Uso da Inteligência Artificial impulsiona novas formas de crimes virtuais
Com IA, criminosos replicam rosto e voz de qualquer pessoa para aplicar golpes virtuais, que visam obtenção de dinheiro e dados de vítimas
A tecnologia digital, enquanto fenômeno relativamente recente na história, surgiu como um facilitador para uma infinidade de tarefas humanas. Mas, ao mesmo tempo, abriu possibilidades até então impensáveis de crimes, abusos e ameaças. A Inteligência Artificial (IA) vem nessa mesma esteira. Considerada como uma revolução, ela já é usada como uma ferramenta poderosa para manipulações, fraudes e golpes, que não poupam sequer grandes empresas.
O uso mal-intencionado da IA se baseia principalmente na imitação da imagem e voz das pessoas para angariar dinheiro ou dados das vítimas. Essas características são emuladas de forma tão convincente que é muito difícil distinguir o que é real e o que é falso. Para se ter uma ideia, a imitação da voz de uma pessoa pode ser feita a partir de ferramentas de código aberto gratuitas e, quando aliada à imagem dessa mesma pessoa, criminosos têm um prato cheio para aplicação de golpes e fraudes, tendo o poder de se fazer passar por qualquer pessoa de forma convincente e até mesmo em tempo real, inclusive em chamadas de vídeo.
De acordo com o professor de Engenharia de Software do UniBrasil e Mestre em banco de dados, Mozart Hasse, hoje já não basta mais apenas não acessar conteúdos inadequados ou não responder mensagens de desconhecidos para cair em golpes. A IA elevou o crime a um nível muito mais sofisticado e perigoso.
“Hoje em dia para se copiar a voz de alguém de maneira bastante convincente, você precisa basicamente de uns 15 segundos dessa pessoa falando. Então quando receber uma ligação de um desconhecido, se não for uma pessoa que você conhece, não fique ‘batendo papo’ com essa pessoa, porque ela pode tanto coletar informações sobre a sua vida pessoal, quanto a sua própria voz, e a partir desse momento já pode usá-la para ligar para alguém se fazendo passar por você”, alerta.
E isso pode ser só o começo de golpes ainda maiores. Isso porque se a vítima primária mantiver contato com potenciais vítimas de maior poder aquisitivo, a primeira pode ser usada como uma “ponte” para o objetivo final, que é chegar em autoridades ou grandes executivos, por exemplo. Em geral, esse tipo de golpe não é aplicado em apenas uma etapa. Muitas vezes eles são arquitetados ao longo do tempo e com uma coleta anterior de dados muito minuciosa.
Não é incomum os golpes não comecem pela vítima em si, mas sim por pessoas próximas.
“Para se chegar a uma autoridade ou em um grande executivo, normalmente se começa pelos empregados, pelos conhecidos ou pelos amigos e isso acaba convencendo a vítima final de que ela está falando com uma pessoa confiável e aí ela pode vir a depositar dinheiro, transferir bens ou fornecer senhas de acesso a outros recursos de valor”, destaca.
Como as pessoas têm a tendência de confiar no que lhe é familiar, a dificuldade para evitar cair em golpes é cada vez maior. “Normalmente o criminoso pode ir coletando diversos dados e ir cruzando, aí ele descobre quem é seu irmão, quem é o seu filho, quem é parente e, uma hora, ele chega em um sobrenome famoso ou descobre onde você trabalha. Aí verifica se você conhece o dono da empresa ou algum diretor e vai escalando, vasculha redes sociais e pega alguém que é capaz de movimentar um milhão de reais e de uma hora para outra ganhar o mês inteiro”, adverte Mozart.
Algumas atitudes podem ser o diferencial para não cair em golpes
Mozart destaca algumas atitudes básicas para evitar cair em golpes, uma vez que que o principal vetor de interesse dos criminosos não é somente o dinheiro, mas sim os dados das vítimas. “No celular, o principal é evitar instalar qualquer aplicativo. Instale somente aqueles que você efetivamente vai usar. Ao instalar um aplicativo sempre verifique as avaliações, quantas pessoas fizeram o download dele e quem é o fabricante. Colocou no seu celular, literalmente o aplicativo pode ter acesso à sua vida”, pondera.
Outra dica dada por ele é manter o celular sempre com senha de bloqueio, principalmente se nele tiverem aplicativos bancários, que devem ter dupla autenticação para serem acessados. “Eu recomendo até que você tenha dois celulares. O celular que você movimenta a conta bancária não tire de casa”.
Formação acadêmica em tecnologia por um futuro tecnológico seguro
Para o professor, a formação acadêmica em áreas relacionadas à tecnologia é fundamental para que os desafios que ela impõe sejam enfrentados de forma ética e segura. “O aluno deve, primeiro, ter consciência do impacto social desse tipo de atividade e, no caso específico de engenharia de software, ele vai aprender jeitos seguros de construir aplicativos que não deem margem a golpes. Por exemplo, eles constroem mecanismos de dupla autenticação em que se passa um código através de um outro meio de comunicação para conseguir acesso a alguma aplicação, constroem aplicações com segurança e criptografia de forma que os dados não fiquem passeando publicamente pela Internet. No meio acadêmico, o importante é o aluno ter a formação necessária para saber como criar e como reconhecer uma aplicação segura”, conclui.
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