Exposição reúne obras contemporâneas e memória das bordadeiras do Morro do São Bento em Santos
Mostra com trabalhos do grupo tem abertura em 6 de dezembro e terá, no mesmo dia, feira de bordados com artesãs da região
Um dos capítulos mais marcantes da história cultural de Santos ganha novos desdobramentos neste fim de ano. O projeto “Ponto de Contato: Diálogos com a Tradição do Bordado em Santos”, dedicado a recuperar, atualizar e dar visibilidade ao legado das bordadeiras do Morro do São Bento, encerrou sua etapa de mentorias no dia 27 de novembro e abre, em seguida, uma exposição inédita que reúne obras produzidas durante o processo formativo. A mostra será inaugurada no dia 6 de dezembro, das 14h às 19h, no Espaço Futrica Economia Criativa (Rua 15 de Novembro, 146, Centro), e permanecerá aberta até fevereiro. (Ver horários no Serviço abaixo).
No mesmo dia da abertura, o público também poderá visitar uma feira de bordados, com participação das 20 primeiras pessoas artesãs que se inscreveram nesta semana, reunindo peças autorais, produções têxteis contemporâneas e criações inspiradoras — uma oportunidade única de conhecer e adquirir trabalhos produzidos por artistas da cidade e região.
Desde fevereiro, o projeto tem promovido ações de formação e pesquisa focadas na herança deixada pelas bordadeiras do Morro do São Bento — mulheres que transformaram o bordado em fonte de renda, expressão artística e símbolo identitário. Nesta etapa final, quinze artistas e pessoas artesãs participaram de mentorias presenciais e on-line, cada uma contemplada com uma bolsa de incentivo de R$ 3.500. A coordenação ficou a cargo do artista visual Julian Campos, idealizador do projeto, ao lado de Luciana Arruda, Rick Rodrigues e Paulo Rezende, com apoio do Instituto Procomum.
“Nosso foco foi chamar a atenção da cidade para a importância que as bordadeiras do Morro do São Bento têm na história social e cultural de Santos. As mentorias são o coração do projeto, porque dialogam com uma história que marcou gerações e corre o risco de ser esquecida”, afirma Julian.
Memória viva do Morro
Entre as participantes está Maria Carmina de Andrade Sebastião, de 75 anos, filha de Isabel da Paixão — a Dona Isabel — uma das bordadeiras originais do Morro do São Bento. Carmina aprendeu o ofício ainda criança e vê na iniciativa uma oportunidade concreta de continuidade. “Tem sido uma bênção participar dessa experiência, que revive o trabalho das bordadeiras e cria um espaço de troca entre gerações”, conta.
A presença de Carmina e de outras participantes com vivências diversas reforça o caráter histórico e afetivo do projeto, que também discute o bordado como linguagem artística e política. “Por muito tempo, o bordado foi associado exclusivamente ao universo feminino. No Ponto de Contato, também discutimos como os fazeres manuais abrem espaço para outras discussões além do gênero”, destaca Julian.
Entre fios, afetos e heranças portuguesas
A tradição do bordado santista carrega forte influência da imigração portuguesa. O advogado Manoel Ricardo Sebastião, presidente do grupo folclórico Cruz de Malta e descendente direto das bordadeiras, lembra que a técnica chegou à cidade na década de 1960, trazida por mulheres da Ilha da Madeira.
“O resgate do bordado da Madeira em Santos é crucial para a preservação da nossa identidade cultural. A técnica, com pontos ricos em detalhes, é reconhecida como patrimônio imaterial e tem um valor simbólico que vai muito além da peça em si”, afirma Manoel.
O Morro do São Bento chegou a reunir cerca de 300 mulheres bordadeiras. Hoje apenas duas sobrevivem.
Abertura da mostra e balanço do processo
Após os três meses de mentorias, a exposição “Ponto de Contato: Diálogos com a Tradição do Bordado em Santos” reúne os trabalhos desenvolvidos pelos participantes, exibidos ao lado de peças históricas cedidas por familiares das bordadeiras. A exposição marca também a realização de uma publicação inédita que atualiza a história do grupo a partir de 2013. O lançamento será no término da mostra.
Para o artista Julian Campos, a mostra é resultado de um percurso coletivo de grande força simbólica. “O que vemos agora é mais do que uma exposição: é um encontro entre tempos. As pessoas participantes conseguiram transformar pesquisa, memória e técnica em obras que dialogam com a tradição sem perder a voz própria. O nível dos trabalhos surpreendeu pela qualidade e pelo rigor, mas principalmente pela sensibilidade. É um registro vivo da potência do bordado em Santos e da capacidade da arte têxtil de atravessar gerações.”
A feira de bordados que acompanha a abertura amplia o alcance do projeto e aproxima o público das práticas manuais contemporâneas. Para os organizadores, no conjunto, mostra e feira reforçam a vocação do Ponto de Contato para promover circulação, valorização e continuidade da tradição bordadeira na Baixada Santista.
SERVIÇO
Abertura da Exposição
“Ponto de Contato: Diálogos com a Tradição do Bordado em Santos”
Data: 6 de dezembro
Horário: 14h às 19h
Local: Espaço Futrica Economia Criativa — Rua 15 de Novembro, 146, Centro
Visitação: De 6/12/2025 a 8/fevereiro/2026
Horário de visitação da exposição (até dezembro 2025)
Segundas, terças e Sábados das 11h às 19h
Domingos das 13h às 18h
Horários para 2026 – em breve serão divulgados.
Feira de Bordados – Abertura da Mostra
Data exclusiva: 6 de dezembro
Participação: 20 artesãs/os inscritos da cidade e região
Formato: Feira de trabalhos autorais e peças têxteis à venda.
Redes sociais do projeto: @redepontodecontato
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