O WhatsApp, principal canal de comunicação dos brasileiros, com mais de 147 milhões de usuários no país, ocupa uma camada ainda mais profunda na operação das imobiliárias: a de sistema de gestão. Impulsionado pela adoção massiva do aplicativo, uma pesquisa da Opinion Box revelou que 82% das pessoas já interagem com marcas via WhatsApp, fazendo com que o setor avance para um movimento de centralização de processos dentro do próprio aplicativo, substituindo planilhas, sistemas fragmentados e fluxos paralelos.

Esse crescimento acompanha a preferência do consumidor brasileiro. Uma pesquisa da Kantar aponta que 75% valorizam o recebimento de alertas por esse canal, 77% consideram a mensagem sua forma favorita de contato e 78% se frustram quando essa opção não está disponível. No segmento imobiliário a tendência é ainda mais evidente: segundo levantamento da Hootspy, 69% dos entrevistados já se comunicam com empresas do setor por meio do WhatsApp.

Para Thomaz Guz, cofundador e CEO da Lugui, startup brasileira que utiliza agentes de IA para automatizar processos imobiliários, “o WhatsApp deixou de ser apenas a porta de entrada da conversa para se tornar o ambiente onde toda a jornada acontece. Hoje, é possível enviar documentos, acompanhar contratos, emitir notificações e oferecer suporte em um único canal. Quando o aplicativo passa a concentrar também a execução dos processos, a lógica operacional do setor muda: ele deixa de ser um simples ponto de contato e se torna infraestrutura, transformando toda a experiência em algo conversacional, tanto para usuários finais quanto para equipes administrativas””, afirma.

A aposta da proptech é justamente simplificar essa jornada, resolvendo a burocracia com uma simples mensagem no WhatsApp, gerando um impacto perceptível em um setor sobrecarregado por alta demanda, processos fragmentados e múltiplas plataformas.

“Ao centralizar tarefas, eliminar retrabalhos e reduzir tempos de resposta, a Lugui ataca gargalos que hoje consomem cerca de 50% do tempo dos corretores. Com tecnologia, esse volume pode cair para 5% a 10%, liberando os profissionais para o que realmente importa: captação, relacionamento e vendas”, explica o executivo.

Imobiliárias que migram fluxos operacionais para o WhatsApp já registram redução significativa no tempo dedicado a tarefas administrativas antes distribuídas entre e-mails, ligações e planilhas. A centralização também aumenta a previsibilidade e melhora a experiência do cliente, especialmente em etapas críticas como envio de documentação, aprovação de cadastro e acompanhamento de contratos.

“Não estamos falando apenas de responder mais rápido, estamos falando de organizar a operação no mesmo canal onde o cliente já está. A partir do momento em que o WhatsApp se torna espaço de gestão, você tem um fluxo contínuo de ponta a ponta, com menos atrito e mais clareza”, conclui Thomaz

A projeção é que o WhatsApp continue se fortalecendo como um dos principais hubs operacionais do setor, impulsionado por agentes de IA que integram dados internos, automatizam etapas e atuam como assistentes digitais. O WhatsApp funciona como um modal já natural para os usuários, um ponto de entrada simples, onde o diferencial não está no canal, mas no que é feito com os inputs que chegam por ele. A partir disso, torna-se possível criar uma arquitetura multiagentes capaz de redefinir processos em todo o setor.

Com isso, corretores e equipes passam a dedicar menos tempo a tarefas repetitivas e mais ao relacionamento, em um movimento que representa não apenas uma melhoria incremental, mas uma mudança estrutural na forma como o trabalho acontece.

Sobre a Lugui

A Lugui é uma startup brasileira focada em automatizar processos imobiliários por meio de agentes de inteligência artificial conversacional. A solução transforma dados brutos em relatórios consumíveis, integra LLMs e bases públicas/privadas, e oferece produtos para análise de inquilino, coleta de documentos e emissão de certidões. Fundada no final de 2024, a empresa já trabalha com imobiliárias parceiras e investidores estratégicos do setor.