Blindagem de IoT: startup mineira apresenta no Futurecom solução que usa blockchain e certificação digital para segurança da IoT

A expansão da IoT – que conecta de celulares e TVs até câmeras, medidores de energia e sistemas de mobilidade – trouxe consigo vulnerabilidades críticas. Sem proteção adequada, esses dispositivos podem ser invadidos e hackeados, expondo dados sensíveis da população (como CPF, endereço e até credenciais bancárias) e colocando em risco serviços essenciais. Casos recentes no exterior mostram como ataques a sistemas de utilities e até a redes de energia solar podem comprometer cidades inteiras ou gerar sequestros digitais em troca de resgate. Mais recentemente, a empresa de cibersegurança Claroty analisou o malware Fuxnet, usado por hackers ucranianos contra uma companhia russa de infraestrutura subterrânea, evidenciando como softwares maliciosos direcionados a sistemas industriais também podem ser aplicados em contextos críticos.

A Plataforma Automatrust, tecnologia pioneira no Brasil, surge para enfrentar esse desafio: cada dispositivo protegido pela solução recebe uma identidade digital única (“RG eletrônico”) e passa a registrar suas medições em uma trilha criptografada, imutável e juridicamente válida. Isso garante que informações como consumo de água ou energia sejam não apenas invioláveis, mas também aceitas como prova em disputas legais ou auditorias regulatórias.

Desenvolvida pela CERMOB, grupo mineiro especializado em cibersegurança para dispositivos de Internet das Coisas (IoT), a Automatrust é apresentada no FUTURECOM 2025 em parceria com a ABINC (Associação Brasileira da internet das coisas). A empresa utiliza certificação digital como base de sua tecnologia para garantir segurança e integridade de dados. A tecnologia já possui histórico comprovado no Brasil: desde 2022, foi implantada em bombas de combustível, atendendo a uma portaria do Inmetro que exige proteção contra fraudes. A solução impede manipulações que fazem consumidores pagar por mais combustível do que recebem. Atualmente, a CERMOB mantém contrato de dez anos com o maior fabricante de bombas do país para expandir o modelo.

“Estamos falando de mais do que cibersegurança: é confiança pública que se traduz em irrefutabilidade metrológica. Quando uma família recebe sua conta de energia ou água, precisa ter certeza de que aqueles dados são autênticos, irrefutáveis e juridicamente válidos”, afirma Alexandre Siffert, CEO da Cermob.

Além dos postos de combustíveis, a empresa conduz provas de conceito com concessionárias de gás, energia e água, além de testes em radares veiculares e sistemas de pesagem. A meta é blindar desde a medição residencial até equipamentos de mobilidade urbana, fortalecendo a confiança entre concessionárias, reguladores e cidadãos.

“Um dos diferenciais da nossa tecnologia que é que além de trazer a confiança nos dados e a segurança contra hackeamento é a simplicidade da sua aplicação. O equipamento é um chip, que pode ser instalado em qualquer dispositivo conectado, desde uma balança de pesagem rodoviária até um medidor de água.”, acrescenta Siffert.

Ao oferecer dados rastreáveis, auditáveis e impossíveis de adulterar, a Automatrust abre espaço para uma nova era de governança digital em setores altamente regulados. A solução também é aderente às exigências de legislações como a Sarbanes-Oxley (SOX), aumentando a transparência e a confiabilidade das auditorias em empresas de capital aberto e órgãos de controle.

Com aplicações que vão de utilities à Indústria 4.0, a CERMOB posiciona o Brasil na vanguarda da segurança digital em serviços críticos, reforçando o papel do país no ecossistema global de smart cities (cidades inteligentes).