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Venture debt: o modelo de aporte financeiro que chega ao Brasil para impulsionar as startups

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Manuel Quilarque
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Financiamento permite que empresas captem recursos sem a diluição acionária dos investidores atuais

O ecossistema de startups do Brasil ganhou, recentemente, mais um modelo de aporte financeiro para acelerar seu crescimento: o venture debt, comum nos Estados Unidos e que é uma nova oportunidade para as empresas inovadoras no Brasil.

O modelo consiste em uma captação de dívida customizada com juros mais baixos do que o tradicional, com garantias e prazos condizentes com a realidade das startups. O foco do investidor é ajudar a empresa a crescer e, ao mesmo tempo, manter uma base sólida.

A grande diferença do venture debt em relação ao venture capital, que já está mais consolidado no país, é que a startup consegue captar recursos sem uma diluição acionária dos investidores atuais – em outras palavras, ela recebe um aporte, em forma de dívida, sem precisar entregar uma parte do seu negócio.

Mais que um substituto, o venture debt funciona como um complemento ao venture capital. Segundo Gabriela Gonçalves, Managing Partner do fundo Brasil Venture Debt, os dois modelos caminham juntos.

"As startups precisam de um nível de equity para serem bem-sucedidas. Não é possível financiar apenas com dívida, porque envolve repagamentos e estruturas que, sozinhas, podem pesar um pouco para essas empresas. É preciso haver equilíbrio entre os dois para gerar um ótimo custo de capital, que vai trazer o melhor retorno possível para os acionistas."

Quem deve buscar o venture debt?

O venture debt é normalmente utilizado por startups que buscam captar mais recursos e alavancar seu crescimento. É uma saída para que ela se fortaleça, por exemplo, para uma futura rodada de investimentos, garantindo uma nova fonte de financiamentos sem se desfazer do seu equity.

Por esse motivo, apenas startups que já estão em um determinado nível de maturidade conseguem acesso a essa linha de crédito. Segundo Gabriela, o ideal é que a empresa tenha um modelo de negócio que já se provou escalável, com um produto testado e aprovado pelos clientes.

“A startup precisa se mostrar saudável. Se houver uma crise de liquidez no mercado ou algum tipo de imprevisibilidade, ela tem que demonstrar que pode ser lucrativa, caso necessário”, explica. “A empresa pode estar consumindo caixa nesse momento porque está investindo em crescimento, mas tem números saudáveis que garantem sua sustentabilidade no longo prazo.”

Esse é o perfil escolhido pelo Brasil Venture Debt, pioneiro no país nesse tipo de financiamento e que recentemente acrescentou a Digibee a sua lista de parceiros. O investimento de R$ 13,5 milhões ajudará a Digibee a ganhar robustez tanto no mercado brasileiro como em seu projeto de expansão global. “Além disso, essa operação de venture debt nos posiciona muito bem para a próxima rodada de investimento nos Estados Unidos”, revela Rafael Nardelli, CFO da Digibee.

Gabriela explica que os indicadores da Digibee motivaram o fundo a fazer o aporte. “A aposta se justifica porque observamos que a Digibee é escalável, com clientes sólidos, modelo de receita recorrente, contratos de longo prazo. Tudo isso nos traz conforto”, conta.

A Managing Partner do Brasil Venture Debt explica que, para o fundo, o cenário ideal é contar com empresas que captem muitas rodadas de investimento e consigam até fazer um IPO. “Entender esse potencial de captação é um ponto muito importante para nós.”

Do lado das empresas, ela diz que o venture debt auxilia as startups a fazerem essa captação em uma rodada na hora certa, sem estar com a “corda no pescoço”. “O pior cenário é entrar em uma negociação de equity precisando de um dinheiro já para o mês que vem. O ideal é fazer a negociação com calma”, ressalta. “O equity é como um casamento, você tem que tomar cuidado na hora de escolher o parceiro, porque é um negócio de longo prazo.”

Maturidade do mercado brasileiro permitiu chegada do produto

Nos Estados Unidos, o venture debt já representa cerca de 25% do mercado de venture capital e é uma das principais opções de financiamento para startups. Gabriela observa que, depois de muito amadurecimento, o Brasil já tem um ecossistema de startups mais consolidado e um mercado mais estável.

“Mesmo com a recente alta da Selic, não podemos comparar com cinco anos atrás, quando a taxa estava em dois dígitos”, conta. De lá pra cá, o mercado brasileiro de startups amadureceu representativamente e os indicadores macro abriram espaço para um produto de dívida como este.

“Há mais dinheiro no mercado, mais players internacionais, um mercado profissionalizado. Dez anos atrás, mal tínhamos fundos aqui no Brasil. Agora, com essa base, é um ciclo que se retroalimenta, com mais empreendedores e mais dinheiro”, diz Gabriela Gonçalves, Managing Partner do fundo Brasil Venture Debt.

Mesmo com os aportes em parceiros importantes, o Brasil Venture Debt continua na busca por outros investimentos. Atualmente, o fundo tem R$ 140 milhões dedicados exclusivamente a operações de venture debt e possui investidores como BNDES, XP Investimentos, BDMG e Bossa Nova.

Gabriela diz que o Brasil Venture Debt observa todos os setores, sem se vincular especificamente a nenhum deles, e faz um trabalho de mapeamento e prospecção de novos parceiros. No momento, o fundo também se dedica a divulgar bastante o produto de venture debt, ainda desconhecido por boa parte das startups.

“Muitas empresas conversam com a gente agora e entendem como funciona o venture debt. Quando elas estiverem mais maduras, poderão usufruir dessa linha”, diz.

Sobre a Digibee

A Digibee, scale-up brasileira de tecnologia, é criadora da Digibee HIP, plataforma disruptiva de integração de sistemas (Hybrid Integration Platform) que tem o objetivo de simplificar, reduzir custos e agilizar a jornada de transformação digital dos clientes por meio da conexão de sistemas digitais.

A empresa foi fundada em 2017 por Rodrigo Bernardinelli (CEO), Vitor Sousa (CRO) e Peter Kreslins (CTO), profissionais do mercado de tecnologia da informação. Já recebeu cerca de R$40 milhões em dois aportes de investimentos e tem como investidores a GAA Investimentos e os executivos Paulo Veras (fundador da 99Taxi) e Laércio Albuquerque. Está sediada no Cubo Itaú, em São Paulo, e foi acelerada pela Endeavor e pelo iDEXO, da TOTVS.

A Digibee hoje tem mais de 90 clientes, entre eles Cielo, Porto Seguro, CCR, Fleury, Duratex, Dasa, Bauducco, Assaí Atacadista, Santander, Canon, Rede D’Or, Makro e Accenture. Deu início à estratégia de expansão internacional no segundo trimestre de 2020, com a abertura da operação em Nova Iorque, Estados Unidos.


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