Litro da gasolina sobe R$ 0,15 nas refinarias da Petrobras e o novo valor será de R$ 1,98 para as revendedoras
FUP avalia que esse é apenas um sinal do que ocorrerá com a privatização da companhia, ao ficar refém do mercado internacional e da alta do barril de petróleo. Ineep vê com preocupação uma possível retomada da volatilidade de preços no mercado interno, caso as pressões dos importadores deem resultado
A Petrobras reajustou o preço médio do litro da gasolina vendida nas refinarias em R﹩ 0,15. O novo valor será de R﹩ 1,98 para as revendedoras e entrará em vigência a partir de hoje. O preço final aos motoristas dependerá de cada posto de combustíveis, que tem suas próprias margens de lucro, além do pagamento de impostos e custos com mão de obra.
De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, o reajuste ocorreu depois que o mercado privado pressionou a Petrobrás a subir ainda mais o preço para viabilizar a privatização do Brasil. Na última semana, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) recorreu ao órgão de defesa da concorrência contra a Petrobras. A entidade protocolou ofício na sexta-feira no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e na Agência Nacional do Petróleo (ANP) contra a estatal. O motivo da representação é que os importadores avaliam que a Petrobras está vendendo diesel e gasolina às refinarias no Brasil com preços abaixo das cotações no mercado internacional, o que afeta a concorrência. No ofício, a Abicom pediu para que sejam feitas análise dos valores praticados pela petroleira.
"Essa é uma amostra do que acontecerá com o país caso a privatização avance: sem compromisso com a responsabilidade social, apenas com o lucro. Ou seja, com a privatização a tendência é que o preço dos derivados aumente ainda mais. O projeto de petróleo que o país está seguindo é o de submissão ao mercado internacional, sem o mínimo debate sobre os interesses externos", afirmou Bacelar.
Segundo avaliação do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), os aumentos estão refletindo a alta do preço do barril de petróleo. Porém, é fato que a Petrobrás tem adotado periodicidades diferentes para ajustar gasolina, gás e diesel. Os ajustes do diesel estão mais lentos que os da gasolina,o que pode sinalizar preocupação da Petrobrás com os caminhoneiros, que ameaçam greve nacional.
"A companhia vem, de maneira geral, seguindo o PPI e a política de preços que tem feito há um tempo, mas a periodicidade dos reajustes não é tão mais frequente como era e são diferentes para cada um dos derivados. Com isso, há uma pressão dos importadores que sofrem com essa defasagem de reajustes e perdem competitividade no mercado nacional. Em resumo, está havendo uma disputa entre os importadores, que estão pressionando a Petrobrás, e do outro lado o consumidor, que acaba sendo atingido diretamente pela alta dos preços dos combustíveis e pagando a conta", complementa Rodrigo Leão, coordenador do INEEP.
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