Análise mostra crescimento do seguro fora dos grandes centros
Comparação entre seguro auto, PIB e população revela redução gradual das desigualdades regionais
A distribuição geográfica do mercado de seguros brasileiro ainda reflete a concentração de renda no país, mas os dados mais recentes indicam um movimento gradual de desconcentração. Essa é a conclusão do economista Francisco Galiza ao analisar a relação entre participação regional do seguro de automóvel, Produto Interno Bruto (PIB) e população.
De acordo com o estudo, o Sudeste concentra 42% da população brasileira, responde por 53% do PIB e por 58% do faturamento do seguro automóvel. Galiza explica que essa diferença é esperada, já que o consumo de seguros tende a crescer à medida que há maior acumulação de riqueza. No entanto, o economista destaca que esse desequilíbrio vem diminuindo ao longo do tempo.
“A boa notícia é que, quando você compara esse número há dez ou quinze anos, as diferenças eram maiores. Ou seja, o seguro, aos poucos, está sofrendo um processo de desconcentração”, afirma Galiza no estudo.
O movimento também pode ser observado em outras regiões. O Sul, por exemplo, reúne 15% da população e 17% do PIB, mas já representa 21% do mercado de seguro automóvel, indicando maior maturidade do consumo segurador. No Centro-Oeste, a participação do seguro, de 8%, acompanha a fatia populacional, mesmo com PIB mais elevado, o que sugere espaço para expansão futura.
No Nordeste e no Norte, os dados ainda revelam um descompasso relevante entre população e penetração do seguro. O Nordeste concentra 27% dos habitantes do país, mas responde por 14% do PIB e apenas 11% do seguro automóvel. Já o Norte reúne 9% da população, 6% da riqueza e somente 2% do mercado segurador. Ainda assim, Galiza observa que essas diferenças também já foram maiores no passado.
Segundo o economista, a leitura correta dos números não indica equilíbrio imediato, mas sim uma trajetória de mudança. “O seguro, muitas vezes, precisa ter acumulação de riqueza, sendo o consumo relativamente maior quando a riqueza aumenta”, explica no estudo.
A análise reforça que fatores como interiorização do consumo, crescimento da frota fora dos grandes centros, digitalização da distribuição e maior acesso ao crédito têm contribuído para reduzir, ainda que lentamente, a concentração histórica do mercado. Para o setor, entender essa dinâmica regional é essencial para identificar oportunidades de crescimento nos próximos anos.
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