Nova NR-1 exige atenção: saúde mental passa a integrar a gestão de riscos nas empresas
Pressão por ambientes de trabalho saudáveis faz empresas anteciparem adequações à norma, que exigirá controle de riscos psicossociais e pode gerar multas a partir de 2026
A gestão dos riscos psicossociais, como estresse ocupacional, assédio moral e sexual, deixou de ser apenas uma boa prática e vai passar a fazer parte das obrigações legais das empresas. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), publicada pelo Ministério do Trabalho, exige que organizações incluam esses fatores no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), o que já vem mobilizando o setor privado, mesmo antes do início da fiscalização, previsto para maio de 2026.
Embora as sanções só comecem oficialmente a partir do ano que vem, empresas que não iniciarem imediatamente o processo de mapeamento, implementação de políticas e treinamento de equipes correm risco de não conseguir se adequar a tempo, como alerta Iolanda Marques, head de Benefícios Corporativos da Korsa Riscos e Seguros.
“Trata-se de uma mudança robusta, que exige análise técnica, capacitação de lideranças, desenvolvimento de protocolos e ações contínuas de monitoramento. É um movimento que não acontece da noite para o dia”, afirma.
Na prática, a NR-1 obriga as empresas a identificarem e controlarem fatores que afetam diretamente a saúde mental dos colaboradores, como ambientes tóxicos, metas inatingíveis, sobrecarga de trabalho e ausência de suporte emocional. A norma também exige ações estruturadas para combater e prevenir o assédio moral, o assédio sexual e outras formas de violência psicológica no ambiente corporativo.
O Ministério do Trabalho prorrogou o prazo inicialmente previsto, que seria maio de 2025, após pressão de entidades empresariais e setores como construção civil, que alegaram a necessidade de mais tempo para adaptação. Apesar disso, o sinal de alerta está aceso no mercado, uma vez que o não cumprimento das exigências poderá gerar multas, interdições e responsabilização administrativa e judicial.
Impacto direto nas PMEs e na saúde suplementar
O desafio é ainda maior para pequenas e médias empresas, que frequentemente não dispõem de SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) ou de estrutura interna para lidar com temas como saúde emocional. “A saída mais viável será buscar apoio em consultorias e parceiros especializados, que possam auxiliar desde o mapeamento dos riscos até a implementação das medidas obrigatórias”, explica Iolanda.
Na Holding SM, que já implementou a NRF1 com o apoio da Lead Psi, os impactos dessa mudança já são visíveis. “A adoção da NRF1 é um passo essencial para transformar a cultura organizacional e prevenir o adoecimento mental dos colaboradores. São diversos fatores que levam aos afastamentos, como sobrecarga, pressão por resultados e a constante sensação de estar disponível, são frequentemente tratados como normais dentro das empresas. O mapeamento de riscos psicossociais, que a norma propõe, permite identificar esses pontos críticos com profundidade. A partir daí, ações como plantões de apoio psicológico, capacitação de lideranças e revisão de processos internos, como a sobrecarga de trabalho, tornam-se ferramentas estratégicas para promover saúde mental de forma efetiva e sustentável”, explica a psicóloga organizacional, da LeadPsi, Maria Eduarda Monteiro.
Além do impacto na gestão interna, a executiva aponta que a medida também deve gerar reflexos na saúde suplementar. Dados gerados por esses programas poderão ser usados para prevenção, reduzindo custos com terapias, internações psiquiátricas e absenteísmo.
“A NR-1 não é apenas uma obrigação legal. Ela representa uma mudança de paradigma no ambiente corporativo brasileiro, que passa a reconhecer formalmente que saúde mental não é um tema acessório, mas estratégico para produtividade, engajamento e sustentabilidade dos negócios”, conclui.
Sobre a Korsa Riscos e Seguros:
Uma das maiores corretoras de seguros independente do país e que atua em 04 linhas de negócios: seguros corporativos, gerenciamento de risco, gestão de programas de benefícios e serviços logísticos. Tem mais de 31 anos de mercado, com Matriz no Rio de Janeiro e escritórios em São Paulo e Paraná, além de presença em 120 países, aliando conhecimento do mercado brasileiro e expertise internacional em soluções customizadas de seguros e gerenciamento de riscos para o setor de transporte de cargas e armazenagem.
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