O Roubo do Século no Banco Central e o Roubo de Dados no Setor de Seguros (Destaque)
Hackers roubaram cerca de R$ 1 bilhão do Banco Central do Brasil. Esse episódio, somado a uma série de ocorrências antigas e recentes, reforça a crescente vulnerabilidade de dados em empresas públicas e privadas. Mais recentemente, mediante o uso de informações cadastrais — protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) — bilhões de reais foram desviados das contas de aposentados.
Ainda que acreditemos que a maioria dos sistemas — governamentais ou não — operem com camadas robustas de segurança, a realidade mostra que essas barreiras têm se revelado insuficientes para impedir a ação criminosa de ciberataques e a violação de dados sensíveis.
No setor de seguros, por exemplo, qualquer pessoa com uma conta Gov.br pode acessar dados vinculados a seus contratos. A própria SUSEP disponibiliza um serviço público que permite a consulta de apólices, conforme descrito abaixo:
"Esta consulta inclui os seguintes seguros: de automóveis, habitacional, patrimonial (por exemplo, seguro residencial), de responsabilidades, rural, riscos financeiros (por exemplo, crédito e fiança locatícia) e alguns seguros de pessoas (por exemplo, viagem, prestamista, desemprego/perda de renda, funeral e educacional), tanto para os seguros aceitos no Brasil, como no exterior por seguradoras brasileiras".
Fonte: SUSEP - Consulta Pública de Apólices
De fato, a consulta funciona. Testei pessoalmente e visualizei a relação dos meus seguros. Confesso que me aliviou perceber que algumas modalidades ainda não foram cadastradas — ufa!. Mas os seguros já listados ali me preocupam. Afinal, se criminosos digitais conseguem invadir sistemas governamentais e até o "cofre" do Banco Central, por que não seriam capazes de violar também os dados sensíveis dos segurados?
Agora imagine, por um instante, se todo o banco de dados de seguros no Brasil fosse exposto. Informações sigilosas sendo vendidas na Deep Web... um cenário digno de ficção, mas, infelizmente, plausível. No passado (?) os corretores muitas vezes "suspeitaram" do roubo das informações de seus clientes. Quem nunca teve essa suspeita?
Talvez ainda não seja o momento — mas com a evolução acelerada da tecnologia, a iminência dos computadores quânticos, e o constante aperfeiçoamento dos métodos de invasão, não é absurdo pensar que governos e empresas, em algum momento, poderão estar desamparados diante dessa nova era de ciberameaças.
Sinceramente, não entendo como todas as informações de certas modalidades e de todas as seguradoras estão em uma única cesta. Afinal, são ovos de ouro de uma galinha chamada: Seguro!
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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