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Estudo explica aumento de complicações nos preenchimentos faciais no Brasil

  • Segunda, 12 Dezembro 2022 12:25
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Flávia Vargas Ghiurghi
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Cerca de 90% das queixas no Conselho Regional de Medicina são relativas a erros em procedimentos estéticos

De acordo com dados da Aesthetic Medicine Market Size & Growth, elaborado pela empresa americana Grand View Research, o setor de procedimentos estéticos foi avaliado em US$ 99,1 bi no ano passado.

E, segundo relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), foram realizados, em 2020, 1.306.902 procedimentos de cirurgia plástica estética no Brasil.

A estimativa de crescimento da área entre 2022 e 2030 é de 14,5% no faturamento, sendo que, dentre os tratamentos estéticos, a harmonização facial é uma das maiores responsáveis pelo incremento.

Crescem os procedimentos, mas também as complicações

Um dos principais motivos deste aumento é a popularização dos procedimentos estéticos, em especial, no rosto, como o preenchimento facial, que envolve a injeção de uma substância sob a pele (normalmente, o ácido hialurônico) com o intuito de gerar volume e preencher depressões no rosto que costumam aparecer com o envelhecimento.

O problema é que, paralelamente, tem crescido também o número de complicações decorrentes destes procedimentos. Um dos principais motivos: muitos especialistas de outras áreas, que não são médicos, ou médicos sem especialização em cirurgia plástica ou dermatologia, estão realizando tratamentos estéticos.

“A maioria dos procedimentos possuem, em geral, baixo risco, desde que sejam realizados por médicos com especialização comprovada e com título de especialista nas sociedades regulamentadas pela AMB (Associação Médica Brasileira)”, afirma Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

Um estudo publicado na revista Plastic and Reconstructive Surgery levantou dados em 19 Estados brasileiros ao longo de 2020. Foi relatado um total de 47.360 procedimentos de preenchimento facial e 1.032 complicações, sendo que, destas complicações, 550 episódios ocorreram nas mãos de profissionais que não eram médicos, correspondendo a mais da metade do total de complicações, e a 1,16% do total de procedimentos.

As complicações identificadas pelo estudo foram nódulos e edemas na região da aplicação (63% e 62%, respectivamente) e infecções tardias (25%). Também foram relatados casos de oclusão arterial e formação de úlceras.

A área abaixo dos olhos, que tem um tecido mais delicado, registrou 70% dos edemas. “Neste caso, por exemplo, um profissional que não seja habilitado pode errar o plano anatômico e a quantidade de substância a ser aplicada, usando um volume maior do que o apropriado e aumentando a chance de complicações. Daí a importância de atuar com volumes menores, em aplicações graduais, para diminuir a chance dessas reações”, pontua Luis Maatz.

Como realizar o procedimento com segurança

Os profissionais habilitados para procedimentos estéticos são os cirurgiões plásticos e dermatologistas. “Para cirurgias plásticas, somente o próprio cirurgião plástico. Há muitos médicos ou outros profissionais (como dentistas, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas) que se intitulam especialistas em estética, mas não possuem formação para realizar os procedimentos de forma adequada e segura. Para minimizar os riscos, garanta que seu médico seja realmente especialista (você pode verificar essa informação nos sites da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e na Sociedade Brasileira de Dermatologia)”.

As complicações, geralmente, ocorrem em procedimentos realizados por profissionais que não possuem qualificação, em ambiente impróprio e com produtos ou técnicas inadequadas. “Cerca de 90% dos casos de queixas no Conselho Regional de Medicina (CRM), por possíveis erros em procedimentos estéticos, são contra profissionais que não são especialistas em cirurgia plástica ou dermatologia. Se expandirmos os números para as queixas em geral, incluindo os profissionais não-médicos que se aventuram em realizar os procedimentos estéticos, chegaremos a uma parcela maior ainda”, finaliza Luis Maatz.


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