5 soft skills que são verdadeiros diferenciais no mercado de trabalho
Especialista destaca cinco competências comportamentais essenciais para quem quer se destacar no mercado de trabalho
Em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial e pelas automações, o mercado de trabalho valoriza justamente o que as máquinas não conseguem replicar: as qualidades intrinsecamente humanas. Recrutadores de grandes empresas estão priorizando candidatos com habilidades comportamentais bem desenvolvidas, muitas vezes colocando-as acima da expertise técnica. O que explica essa mudança? "Estamos testemunhando uma inversão de valores no mercado de trabalho. Se antes o conhecimento técnico era o principal filtro nas seleções, hoje as soft skills tornaram-se o verdadeiro divisor de águas", afirma Betto Alves, psicanalista especialista em Desenvolvimento de Pessoas & Gestão e mestre em Administração pela Must University (Flórida).
A afirmação de Alves é corroborada por dado recente do Fórum Econômico Mundial, que indica que 50% dos trabalhadores precisarão desenvolver novas habilidades para se qualificar em 2025, com a inteligência emocional ocupando posição de destaque nessa lista. O especialista diz que essa tendência não é passageira, mas reflete uma compreensão mais profunda sobre o que realmente impulsiona o sucesso organizacional no longo prazo. "Quanto mais avançamos tecnologicamente, mais as empresas percebem o valor insubstituível de habilidades como empatia, comunicação efetiva e inteligência emocional. São competências que nenhum algoritmo consegue reproduzir com autenticidade", comenta o psicanalista.
Ele destaca um aspecto frequentemente negligenciado nas organizações: o impacto financeiro das habilidades comportamentais. "Um profissional tecnicamente brilhante, mas com baixa inteligência emocional, pode custar muito caro para a organização", alerta. "Conflitos mal resolvidos, comunicação ineficiente e baixa colaboração geram prejuízos que raramente aparecem nos balanços financeiros, mas corroem a produtividade e a inovação".
Estamos testemunhando uma inversão de valores no mercado de trabalho
Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, sintetizou essa realidade em uma frase que se tornou célebre: "As pessoas são contratadas por suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos." Esta observação, feita há décadas, ganha ainda mais relevância no contexto atual: estudos da Harvard Business Review preveem um aumento de 26% na demanda por funcionários com alta inteligência emocional até 2030. Qualidades como resiliência, paciência e boa comunicação começam a ter mais valor do que um diploma de uma universidade de prestígio na hora da contratação.
5 competências indispensáveis
De acordo com Alves, os recrutadores estão particularmente atentos a cinco competências comportamentais. A primeira é a habilidade de reconhecer e gerenciar emoções, próprias e alheias, é o alicerce para todas as outras soft skills. “Um profissional emocionalmente inteligente toma decisões mais equilibradas e constrói relacionamentos mais produtivos", explica Alves. A capacidade de se ajustar rapidamente a novos cenários é outra habilidade indispensável. “Profissionais rígidos, por mais brilhantes que sejam tecnicamente, representam um risco para organizações que precisam se reinventar constantemente”, comenta.
O especialista destaca que a capacidade de se comunicar de forma clara e persuasiva é uma característica indispensável para influenciar positivamente e mobilizar equipes. Outra competência indispensável para uma contratação é a colaboração intercultural. "Com equipes cada vez mais diversas e globais, a habilidade de trabalhar produtivamente com pessoas de diferentes backgrounds culturais tornou-se imprescindível", observa Betto Alves. A quinta habilidade valorizada pelos recrutadores é o pensamento crítico. "Em tempos de excesso de informação e fake news, a capacidade de analisar dados, questionar e chegar a conclusões fundamentadas tornou-se um diferencial significativo", completa.
O futuro da empregabilidade
Para os profissionais que desejam se manter competitivos, o recado é claro: investir apenas em conhecimento técnico já não é suficiente. O caminho para o desenvolvimento dessas habilidades começa com o autoconhecimento. “Ele é o ponto de partida para o desenvolvimento de soft skills. Compreender seus próprios padrões emocionais, identificar gatilhos de estresse e trabalhar conscientemente para ampliar seu repertório comportamental são passos fundamentais", pontua.
O especialista ressalta que, diferentemente do conhecimento técnico que pode se tornar obsoleto rapidamente, as soft skills são ‘à prova de futuro’. "As tecnologias mudam a cada ano, mas a essência das relações humanas permanece a mesma. Um profissional que investe no desenvolvimento de suas habilidades comportamentais está fazendo um investimento de longo prazo em sua carreira", conclui o especialista.
Sobre Betto Alves
Betto Alves é Mestre em Ciências da Administração de Empresas pela MUST University (Flórida/EUA) e profissional multidisciplinar com atuação destacada como psicanalista clínico e palestrante corporativo. Professor universitário e especialista em desenvolvimento humano e organizacional, ministra treinamentos e palestras sobre Inteligência Emocional, Diversidade & Inclusão, Saúde Mental e Comunicação Não Violenta para empresas de diversos setores.
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