Saks compra DIF e quer transacionar R＄ 3 bilhões

Focada em previdência privada, a fintech Saks comprou a DIF Markets com o objetivo de começar a oferecer opções previdenciárias internacionais na sua plataforma. Segundo o CEO da companhia, Luiz Bacellar, a meta de crescimento com uma maior prateleira de ativos é saltar de R＄ 750 milhões em ativos transacionados para R＄ 3 bilhões até o fim do ano.

Bacellar diz que o mercado de previdência ainda não foi alvo de disrupção, diferente do que ocorreu em crédito, investimento e bancos tradicionais. “Apesar de o Brasil ter um volume de R＄ 1,3 trilhão alocados em previdência privada, a maior parte desse montante está entre as pessoas mais afortunadas”, afirma.

O CEO acredita ser um problema que grande parte das pessoas ainda dependam do INSS para previdência ou deixem seus recursos para a aposentadoria na caderneta de poupança. O empreendedor considera que, mesmo para quem tem capital e educação financeira para buscar produtos mais rentáveis, há pouca oportunidade de diversificação internacional.

Esse, segundo ele, foi o principal racional para a aquisição. “A DIF permitirá que façamos acumulação de recursos em outra moeda, principalmente o dólar, oferecendo produtos de renda fixa internacional como títulos do Tesouro dos Estados Unidos. E existe a possibilidade de ofertarmos ouro e commodities negociadas na bolsa de Chicago ou Amsterdã, além de outros mercados futuros”, afirma.

O desafio, ao oferecer essa variedade de opções de investimento aos clientes, é manter a plataforma simples o bastante. “Estamos desenvolvendo inteligência artificial para automatizar as melhores recomendações. Com aprendizado de máquinas [machine learning] vai ser possível aprender com a vida financeira do cliente e ir adaptando as sugestões para melhorar seu planejamento de longo prazo”, diz.

Diante das possibilidades, Bacellar espera que a Saks, fundada há um ano e meio e autodenominada uma “savetech” -- que ajuda clientes a poupar -, avance do atual nível de R＄ 750 milhões transacionados para R＄ 3 bilhões até o fim de 2022. “Temos hoje 12 mil clientes e 82 colaboradores no nosso time. Devemos ter 130 colaboradores até o final do ano, a maioria no segmento de tecnologia para suportar esse aumento.”