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Brasil não é o maior consumidor de pesticidas

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Camila Lopes
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Por José Otavio Menten, Presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia, Pós-Doutorado em Manejo de Pragas e Biotecnologia e Professor Associado da ESALQ/USP

Existe uma difusão de informações que não são verdadeiras. São as chamadas “fake news”. De acordo com o jornalista Herton Escobar, especializado em ciência e meio ambiente, “dar voz a mentira não é imparcialidade, é irresponsabilidade”. Embora a verdade nem sempre seja óbvia, é preciso buscar fontes seguras e valorizar a opinião dos especialistas.

O Brasil é o único país do mundo a denominar os produtos, tanto químicos como biológicos, usados na proteção de plantas, como “agrotóxicos”. No mundo inteiro são conhecidos como pesticidas, praguicidas, defensivos agrícolas, agroquímicos, etc.

A nova legislação, já aprovada em Comissão Especial e pronta para ser avaliada pelo Congresso Nacional, propôs o termo “pesticida”. Provavelmente não o mais adequado, mas melhor que “agrotóxico”, que apresenta uma conotação negativa, que induz a sociedade a uma imagem inadequada e distorcida.

Alguns produtos usados na agricultura também são utilizados como domissanitários e medicamentos. São os mesmos ingredientes ativos em formulações diferentes. Pior ainda é chamar os protetores das plantas de “veneno”.

O consumo dos produtos fitossanitários deve ser expresso na quantidade utilizada nas plantações e que pode ser mensurado em kg de ingrediente ativo por hectare (10.000 m²) e gramas por tonelada de alimento produzido.

Não tem sentido expressar o consumo em termos de quantidade por habitante, já que não são aplicados nas pessoas, e sim nas plantas. Outro aspecto importante é que os produtos comerciais, utilizados pelos agricultores, têm cerca de 50% de “inertes”, que são substâncias sem atividade biológica (solventes, componentes aditivos, etc).

Também há necessidade de se utilizar dados de venda confiáveis, que retratem o que de fato foi utilizado. Assim, a fonte mais segura é o SINDIVEG, que mostra que, em 2017, foram vendidos no Brasil 886.200 toneladas de produtos comerciais e 454.000 toneladas de ingredientes ativos (IAs).

Desta forma, conhecendo-se a área onde estes produtos foram aplicados e a produção vegetal nesta área é possível calcular os indicadores de consumo.

As notícias que circulam informando que cada brasileiro consome 5,2 litros de “agrotóxico” por ano não tem o menor sentido. Em algumas regiões do Brasil há informações de “consumo” de 7,2 litros/pessoa/ano.

E que o Brasil é o maior consumidor, também não tem base técnico-científica.

O Brasil é líder de vendas, mas tem uma área cultivada, e uma produção vegetal muito grande, o que confere um consumo “ranqueado”, no mundo, entre o 7º e 51º lugar, dependendo dos índices utilizados. Considerando kg de IA/ha, o valor no Brasil é de 3,2, enquanto na Holanda é 20,8; Japão, 17,5; Bélgica, 12; França, 6; Inglaterra, 5,8; Alemanha, 4; e Estados Unidos, 3.

As informações que não retratam a verdade vêm prejudicando a imagem da agricultura brasileira para a população e para os importadores. O agro é importante em termos econômicos e sociais (23% do PIB, 40% das exportações e 20% dos empregos) e também ambientais (matas nativas ocupam 66% da terra brasileira, cabendo à agricultura apenas cerca de 7%).

Não há evidências científicas de intoxicação de pessoas e problemas ambientais relevantes quando os pesticidas são usados corretamente. Assim, os alimentos produzidos no Brasil são considerados saudáveis e têm contribuído para uma vida mais longa e com boa qualidade dos brasileiros e da população mundial, que consome, cada vez mais, alimentos produzidos no Brasil.

Sobre o CCAS

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel.


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