Crescer sem perder pessoas: por que estruturar a gestão de talentos é essencial
*Leandro Oliveira, Diretor do Brasil e de EMEA da Humand
A busca por crescimento acelerado está no radar de muitas organizações, mas, sem planejamento, esse movimento pode se tornar um risco para a gestão de pessoas. À medida que as equipes aumentam e a operação se torna mais complexa, modelos informais deixam de dar conta da realidade. O resultado aparece rapidamente: aumento da rotatividade, enfraquecimento do engajamento e a saída gradual, e muitas vezes silenciosa, de talentos estratégicos.
Hoje, atrair e reter profissionais vai muito além de pacotes de benefícios ou salários competitivos. Talentos de alta performance buscam propósito claro, oportunidades concretas de desenvolvimento, autonomia, flexibilidade e ambientes onde seu impacto seja reconhecido. Para atender a essas expectativas, é essencial que diretrizes, metas e critérios sejam claros e bem estruturados. Nesse contexto, a arquitetura de processos de RH e de gestão deixa de ser apenas operacional e passa a ser estratégica, organizando a jornada do colaborador, trazendo previsibilidade e estimulando o protagonismo.
O desafio para empresas em expansão é conhecido: mesmo com entendimento sobre boas práticas, o ritmo caótico do crescimento se torna rotina e dificulta a implementação de processos estruturados. O RH frequentemente fica preso a demandas urgentes de contratação, em um ciclo de reposições contínuas que impede ações estratégicas. A pergunta deixa de ser o que fazer e passa a ser como priorizar.
O primeiro passo é organizar o recrutamento e seleção. Quando a urgência de contratar domina a rotina, automatizar tarefas repetitivas, como triagem de currículos e agendamento reduz gargalos. Não tenha medo de terceirizar: consultorias podem assumir etapas iniciais, liberando o time interno para decisões de fit cultural e alinhamento estratégico.
Em paralelo, o onboarding precisa evoluir de um processo burocrático para uma experiência de integração consistente. Em ambientes de constante mudança, um modelo híbrido é o mais eficiente: treinamentos básicos gravados garantem escala e alinhamento, enquanto encontros síncronos reforçam cultura, estimulam pertencimento e aprofundam entendimento do produto ou da operação.
No eixo de desenvolvimento, mesmo com metas em constante mudança, ciclos curtos de feedback e ferramentas simples para acompanhar a evolução já geram impacto, especialmente quando combinados ao incentivo à autonomia por meio de trilhas de aprendizado, mentorias e conteúdos sob demanda. Esse avanço se fortalece quando as áreas de RH atuam de forma integrada (Recrutamento, DHO, Departamento Pessoal e Comunicação Interna) compartilhando diagnósticos e complementando-se mutuamente; uma comunicação interna robusta, por exemplo, potencializa tanto o employer branding quanto às iniciativas de desenvolvimento humano.
Estruturar o RH não é um custo, mas um investimento estratégico. Crescer é importante, mas reter talentos é o que garante sustentabilidade. Líderes eficazes sabem que retenção não é reação à rotatividade, e sim resultado de processos sólidos que transformam a complexidade do crescimento em uma jornada consistente de engajamento, desenvolvimento e valorização.
*Leandro Oliveira é head de EMEA e mercado no Brasil. O executivo traz consigo mais de 20 anos de experiência no setor de tecnologia e desenvolvimento de projetos, sendo cerca de 12 desses atuando em cargos de liderança. Com pós-graduação pela Heriot-Watt University e MBA Internacional em Administração e Gestão pela IE Business School, Oliveira conta ainda com um histórico comprovado de sucesso na implementação de projetos estratégicos de TI alinhados aos objetivos de negócio, com foco em inovação e crescimento dentro do mercado financeiro, além de sólida expertise em arquitetura de sistemas, segurança cibernética e democratização do acesso à tecnologia.
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