Reforma Tributária: diferenças regionais na implementação podem gerar impacto desigual entre empresas brasileiras
O avanço da Reforma Tributária abriu um novo capítulo na organização fiscal do país, mas a transição não será uniforme. Estados estão adotando ritmos distintos de regulamentação, interpretação e implementação do novo modelo de tributação, o que cria um cenário de assimetria entre empresas que atuam em regiões diferentes. Para 2025 e 2026, isso significa que negócios semelhantes podem enfrentar exigências, riscos e custos desiguais dependendo do estado em que operam.
A tributarista Edna Dias, que atua há mais de duas décadas na consultoria preventiva, observa que a falta de padronização já começa a impactar a rotina das empresas. “Os estados estão caminhando em velocidades diferentes na preparação para o IBS e para a CBS. Alguns já avançaram na definição de regras e ajustes tecnológicos, enquanto outros ainda analisam diretrizes gerais. Isso cria um ambiente em que empresas que atuam em mais de uma região precisam lidar com entendimentos distintos”, afirma.
Segundo Edna, a assimetria regulatória tende a gerar diferenças no modo como documentos fiscais serão validados, no tratamento de benefícios regionais e na velocidade de adaptação dos fiscos locais. “As empresas dependem de previsibilidade. Quando cada estado interpreta a transição de maneira própria, o risco de inconsistências fiscais aumenta. Isso afeta fluxo de caixa, gestão de créditos e precificação”, explica.
Empresas com forte presença regionalizada, como varejo, distribuição, logística, agronegócio e indústria leve, devem perceber esse impacto de maneira mais intensa. Edna destaca que o momento exige revisão cuidadosa de operações por estado. “É fundamental mapear como cada unidade da federação está conduzindo a transição. Diferenças aparentemente pequenas, como critérios de enquadramento ou ajustes de sistemas locais, podem gerar erros fiscais relevantes”, afirma.
A especialista enfatiza que a prevenção será decisiva. Para ela, empresas preparadas terão menor probabilidade de autuações e poderão aproveitar melhor as oportunidades trazidas pelo novo sistema, especialmente em relação ao aproveitamento de créditos e ao planejamento de margens.
Edna considera que 2025 será um ano de ajustes operacionais e que 2026 consolidará o novo modelo. “O período de transição exige monitoramento contínuo de normas, revisão de processos e atualização tecnológica. A clareza sobre as diferenças regionais será determinante para iniciar a reforma com segurança”, conclui.
Sobre Edna Dias
Edna é advogada tributarista com mais de 22 anos de experiência na área, com foco em consultoria preventiva, treinamentos e palestras. Formada também em Ciências Contábeis, possui especializações em Direito Tributário, Finanças e Controladoria.
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