envelhecimento da face. Houve um aumento de 15% para 23% no uso do protetor nos 6 meses subsequentes”, afirma a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Além disso, também houve uma quase duplicação na proporção de adolescentes que realizaram pelo menos um autoexame cutâneo entre aqueles que foram ensinados a usar o aplicativo de envelhecimento da face (25,1% a 49,4%), segundo os pesquisadores. O aplicativo utilizado no estudo foi o Sunface-UV-Selfie.

O estudo incluiu 1.573 alunos de oito escolas secundárias em Itaúna, em Minas Gerais. O envolvimento em comportamentos de risco para a pele também diminuiu, com um declínio significativo nas taxas de bronzeamento - de 18,8% para 15,2% (P = 0,04), informou a equipe. Por outro lado, nenhum desses comportamentos de proteção da pele mudou no grupo de adolescentes que não usavam o aplicativo. Curiosamente, o uso do aplicativo de envelhecimento da face foi muito mais eficaz entre as meninas do que nos meninos.

O aplicativo tira uma foto frontal do rosto e seleciona o tom de pele entre seis opções de classificação. Os usuários podem ver uma imagem simulada de como ficariam depois de 5, 10, 15, 20 ou 25 anos no futuro e como as imagens diferem se a pessoa usou ou não a proteção solar ou se bronzeava semanalmente. “As imagens simuladas apresentam ao usuário graus variados de rugas, manchas senis, descoloração e perda de volume, além de mostrar manchas pré-cancerosas e cancerígenas no rosto. O aplicativo também inclui um recurso que mostra como os riscos de câncer de pele aumentam de acordo com essas três práticas de pele - por exemplo, o bronzeamento semanal aumentaria o risco de melanoma e carcinoma em 4,12 e 2,5 vezes, respectivamente”, afirma a Dra. Kédima.

O estudo foi feito no Brasil, segundo os autores, por conta de alguns motivos, como: muitas pessoas com ascendência europeia no Brasil, que estão em alto risco; alta incidência de melanoma no país com baixa detecção; e pouca consciência do melanoma. “Além disso, temos que considerar a alta incidência dos raios UV no Brasil”, completa a médica.

Metade dos estudantes foi submetida a uma intervenção na escola, na forma de um módulo de 45 minutos, sobre o uso do aplicativo Sunface e comportamentos de proteção solar fornecidos por estudantes de medicina. Entre os 734 adolescentes deste grupo de intervenção, quase 20% relataram ter tido uma sessão de bronzeamento nos últimos 30 dias. Entre os adolescentes que usaram o aplicativo, suas selfies alteradas e envelhecidas foram apresentadas na frente da classe para todos os colegas de classe.

De acordo com a Dra. Kédima Nassif, o uso da tecnologia pode inclusive ser feito no consultório, o que ajudaria a convencer os adolescentes e jovens da importância do uso diário do protetor solar. "Como tirar selfies e usar filtros para modificá-las são atividades populares dessa faixa etária, uma intervenção baseada em aplicativo móvel para selfie os envolve com tecnologia compatível com seus hábitos cotidianos", diz a médica.

Por fim, a médica lembra que, além de usar o protetor solar, é necessário aplicá-lo corretamente, enfatizando dois erros costumeiros na proteção solar. “A maioria das pessoas aplica apenas de 25 a 50% da quantidade recomendada de filtro solar. Para obter a proteção do fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm2. De forma prática, se pensarmos em rosto, equivale a uma colher de café cheia”, conta a Dra. Kédima. No caso do corpo, o consenso é aplicar: uma colher de café no braço e antebraço direitos; uma colher no braço e antebraço esquerdos; duas colheres no torso (1 para a frente e 1 para as costas); duas colheres para a coxa e perna direitas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás); e duas colheres para coxa e perna esquerdas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás). “Aplique o protetor solar 15 minutos antes da exposição ao sol e reaplique sempre a cada duas horas, após o mergulho ou depois de transpirar bastante.”

Outro erro é aplicar apenas quando está no sol. Os raios ultravioleta, dos quais estamos nos protegendo quando usamos filtros, são emitidos todos os dias, inclusive nos dias nublados. “Para proteger sua pele e reduzir os riscos, aplique protetor solar toda vez que estiver em ambiente de fotoexposição direta. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento de câncer de pele, além de todos os danos relacionados ao sol, inclusive o envelhecimento precoce”, finaliza a Dra. Kédima.

FONTE: DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.


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