Prejuízo total no furto de equipamentos médicos usados para tratar pacientes do SUS foi de mais de R$ 2 milhões; doações acabam dia 9

No total, o prejuízo foi de R$ 2 milhões. Além de notebooks, computadores e televisores, 24 equipamentos destinados à realização de exames de endoscopia e colonoscopia foram levados, prejudicando diretamente à população, já que os aparelhos são utilizados exclusivamente em prol dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade de São Paulo.

Com esses equipamentos, o CIES era responsável por realizar cerca de 6 mil procedimentos de endoscopia e colonoscopia mensais. Com força-tarefa e parcerias com empresas, os atendimentos, no entanto, já estão sendo normalizados.

“São aparelhos caros, um novo custa em média R$ 70 mil. Ou seja, são milhares de reais em investimento. As empresas já estão ajudando com diversos equipamentos, como por exemplo a Mercedes-Benz, mas precisamos de mais colaboração de todos para o enfrentamento dessa situação”, disse Marcos Fumio, diretor médico do CIES.

Para se ter uma ideia da importância desses aparelhos para a saúde da população do município de São Paulo, o CIES Global foi responsável, em 2019, por realizar 54% das endoscopias e 43% das colonoscopias feitas na cidade. Ao todo, foram aproximadamente 71 mil exames endoscópicos entregues aos cidadãos.

“Colonoscopia e endoscopia são exames que ajudam a detectar muitas doenças, entre elas o câncer. Então, uma doação, por menor que seja, promove o acesso a essa tecnologia, e portanto ao tratamento precoce e, consequentemente, ajuda a salvar mais vidas”, pontua Fumio.

As doações partem de R$ 20,00 e podem ser feitas aqui, por meio do site Benfeitoria. Lembrando que a campanha de arrecadação acaba dia 9 de novembro.

“Nesse momento de pandemia, conseguimos perceber a importância do sistema público de saúde para o Brasil. Doar para quem trabalha com o SUS é uma forma de fortalecer o sistema e ampliar cada vez mais o atendimento à população”, finaliza o diretor médico do CIES.

Dois anos da morte de Roberto Kikawa – A campanha de arrecadação para a reaquisição dos equipamentos coincide com os dois anos da morte de Roberto Kikawa, fundador do CIES Global. O médico gastroenterologista, de 48 anos, foi vítima da violência de São Paulo, morto a tiros no dia 10 de novembro de 2018 durante tentativa de assalto no bairro do Ipiranga.

Kikawa fundou o CIES em 2008 com uma Carreta da Saúde, em cumprimento a uma promessa feita ao seu pai, que morreu de câncer. Neste compromisso, ele garantiu que seria um médico mais humano e que daria a devida atenção a todos os seus pacientes.

Sobre o CIES Global

Com 12 anos de existência, o principal objetivo do CIES Global é reduzir o tempo de espera nas filas do SUS, oferecendo, por meio de parceria com o poder público, consultas, exames e cirurgias, utilizando, para isso, carretas, contêineres, ônibus e micro-ônibus adaptados. Atualmente, há 10 unidades espalhadas pelo município de São Paulo. Em 2019, foram realizados mais de 1 milhão de exames, 134 mil consultas e 34 mil cirurgias, beneficiando, dessa forma, cerca de 1 milhão de pessoas.