Lisandra Barbero

Eduardo Vilarim

Diário Econômico

O Diário de hoje comenta os impactos do tom mais rigoroso da ata do Copom sobre a curva de juros, a queda do setor de serviços divulgada pelo IBGE nesta manhã e a promulgação da PEC dos Precatórios, que passa por pequenas mudanças na Câmara.

Comentário Original

Mercados. Ativos locais abrem com viés positivo depois da piora generalizada de ontem. Para a curva de juros, o tom rigoroso da ata do Copom, reforçando juros altos e por mais tempo, contrasta com a forte queda do setor de serviços em outubro; os vencimentos mais longos retomam a tendência de queda observada desde o mês passado. O real continua no embate entre as saídas de recursos de fim de ano versus a perspectiva de carrego maior dos juros locais. Nem a nova atuação do BC, com venda de US$ 905 milhões em leilão à vista não programado, evitou a desvalorização de mais de 1% ontem. Por fim, destaque para a valorização do futuro do Ibovespa essa manhã, sem grandes explicações além da descompressão da curva de juros longa.

Mudanças na PEC. Líderes da Câmara se reunirão hoje para discutir quais pontos aprovarão da proposta da PEC dos Precatórios, mas buscam formas de autorizar o governo federal a não pagar todas as suas dívidas judiciais (precatórios) por 15 anos e não apenas em 2026, conforme aprovado pelo Senado. De acordo com técnicos legislativos, o Senado aprovou o limite até 2026 de forma a impedir que a Câmara mude o prazo pois o projeto teria que passar por nova votação no Senado.

Fundo eleitoral. Ontem, partidos do Centrão se uniram para derrubar dos vetos presidenciais ao aumento do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões e ameaça atrasar a votação do Orçamento de 2022. Obstruíram, também, a sessão que aprovaria o projeto do Vale-Gás, com a liberação de crédito de R$ 300 milhões no orçamento. Segundo Estadão, a ordem é não votar nem o relatório geral do Orçamento de 2022 antes da derrubada do veto.

Reajuste salarial. O governo prepara um reajuste salarial para integrantes da PF, PRF e Depen, categorias consideradas integrantes da base de Jair Bolsonaro, que tentará reeleição em 2022. Os percentuais do reajuste ainda estão sendo fechados pelo Ministério da Economia e pelo Ministério da Justiça.

Serviços. Conforme divulgado hoje pelo IBGE, o setor de serviços contraiu 7,5% na comparação interanual de outubro, o equivalente a uma queda de 1,2% ante setembro, na série livre de efeitos sazonais. O resultado veio abaixo tanto das nossas expectativas quanto do consenso do mercado (ambas em 9,6%). Apesar dos serviços prestados às famílias avançarem (2,7% m/m), as demais aberturas contraíram na margem, com destaque para outros serviços (-6,7% m/m).