Como o compliance emocional converte emoções em insights e decisões estratégicas
Por Lorraine Corrêa
O que realmente impulsiona ou paralisa a produtividade em uma empresa? A resposta não está apenas nos balanços financeiros ou nos indicadores de vendas, mas, acima de tudo, na saúde emocional e mental de quem está por trás de tudo isso: as pessoas.
A falta deste olhar atencioso impacta não apenas o clima organizacional, transcendendo à outras questões fundamentais como absenteísmo e turnover – o que ressalta a importância de não apenas colher dados a respeito desses sentimentos, mas, especialmente, em como transformá-los em ações que gerem valor ao capital humano e toda a organização.
O custo do desengajamento em qualquer empresa é grave. No Brasil, dados recentes divulgados pela Flash, em parceria com a FGV EAESP, mostraram que 61% dos profissionais se sentem desmotivados com o trabalho, o que pode gerar um custo de R$ 77 bilhões para as organizações, considerando a perda de produtividade e demais gastos com rotatividade.
Mesmo diante da atualização da NR1, a qual reestruturou a maneira pela qual as empresas devem lidar com a gestão de riscos, incluindo a obrigatoriedade de abordagem dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) em todas as suas áreas, ainda assim, são extremamente comuns casos de líderes que não se atentam à importância de mensurar percepções e indicadores emocionais de seus times, perdendo acesso a informações que poderiam revolucionar o engajamento e desempenho de cada um.
Afinal, por mais que muitos ainda considerem as emoções como algo intangível ou irrelevante de ser mensurado, uma postura ativa por parte das empresas nesse sentido, apoiadas por tecnologias robustas que colham e analisem essas informações, é o que fará a diferença na construção de um ambiente de segurança psicológica e fomento a inciativas que cuidem da saúde mental e emocional daqueles que são os responsáveis por alavancar a marca em seus setores.
Outro estudo da Harvard Business Review, como prova disso, confirmou que empresas que investem em programas consistentes de bem-estar apresentam até 25% menos turnover, o que depende não apenas de um RH preparado e qualificado com boas ferramentas para entender essas análises e competências de People Analytics para interpretá-los, mas também uma liderança desenvolvida que faça bom uso desses indicadores, ao invés de se basearem em “achismos” ou opiniões próprias não embasadas em dados reais e concretos.
Compreender essas emoções e em qual momento da jornada elas estão se intensificando é crucial para uma relação harmônica e de confiança entre as partes, de forma que se sintam felizes, amparadas e abraçadas quanto a seus sentimentos. Além, é claro, de contribuir para a construção de experiências cada vez melhores que elevem o engajamento e produtividade.
Existem diversas ferramentas e metodologias direcionadas a esse olhar preditivo no mercado, correlacionando o bem-estar e performance de forma a ajudar na melhora do desempenho individual e coletivo. Independentemente de recurso tecnológico, por outro lado, é importante destacar a essencialidade de um RH humanizado como ponto fundamental para essa melhora, não dispensando o diálogo nessa construção de um ambiente de apoio e segurança a todos.
Ao invés de tentar seguir uma receita de bolo na elaboração dessa estratégia, cada empresa deve entender sua realidade e as necessidades específicas de suas equipes. Verifique o que está gerando desmotivação internamente (sobrecarga, conflitos, metas desproporcionais, falta de reconhecimento) para, a partir disso, determinar qual a melhor solução para melhorá-la (desenvolvimento das lideranças, programa de saúde mental, ou demais iniciativas). Revise esses processos periodicamente, os mantendo sempre alinhados às demandas internas.
A capacidade de transformar sentimentos em dados estratégicos é uma das estratégias que mais define o sucesso empresarial hoje em dia, obtendo insights que direcionem os líderes a desenvolverem times cada vez mais engajados, felizes e produtivos. Muito além de ser uma área operacional, essa realidade mostra a importância de o RH se posicionar como o motor de inteligência que garantirá o bem-estar dos profissionais e, consequentemente, a saúde financeira da empresa.
Lorraine Corrêa é Head de Gente e Gestão da Pontaltech.
Sobre a Pontaltech
Fundada em 2011, a Pontaltech é uma empresa de tecnologia especializada em comunicação omnichannel que ajuda empresas a automatizar e escalar seus atendimentos com um portfólio composto por diversos canais digitais e de voz. Com soluções integradas de SMS, e-mail, chatbot, WhatsApp, RCS, VoiceBot, entre outros, simplifica a comunicação das empresas com seus clientes de forma inteligente e eficiente, sem nunca perder a proximidade humana.
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