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O que você faria?

Que tal imaginarmos que, por alguma circunstância qualquer, recebamos a notícia da certeza de que em oito dias, num mês ou num ano o mundo chegará ao fim.

Nenhum indivíduo sobreviverá.

Que faríamos nós?

Trabalharíamos por nosso próprio progresso, por nossa instrução?

Entregar-nos-íamos ao trabalho, à profissão?

Continuaríamos respeitando os direitos, os bens, a vida do nosso semelhante?

Será que nos submeteríamos a alguma lei ou autoridade, por mais legítima que fosse?

Haveria para nós, nessa situação terminal, qualquer dever?

Possivelmente não, se ainda vivermos de acordo com o materialismo.

Nossa tendência seria a de aproveitar a vida não medindo consequência alguma.

Por que fazer algum esforço, por que fazer sacrifício? Por que buscar conquistar algo de valor, se tudo logo se perderá com o fim inevitável?

Curiosamente, e por mais estranho que possa parecer, grande maioria de nós vive dessa forma, mesmo sem perceber.

Mergulhados no agora, no imediato, no gozar a qualquer custo e na busca pelo prazer, custe o que custar, agimos de acordo com essa perspectiva niilista.

O niilismo se configura numa negação da vida.

A palavra niilismo vem do latim nihil e significa nada. Comumente ligado ao comportamento e à ética, pode se classificar como uma corrente ou doutrina filosófica.

Também como uma postura, uma atitude frente à vida.

Pela crença no nada, concentramos todos os nossos pensamentos, forçosamente, na vida presente.

Na postura niilista, encaramos a vida com indiferença. Criticamos o que há à nossa volta, afirmando que tudo é falso porque é tudo artificial.

Para o pensador Nietzsche, por exemplo, o niilismo é o sintoma do adoecimento do homem.

Poderíamos perguntar então: qual seria a outra opção?

O oposto de tudo isso é a ideia de uma vida futura, já trazida por tantos e tantos sábios ao longo das eras. E enaltecida pelo Mestre Jesus.

O entendimento de uma vida futura mostra que a morte só destrói o corpo e que o Espírito sobrevive.

Implica também em saber que seremos na vida futura aquilo que nós mesmos fizemos de nós nesta vida.

Que as qualidades morais e intelectuais adquiridas permanecerão conosco.

Que nos livrarmos de alguma imperfeição aqui será um passo a mais para a felicidade.

* * *

A nossa felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência, esta breve passagem pelo planeta.

Vejamos, assim, que a perspectiva é totalmente outra.

Isso não nos impede de aproveitar a vida atual, com todos os seus momentos importantes.

A perspectiva da vida futura propõe mudarmos os valores, propõe que você e eu questionemos o que realmente queremos para nós.

Propõe que entendamos o que é aproveitar a vida, verdadeiramente, com todas as suas nuances de beleza, de progresso, de construção para o bem.

Que tal pensar o que você faria se soubesse que o mundo está no fim?

Redação do Momento Espírita, com base no cap. I do
livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 16.9.2020.


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