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Reflexos da pandemia de Covid podem repercutir no diagnóstico tardio do câncer de colo de útero neste Março Lilás

  • Quinta, 23 Março 2023 18:52
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Rita Martins
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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ilustração - Freepik

Queda no número de exames de Papanicolau realizados pode significar um aumento no número de casos de câncer de colo de útero nos próximos anos. O diagnóstico precoce salva vidas. Cerca de 6 mil mulheres morrem por ano, vítimas de uma doença evitável

O INCA – Instituto Nacional de Câncer alertou recentemente sobre a queda no número de exames de Papanicolau, também conhecido como preventivo ou citologia cervical, que detectam alterações nas células do colo do útero. Entre 2019 e 2021, cerca de 2 milhões de mulheres deixaram de procurar pelo exame.

A principal causa do câncer de colo uterino é uma infecção persistente por alguns tipos do vírus HPV, o papiloma vírus humano. “Durante a pandemia por Covid-19 houve uma queda expressiva no número de exames de Papanicolau realizados, que são essenciais para detectar a doença em estágio inicial”, diz Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

O ideal é que esse exame seja feito, a partir dos 25 anos, pelas mulheres que já iniciaram a vida sexual. Um outro aliado é a vacinação contra o vírus HPV, que começou no sistema público brasileiro na década passada, inicialmente apenas para meninas, e atualmente abrange meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos. “Mesmo com a vacina contra o HPV, a mulher adulta precisa manter a rotina do preventivo, um exame simples que rastreia essa que é a terceira maior causa de câncer em mulheres no Brasil”, afirma o Dr. Klock. A vacina contra HPV também protege contra tumores de vagina, pênis, região anal, boca e garganta.

Nos últimos anos, laboratórios associados a Sociedade Brasileira de Patologia, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, têm participado de uma iniciativa em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas para agilizar exames que detectam a doença em mulheres indígenas de 25 a 64 anos. A iniciativa começou em 2021, por meio de um projeto-piloto na região Norte do Brasil. Até 2030, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem traçado metas para tentar erradicar o câncer de colo de útero globalmente.

De acordo com o INCA, em 2021 apenas 5 estados mantiveram a média de exames de Papanicolau que era feita antes da pandemia: 4 deles na Região Norte e Sergipe, no Nordeste.

Procura pelo exame caiu no Sudeste

A queda na realização dos exames de Papanicolau foi significativa na Região Sudeste. Em São Paulo, dos 1.661.509 exames de Papanicolau realizados em 2019, baixou para 1.435.318 exames feitos em 2021. Em Minas Gerais, foram 828.025 exames preventivos em 2019 e, em 2021, o número caiu para 683.505 exames. Já no Espírito Santo, foram registrados 185.244 exames de Papanicolau em 2019, enquanto em 2021, a quantidade de exames feitos foi de apenas 126.771.

O atraso no diagnóstico é uma das razões para o Brasil ter uma taxa de mortalidade tão alta, de cerca de 6 mil mortes por ano por causa do câncer de colo de útero. E a previsão para 2023 é de 17 mil novos casos da doença.

“O câncer do colo do útero caracteriza-se por ter um desenvolvimento lento e que, no início, quase não tem sintomas. Por isso, ressalto a importância do exame preventivo, pois somente pela análise das células podemos diagnosticar alterações nas fases iniciais”, enfatiza o Dr. Klock.

Os sintomas surgem apenas quando esse câncer já está em um estágio mais avançado. Nesse caso, os sinais são sangramento vaginal, dores na região pélvica e na virilha, alterações urinárias e intestinais e secreção vaginal com odor desagradável. Em caso de qualquer sintoma ou dúvida, vale procurar o médico.

Sobre a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)

Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia, que em 2022 chega a sua 33ª edição. A SBP também produz o jornal “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.


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