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Uma discussão sobre a escola inovadora: o que tem valor e traz significado à aprendizagem?

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Eduardo Ruiz Vella
  • SEGS.com.br - Categoria: Educação
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*Carlos Dorlass

“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”. (José Saramago)

Esse artigo tem como propósito a partilha de conhecimento. Ele é essencialmente fruto do contato com educadores que caminham ao nosso lado, ou que um dia caminharam conosco, e principalmente, com os estudantes que passaram ao longo de quarenta anos de atividade profissional.

O propósito de ensinar é preparar os estudantes para resolverem problemas complexos, de forma inovadora, criativa e sustentável, atendendo assim, às necessidades da humanidade. Para isso, é necessário que haja uma educação que seja inovadora.

Mas, o que torna uma educação inovadora? São as tecnologias modernas? O aprendizado participativo? As soluções criativas? São os ambientes? Podemos dizer que todas as respostas estão corretas, mas há muito mais quando se trata de inovação. O propósito deste artigo é esclarecer o conceito de educação inovadora.

Conceito de educação inovadora

O termo “escola inovadora” vem sendo usado desde que educadores propuseram uma mudança nos rumos do processo de ensino e aprendizado.

Diferentes entendimentos estiveram ligados ao conceito do método à inovação. Hoje, ela pode ser associada diretamente ao uso e manejo de novas tecnologias e sua aplicação no ambiente educacional.

Mas, quando se fala no termo em si, é preciso pensar em alterar ou trabalhar outras abordagens, metodologias que complementem o ensino tradicional.

Um ponto importante é que a inovação não pode estar pautada no modismo. Não podemos pensar na inovação, simplesmente pelo motivo de que todos estão usando alguma metodologia. Sabendo que cada estudante é único, sua aprendizagem também deve ser. Portanto, devemos usar das mais diversas metodologias e abordagens para garantir a aprendizagem.

O que torna a educação inovadora?

Existem diversos pontos que tornam a educação inovadora. A começar pelas metodologias e abordagens que a escola utilizará, pensando sempre na questão de métodos ativos, que colocam os estudantes em movimento no seu processo de aprendizado.

Quando se fala sobre o assunto é possível destacar, por exemplo, a sala de aula invertida, que faz com que o aluno tenha acesso ao conteúdo da aula com antecedência. O estudante vai para a sala de aula já com essa bagagem, o que torna o aprendizado interessante, pois promove a discussão e um novo olhar sobre determinado assunto. Consequentemente, tudo se torna mais proveitoso.

Destacamos ainda um outro tipo de abordagem, que integra elementos e conhecimentos de várias disciplinas para a resolução de problemas complexos que são apresentados na forma de projetos.

Por exemplo, as áreas das linguagens ou de Ciências com a Tecnologia e a Matemática. A partir disso, apresenta-se um problema para o aluno e ele terá que trabalhar com todas as áreas. Isso faz da pessoa uma protagonista nesse processo, pois ela vai buscar a solução e não o professor, que nesse caso atua como mentor.

Outro ponto bacana da educação inovadora é trazer conteúdos que sejam realmente relevantes para os alunos, usando os temas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Isso agrega valor e traz significado à aprendizagem.

Temos ainda o uso da tecnologia para apoiar todas essas abordagens e metodologias, como robótica, programação e letramento digital. Mais uma vez, o aluno é visto como protagonista. Usar a tecnologia, para fazer uma pesquisa, seja para buscar outras soluções para um problema. Tudo isso atrelado a um processo de aprendizagem personalizado e desenvolvimento de competências socioemocionais.

Adaptação a essa realidade

Como as pessoas que viveram outras realidades podem se adaptar? Desaprendendo e reaprendendo. Hoje, existem muitos conteúdos disponíveis, assim como cursos e uma série de outros recursos que permitem a transição na educação.

E quando se trata de crianças, será que estamos preparando os alunos para essa sociedade que está em constante evolução? Estamos usando as metodologias e abordagens mais adequadas para o desenvolvimento das habilidades necessárias para o século XXI?

Tenho certeza de que para a maioria das escolas a resposta é não. É aí que entra a questão da inovação não ser pautada no modismo, mas em efetivamente no que contribuirá para o ensino, para a aprendizagem, para a formação dos alunos e para a sociedade.

Para que a adaptação aconteça é preciso refletir e colocar em prática algumas ações. A imersão na cultura digital é uma delas; isso significa compreender a importância da tecnologia e aprender a lidar com ela.

É crucial também encontrar um sistema que conte com infraestrutura e esteja atualizado para oferecer tais facilidades.

Diferenciais para o aprendizado

Pensando agora nos diferenciais que compõem a educação inovadora, temos primeiramente a questão do protagonismo do aluno no processo de aprendizagem.

Outro diferencial é a integração de disciplinas. “Quando eu tenho um problema, ele tem várias facetas. Ele não é composto de uma única área de conhecimento. Logo, a educação inovadora envolve o conhecimento em diversas disciplinas”.

Por fim, temos o uso de metodologias ativas, que colocam o aluno em movimento, visando o seu engajamento. São atividades nas quais os estudantes atuam como agentes transformadores, como aprendizagem por projetos, gamificação, aprendizagem em pares, entre outras.

Soluções inovadoras

A questão das soluções inovadoras é algo primordial na educação inovadora. No Marista Arquidiocesano, os cursos seguem a metodologia STEAM, que integra Artes, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, e LET (Lean Education Technology), alicerçadas em três etapas: missão, descoberta e construção.

Os alunos aprendem conceitos técnicos antes mesmo de usar o computador, e desenvolvem um projeto para solucionar um determinado problema, como saúde, desigualdade ou sustentabilidade. Por exemplo, o estudante precisa pensar em uma solução para um problema. Por meio do Design Thinking, ele irá pensar em uma solução, construir um protótipo e, só então, dar início aos testes do projeto. O resultado disso é o desenvolvimento de uma série de habilidades de comunicação, colaboração, pensamento crítico, criatividade, empreendedorismo e inovação.

O interessante é que as crianças podem aprender por meio de diferentes cursos, como robótica, maker, desenvolvimento de games e apps, entre outros. Assim, ela pode se desenvolver também no que mais gosta.

Tudo isso é realizado por professores capacitados, metodologia moderna e tecnologias avançadas, seguindo padrões internacionais de qualificação em tecnologia.

O formato de ensino tem passado por muitas mudanças ao longo dos anos, graças à modernização e a presença cada vez mais intensa da tecnologia nos processos de aprendizado.

No entanto, é preciso lembrar que educação inovadora não se trata apenas de tecnologia, mas de uma mudança de pensamento em que o aluno tem um papel ativo na aquisição de conhecimento.

* Carlos Dorlass é diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP).


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