Por que a IA será decisiva para carreiras em tecnologia em 2026
Empresas de tecnologia priorizam a contratação de pessoas com experiência em IA, enquanto profissionais da área se capacitam para o uso da tecnologia no dia a dia
A inteligência artificial se consolidou como peça central para quem deseja construir carreira em tecnologia em 2026. Enquanto empresas de diferentes setores adotam soluções prontas de IA para ampliar a produtividade e aprimorar a experiência digital, as companhias de tecnologia demandam um nível mais avançado de domínio: buscam profissionais capazes de desenvolver produtos, sistemas e aplicações baseados em IA, atuando de forma crítica e criativa nesse novo cenário.
Dados divulgados pela HostGator mostram que a capacitação é prioridade para os webpros - profissionais e empresas que atuam com desenvolvimento e presença digital. Dos 273 respondentes da pesquisa, 92% afirmaram utilizar a Inteligência Artificial no dia a dia. Desses, 42% dos respondentes concluíram cursos básicos de IA, e 28% pretendem investir em formação nos próximos meses. Entre os principais desafios citados estão a curva de aprendizado (43%), a complexidade técnica (31%) e a privacidade de dados (27%).
Na HostGator, que em 2025 passou por uma transformação de plataforma de hospedagem para uma carteira completa de soluções digitais, a forma de contratar mudou com a chegada da Inteligência Artificial: a companhia busca pessoas capazes de criar e inovar a partir da IA e exige conhecimento básico a profissionais de diferentes áreas, desde o desenvolvimento de produto e gestão, até a criação de conteúdo pelo marketing.
“Estamos em um momento em que entender a inteligência artificial é tão importante quanto saber aplicá-la”, afirma Ricardo Melo, VP de Growth e Product da HostGator LatAm. “Os profissionais que se destacam são aqueles que enxergam a IA como uma parceira criativa, capaz de ampliar ideias e acelerar entregas, não como uma ameaça. Esse olhar mais estratégico é o que faz diferença nas contratações.”
IA para recrutamento e seleção
A Semantix, deep tech brasileira especializada em Big Data, Analytics e Inteligência Artificial, tem levado sua expertise tecnológica também para dentro de casa. A companhia aprimora continuamente seus processos de atração e seleção de talentos, tornando-os mais ágeis, inclusivos e alinhados à sua cultura de inovação. Atualmente, está desenvolvendo um chatbot de recrutamento com IA, voltado à otimização da triagem inicial de candidatos, com recursos de análise preditiva para identificar perfis com maior aderência e entrevistas em vídeo com feedbacks automatizados. Essa iniciativa reforça o compromisso da empresa em aplicar tecnologia aos próprios processos internos, utilizando dados e automação para aprimorar a experiência tanto dos candidatos quanto dos times de recrutamento.
“Acreditamos que a inteligência artificial deve ser usada para potencializar o olhar humano, não substituí-lo. Ao trazer tecnologia para dentro dos nossos processos de recrutamento, buscamos criar uma experiência mais justa, inclusiva e eficiente — que valorize o talento e a diversidade, ao mesmo tempo em que acelera a tomada de decisão com base em dados”, afirma Leonardo Santos, CEO da Semantix.
Para quem busca ingressar ou se recolocar na área, a principal recomendação da Semantix é investir em competências técnicas combinadas a habilidades humanas, como comunicação, colaboração e pensamento crítico. Do ponto de vista técnico, vale priorizar o domínio de fundamentos de dados, inteligência artificial e cloud computing, além da familiaridade com ferramentas de automação e segurança digital. Também é essencial acompanhar de perto as tendências em IA generativa e no uso ético de dados, que estão moldando novos modelos de negócio e abrindo frentes de inovação.
Outro fator importante é a construção de uma marca pessoal sólida: participar de comunidades, projetos open source, eventos do setor e manter presença ativa em plataformas profissionais reforça a visibilidade e a credibilidade. “Acreditamos que o diferencial do profissional do futuro está na combinação entre conhecimento técnico, capacidade de aprender rápido e vontade de resolver problemas reais com impacto positivo”, conclui Santos.
Exigência ou curiosidade? Vontade de aprender sobre IA também é diferencial
Na Kamino - plataforma de gestão financeira voltada para médias empresas -, um dos maiores desafios durante o processo de contratação é encontrar profissionais realmente experientes em Inteligência Artificial. "Estamos vivendo uma revolução tecnológica em tempo real, e ninguém tem décadas de prática nisso. O que precisamos buscar são pessoas com curiosidade, capacidade de aprendizado e vontade de aplicar IA de forma concreta no dia a dia", explica Rodrigo Perenha, CTO da companhia.
Para o executivo, o diferencial está em profissionais que vão além do conhecimento teórico sobre modelos e algoritmos. "Como líderes de tecnologia, nosso papel é criar o ambiente, as ferramentas e as oportunidades para que esses talentos possam experimentar e evoluir. E, na evolução do produto, o desafio é ir além do hype: usar IA para fazer diferente, não só automatizar, mas repensar processos, tornar o que fazemos melhor, mais inteligente e mais eficiente", diz Perenha.
Assim, estar bem preparado tecnicamente é uma exigência crescente no setor de tecnologia. Marcelo Paul, desenvolvedor na área de Produto da Audaces, multinacional referência em soluções para a indústria da moda, alerta que “ter conhecimento sobre o uso de IA está deixando de ser um diferencial para se tornar um requisito”. Para ele, no entanto, esse domínio deve ser precedido por uma base sólida nas linguagens fundamentais da área de atuação, como C++, C#, TypeScript e Python.
Segundo o especialista, um dos principais caminhos para quem busca recolocação ou iniciar 2026 empregado no setor é investir em aprendizado contínuo aliado à prática. “É essencial se dedicar intensamente ao desenvolvimento de projetos práticos que demonstrem suas habilidades técnicas”, recomenda. A experiência aplicada em cenários reais e o domínio da stack específica são, segundo Paul, critérios cada vez mais valorizados nos processos seletivos.
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