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Como o Wi-Fi 6 deve mudar as redes corporativas

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bruna Valentim
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Conheça as vantagens desse novo padrão, que promete conexões quatro vezes mais rápidas, e saiba porque ele demanda uma revisão completa da infraestrutura de networking

*Por Gustavo Barros

Uma tecnologia quatro vezes mais rápida do que o Wi-Fi 5, mais econômica, com maior capacidade, melhor desempenho, eficiência e menor consumo de energia: essas são algumas das principais características do Wi-Fi 6, que implementa o padrão IEEE 802.11ax e incorpora uma série de inovações em relação a gerações anteriores de rede sem fio. O programa de certificação Wi-Fi 6 foi oficializado em setembro de 2019 pela Wi-Fi Alliance e introduziu uma série de avanços em comparação com o Wi-Fi 5. Entre os avanços destaco a especificação de uso para as faixas de frequência de 2.4 GHz e 5 GHz. E poucos meses depois a Wi-Fi Alliance anunciou uma segunda onda de evolução desse padrão, o Wi-Fi 6E, com a introdução de uma nova banda de operação na faixa de 6 GHz.

De maneira geral, o padrão Wi-Fi 6 traz uma série de vantagens:

Mais velocidade – O desempenho de rede é até quatro vezes mais rápido do que o Wi-Fi 5, que utiliza o padrão 802.11ac. Com o uso da modulação 1024 QAM e MU-MIMO com até oito fluxos, o Wi-Fi 6 permite velocidade teórica de até 9.6 Gbps em canais de 160 MHz.

Maior capacidade — O MU-MIMO pode ser usado em ambas as direções, ou seja, também no sentido de comunicação de clientes para o ponto de acesso e com suporte de até 8 clientes simultâneos, enquanto o OFDMA, uma técnica utilizada amplamente em redes LTE, permite que mais usuários se comuniquem de forma simultânea em seus próprios “subcanais” proporcionando maior eficiência na rede.

Maior resiliência – O Wi-Fi 6 foi construído para reduzir a interferência gerada por outras redes wireless ao trabalhar mais com agendamento do que com a contenção, graças a uma técnica chamada BSS Coloring, pela qual os dispositivos podem ajustar automaticamente parâmetros como potência de transmissão e sensibilidade de recepção para coexistir no mesmo canal e tornar o espectro ainda mais eficiente. Também melhora o desempenho em conexões externas ao reduzir o impacto por reflexões tardias com símbolos OFDM de maior duração.

Menor consumo de energia – Com o crescimento da Internet das Coisas (IoT), o gasto de energia se tornou uma preocupação crucial. O Wi-Fi 6 incorpora uma técnica chamada Target Wake Time (TWT), pela qual os dispositivos podem agendar os períodos de comunicação e ficar em standby, com baixo consumo nesse período de espera.

Vivemos um momento sem precedentes nesse segmento de alta tecnologia, em que Wi-Fi 6, IoT, Machine Learning e Inteligência Artificial alteram a face das redes como as conhecemos. Ser uma tecnologia mais amigável para o IoT está no coração do padrão Wi-Fi 6 e diversos novos dispositivos conectados se beneficiarão. O Wi-Fi é a tecnologia mais universal, porém, era inviável para diversos tipos de dispositivos por seu consumo de energia maior quando comparado a outras tecnologias (ex: Bluetooth). Com o Wi-Fi 6 se inicia um novo capítulo para o crescimento e universalização da IoT. A maioria dos projetos empresariais de IoT no mundo está relacionada às verticais de indústria e cidades inteligentes, porém outras verticais vêm ganhando cada vez mais espaço e o Wi-Fi 6 acelerará ainda mais este movimento.

A tecnologia wireless é utilizada por uma imensa variedade de dispositivos, nos mais diferentes espaços. Porém, por ter um espectro não licenciado e finito, seu desempenho piora na medida em que aumenta o número de usuários. Como essa compatibilidade reduz o desempenho da rede como um todo, os espaços definidos nas faixas de 2,4 GHz e 5 GHz ficaram muito restritos. Com a introdução da faixa de operação em 6 GHz, abre-se um novo espaço para que mais dispositivos se comuniquem.

Nos Estados Unidos, a Federal Communications Commission (FCC) liberou 1.200 MHz para a faixa de frequência alocada em 6 GHz, a maior abertura de espectro desde 1989. De forma análoga aqui no Brasil, a Anatel publicou acréscimos ao regulamento de equipamentos de radiação restrita. Vale lembrar que a faixa de frequência de 6 GHz no Brasil estava alocada para uso em outras aplicações, como TV e satélite. Com a resolução nº 726, a agência seguiu o posicionamento da FCC e confirmou a liberação da faixa de frequência de 5.925 a 7.125 GHz (1.200 MHz de largura) para radiação restrita.

Mas para que os pontos de acesso possam levar todo o potencial do Wi-Fi 6E aos dispositivos (a expectativa é de que os primeiros produtos relacionados sejam anunciados até o final do ano, com o maior movimento em 2021) será necessário que a infraestrutura de redes esteja pronta para dar vazão a esta demanda. Assim, é fundamental para as empresas que pretendem implementar Wi-Fi 6 ou Wi-Fi 6E em um futuro próximo que revejam sua infraestrutura de LAN. Os pontos de acesso Wi-Fi 6 de melhor desempenho possuem portas Ethernet multi-gigabit (2,5 Gbps ou 5 Gbps) e podem demandar mais energia utilizando o novo padrão de PoE – IEEE 802.3bt.

Para isso é imprescindível que os switches LAN utilizados para conectar estes pontos de acesso suportem as velocidades multi-gigabit e alimentação compatível com a demanda destes pontos de acesso de maior capacidade. De forma semelhante, é importante que a infraestrutura de cabeamento seja revista e padronizada ao menos com CAT6A para dar vazão a estas velocidades e capacidade de alimentação. Assim, a introdução do Wi-Fi 6 gera a demanda por uma revisão completa da infraestrutura de redes LAN. Caso contrário, as empresas que adotarem essa tecnologia num futuro próximo não poderão tirar proveito de todos os seus benefícios.

*Gustavo Barros é gerente de soluções de Enterprise RUCKUS na CommScope, com mais de 20 anos de atuação no mercado de telecomunicações


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