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Fevereiro Roxo: conheça os mitos e verdades sobre Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia

  • Quarta, 21 Fevereiro 2024 18:19
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Vinícius Santiago
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Foto: Banco de imagens Freepik

Reumatologista, docente e coordenadora médica da Clínica Integrada do UniBH, Joana Starling desdobra as particularidades e a importância do conhecimento acerca das três doenças crônicas que são tema da campanha

Alzheimer, lúpus e fibromialgia: Embora sejam doenças distintas, todas são crônicas e incuráveis. Em 2014, foi lançada a campanha Fevereiro Roxo, que destina suas ações ao objetivo de informar a população sobre as três enfermidades, abordando desde a importância de identificar as doenças em seus estágios iniciais para aumentar a eficácia do tratamento, até o controle de seus avanços.

De acordo com a reumatologista, docente e coordenadora médica da Clínica Integrada do UniBH, Joana Starling, o conhecimento das pessoas em geral sobre essas doenças, quando existente, ainda não é tão aprofundado: "O lúpus, o Alzheimer e a fibromialgia são doenças crônicas que, principalmente no imaginário popular, são regadas de muito preconceito devido a alguns estigmas. Esses estigmas confundem a afastam as pessoas do conhecimento necessário, seja para conviver com o próprio diagnóstico, ou com alguém que o tenha”, destaca.

Abaixo, a médica explica as especificidades de cada uma delas, desmistificando mitos e verdades sobre como são identificados os seus sintomas e quais tratamentos eles demandam.

Lúpus

O lúpus é uma doença autoimune em que os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico passam a atacar os órgãos e tecidos saudáveis do próprio corpo. A condição é capaz de afetar estruturas importantes do organismo, como articulações, rins, pele, pulmões, cérebro e até mesmo o coração.

Embora suas causas ainda sejam desconhecidas, sabe-se que fatores genéticos, alguns medicamentos e até mesmo a exposição ao Sol podem desencadear em algumas pessoas o surgimento dessa doença. Ela é muito mais comum em mulheres em idade fértil do que em homens, uma vez que o estrogênio tem um papel importante na patogênese desse problema. Vale lembrar que trata-se de uma doença é crônica, ou seja, não tem cura, mas é possível viver bem com ela se forem feitos os tratamentos adequados, como conta a especialista:

“Quando se fala em lúpus, muitos a imaginam como uma doença intratável, com sequelas graves e risco de morte, e nem sempre é assim. Muito se evoluiu no tratamento, permitindo que, nos casos de diagnóstico precoce, o paciente tenha uma vida completamente normal”, informa.

Os sintomas da doença variam em grau e em quantidade de órgãos acometidos, pois dependem do estágio em que se encontra a doença, em fase de atividade ou remissão. Em geral, os mais comuns entre os pacientes de lúpus são dores nas articulações, que acometem cerca de 90% dos pacientes e problemas de pele, abrangendo 80% dos casos. O controle, por sua vez, deve ser feito por meio do acompanhamento médico, do uso de medicamentos como os corticosteroides (anti-inflamatórios chamados hormonais), da utilização de proteção solar e da adoção de hábitos saudáveis, como diminuir o estresse e praticar exercícios físicos.

Fibromialgia

Fibromialgia é uma doença reumatológica que afeta a musculatura causando dor. Por ser uma síndrome, essa dor está associada a outros sintomas, como fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais, depressão e ansiedade. Acomete 2% da população mundial e é mais frequente em mulheres.

“Esta é uma doença que, às vezes, é difícil de diagnosticar. Durante anos, ela foi associada exclusivamente a estresse, ansiedade, como se fosse um sintoma de depressão e ansiedade. Hoje a gente sabe que isso não é verdade: A fibromialgia é uma síndrome clínica que tem características próprias e que não adianta você tratar só a depressão e a ansiedade para a dor melhorar. Ela demanda tratamento individualizado e feito por um especialista”, destaca Joana acerca das divergências de teoria em torno da Fibromialgia.

Como muitas das doenças reumatológicas, ela também não tem suas causas e mecanismos totalmente esclarecidos. O que sabemos é que a pessoa diagnosticada possui maior sensibilidade à dor e isso tem relação com o centro de dor no sistema nervoso. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem com que qualquer estímulo doloroso seja mais intenso.

Sobre os sintomas, há chance de rigidez no corpo e dor, que começam com frequência gradual, difusamente e com qualidade dolorosa. A dor é disseminada e pode piorar com fadiga, esforço muscular ou uso excessivo. A fadiga é comum, assim como os distúrbios cognitivos, como dificuldade de concentração e uma sensação geral de confusão mental. Há chance também de sintomas ligados a síndrome do intestino irritável, cistite intersticial, enxaqueca ou dores de cabeça de origem tensional. Sensação de formigamento ou dormência nas mãos também pode estar presente, geralmente bilateralmente.

O tratamento é dividido em duas estratégias distintas: a medicamentosa e a integrativa. No caso dos remédios utilizados, o foco é melhorar a dor do paciente e ajudá-lo a se sentir melhor. Já as terapias integrativas incluem estratégias que também ajudam a reduzir a dor e o estresse, como a fisioterapia, a terapia ocupacional e até mesmo a psicoterapia, que melhora a relação do paciente consigo e reduz as crises emocionais.

Alzheimer

De acordo com a médica, o Alzheimer talvez seja uma das doenças mais temidas dada a falta de informações adequadas: “O Alzheimer traz todo medo do paciente no que tange à evolução. Então, essas doenças que são estigmatizadas, mal conhecidas, ou conhecidas na sua forma antiga, acabam por se tornar um desafio para o médico que vai fazer o diagnóstico, e para o paciente, que precisa aceitar esse diagnóstico. Muitas vezes, a negação da doença traz inúmeras consequências, como o atraso da sua descoberta e, consequentemente, do início do tratamento”.

A doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.

Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

O primeiro sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.

Por fim, Joana faz um alerta sobre quão importante é a informação coletiva acerca de doenças crônicas: “A educação em saúde é fundamental para o tratamento de qualquer enfermidade. E a importância desses meses de conscientização para doenças específicas é justamente essa. É a gente falar um pouco mais, não apenas para que o paciente diagnosticado aprenda um pouco mais, mas também as pessoas que convivem com quem tenha uma dessas doenças. Seja para saber cuidar, ajudar ou para se ter empatia, é necessário um embasamento. O paciente precisa contar com uma rede de apoio nessas horas, uma vez que é difícil conviver com um diagnóstico crônico de tratamento contínuo”, enfatizou.

“Então, se você convive com pessoas que tenham esses diagnósticos, tente entender um pouquinho mais do que é a doença, para não diminuir ou negligenciar suas dores. Nessas horas, o apoio é uma das ferramentas mais importantes para o paciente”, conclui.


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