Proteção da madeira: 3 mitos sobre revestimentos à base de água

“Sistemas à base de água protegem a madeira contra umidade, degradação UV e intempéries, enquanto emitem menos compostos orgânicos voláteis, os COVs”, explica Camilo Alvarado Marin, do Marketing de Dispersões, Resinas e Aditivos da BASF. “Com nossas tecnologias, os revestimentos protetores alcançam os atributos de desempenho desejados: aparência superior, maior durabilidade e secagem acelerada."

Os revestimentos modernos combinam inovação química com resultados práticos, atendendo às exigências da indústria e do consumidor. No entanto, ainda persistem alguns equívocos que podem gerar dúvidas, como estes três mitos:

Mito 1: "Você não pode aplicar um revestimento à base de água diretamente na madeira porque ela ficará úmida ou deixará passar a umidade pelos nós."

Os revestimentos à base de água são formulados com um teor de sólidos cuidadosamente balanceado e a água atua como um veículo para as partículas poliméricas. Durante a aplicação, a maior parte da água evapora rapidamente por convecção e difusão, deixando as partículas de polímero formarem um filme homogêneo e resistente. Este processo é otimizado pela adição de coalescentes (solventes de alto ponto de ebulição que amolecem temporariamente as partículas poliméricas), garantindo a formação de um filme robusto mesmo em temperaturas ambientes.

Embora uma pequena porção da água possa ser absorvida pelas fibras superficiais da madeira, isso não causa inchaço significativo nem comprometimento estrutural. Pelo contrário, os revestimentos de última geração são formulados para aderir completamente à superfície, formando uma barreira eficaz contra a umidade externa. Essa película seca impede a penetração de água e a ação de agentes biológicos. Além disso, a capacidade de formar uma proteção contínua e estável é comparável — e, em alguns casos, superior — à dos sistemas à base de solvente.

Mito 2: "Revestimentos à base de água se dissolvem com chuva ou umidade, comprometendo sua eficácia."

A resistência à água é uma propriedade intrínseca do polímero seco. Uma vez que o filme de revestimento à base de água está completamente seco e curado, ele se torna uma matriz polimérica insolúvel em água. As cadeias poliméricas formam uma barreira hidrofóbica que impede a penetração da água. A formulação pode incluir aditivos hidrofóbicos e polímeros com grupos funcionais que minimizam a absorção de água e a permeabilidade ao vapor de água.

“Na prática, isso significa que os revestimentos não voltam a se dissolver ou amolecer após a cura, mantendo a integridade mesmo sob exposição prolongada àsintempéries prolongadas”, explica Camilo. A companhia disponibiliza dispersões com excelente resistência à água, desenvolvidas para revestimentos à base de água de alta qualidade, projetados para suportar condições adversas como chuva, umidade e radiação UV. Esses produtos proporcionam excelente durabilidade, flexibilidade e resistência à abrasão — superando, em muitos casos, os revestimentos à base de solvente em aspectos como retenção de cor e resistência ao amarelamento.

A performance em ambientes externos é comparável — ou até superior — à de outras tecnologias, com a vantagem adicional de serem mais seguras para o aplicador e o meio ambiente, pela baixa emissão de COVs.

Mito 3: "Revestimentos à base de água demoram muito para secar."

Este mito não reflete a realidade das tecnologias atuais. Inclusive, em muitos casos, a secagem é até mais rápida do que a dos revestimentos à base de solvente. Isso se deve à maior pressão de vapor da água em comparação com a maioria dos solventes orgânicos utilizados em revestimentos. A taxa de secagem é diretamente influenciada pela umidade relativa do ar e pela temperatura ambiente. Em condições ideais (temperatura moderada e baixa umidade), a secagem é muito rápida.

“Dispersões poliméricas modernas são otimizadas para secagem rápida, facilitando a aplicação de múltiplas demãos no mesmo dia, o que agiliza o processo de pintura e aumenta a produtividade”, diz Camilo. “Isso é particularmente benéfico em linhas de produção industrial, onde a agilidade é crucial”. Além disso, a secagem rápida reduz o risco de contaminação por poeira e insetos antes da formação completa do filme.

Vantagens adicionais: sustentabilidade e redução de emissões

Além de desmistificar as preocupações técnicas, é fundamental destacar os benefícios ambientais e de saúde dos revestimentos à base de água — fatores que os tornam a escolha preferencial para um futuro mais sustentável. Diferentemente dos revestimentos à base de solvente, que liberam grandes quantidades de COVs durante a aplicação e secagem, os produtos à base de água apresentam níveis significativamente menores desses compostos. Os COVs são poluentes atmosféricos que podem causar problemas respiratórios, dores de cabeça e outros efeitos adversos à saúde humana.

A utilização de água como principal veículo também reduz drasticamente a pegada de carbono e o impacto na qualidade do ar, tanto em ambientes internos quanto externos. “Investimos no desenvolvimento de dispersões com baixo ou zero teor de COVs, alinhadas às mais rigorosas regulamentações ambientais e às iniciativas de sustentabilidade, incluindo certificações de construção como LEED e BREEAM”, reforça Camilo.

Há outras vantagens importantes, como o menor odor, que melhora significativamente o conforto do aplicador e dos ocupantes do ambiente — ideal para uso em residências, escolas, hospitais e outros espaços sensíveis. Além disso, a limpeza das ferramentas pode ser feita com água e sabão, eliminando a necessidade de solventes agressivos e reduzindo a geração de resíduos perigosos. E, como não são inflamáveis, há maior segurança no transporte, armazenamento e aplicação, reduzindo riscos de incêndio e explosão.

Além de todo o desempenho, economia e produtividade, os insumos para os sistemas base água garantem a inovação que impulsiona a indústria de tintas e vernizes rumo a um futuro mais verde.