SEGS Portal Nacional

Saúde

Dezembro Vermelho alerta para prevenção da Aids

  • Terça, 21 Dezembro 2021 10:51
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Luiza Maia
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
  • Imprimir

Especialista do Hospital São José explica a diferença entre Aids e HIV, as formas de tratamento e os mitos e as verdades sobre a doença

Neste mês é realizada a campanha do "Dezembro Vermelho", que procura conscientizar a população a respeito da prevenção da doença AIDS, causada pelo HIV. Segundo a UNAIDS, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, cerca de 1,5 milhão de pessoas contraíram HIV em 2020 em todo o mundo, comparado a 3 milhões de pessoas no ano de 1997.

O HIV é um vírus que, se não tratado adequadamente, pode desenvolver Aids, uma síndrome caracterizada por baixa imunidade e desenvolvimento de doenças oportunistas. A transmissão dessa enfermidade ocorre através do contato com sangue e outros líquidos corpóreos, como sêmen, secreções vaginais de mãe para o filho durante a gestação, parto e também durante a amamentação. Outra forma de transmissão é o compartilhamento de seringas, agulhas e canudos entre usuários de drogas.

Ações após exposição ao vírus

Segundo a Dra. Bianca Ferreira Fonte, Médica Infectologista do Hospital São José, de Teresópolis, após o contato com o HIV, é de extrema importância procurar um serviço de saúde o mais precocemente possível, em no máximo 72 horas. “Em caso de exposição sexual, a pessoa deve procurar atendimento na emergência, onde serão realizados testes rápidos para HIV, Hepatite B e C e Sífilis. Lá são ofertados os medicamentos para início imediato de tratamento e, posteriormente, o paciente será encaminhado para o local onde dará continuidade ao tratamento”, explica a médica, reforçando que esse tipo de acolhimento é um direito do cidadão e deve ser obrigatoriamente realizado para todos os casos de exposição sexual, mesmo que consentida.

Já em episódios de acidente com objeto perfurocortante, aqueles que sofrem esse tipo de exposição, ou que estejam em qualquer contato com sangue de outra pessoa, em qualquer situação, devem procurar a emergência em até 72 horas após o ocorrido.

Em todas essas situações, serão realizados os testes no dia do atendimento, com a finalidade de conhecer a sorologia da pessoa exposta e de realizar as medidas necessárias para evitar a transmissão da doença. É recomendada a testagem para o HIV 30 dias após o acontecimento. “Existe o que chamamos de “janela imunológica”, que é o tempo que demora entre a exposição e a soroconversão, que é o resultado aparecer positivo no exame. Mesmo se a pessoa tiver contraído o HIV durante a exposição, o teste seria negativo naquele momento, porque demora cerca de 30 dias para a detecção no exame. Por isso tem que retornar para fazer os testes de novo”, explica a infectologista.

Tratamentos

Há diversos esquemas antirretrovirais ofertados gratuitamente pelo Ministério da Saúde que garantem qualidade de tratamento e de vida para a pessoa que vive com HIV. A Dra. Bianca lembra que apesar do HIV não possuir cura, existe o tratamento. “A maioria das pessoas que vive com esse diagnóstico, se tiver acesso aos medicamentos e ingerir corretamente, não desenvolverá Aids. O mais dolorido de tudo isso é a discriminação que, infelizmente, ainda existe em pleno 2021. Por causa desse preconceito, muitas pessoas são segregadas dos serviços de saúde, não têm acesso aos exames, fazem o diagnóstico tardio ou demoram para receber os medicamentos e, quando chegam, já estão doentes de Aids e com poucas chances de tratamento. Por isso é importante estar bem informado e procurar ajuda.”, complementa a especialista.

Prevenção

Para evitar a transmissão da Aids, existem várias formas de prevenção, entre elas: o uso de preservativo, que previne o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST); o não compartilhamento de seringas, agulhas e canudos por pessas que usam drogas; a PREP (Profilaxia Pré-Exposição), ou seja, uso de medicamentos específicos antes da relação sexual para prevenir o HIV; e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), que consiste no uso de medicamentos específicos após a relação, também previnindo somente o HIV.

Uma informação importante, mas talvez não muito conhecida, é que pessoas portadoras do HIV, quando fazem o uso correto dos medicamentos antirretrovirais, conseguem manter o controle da carga viral (do HIV) e ficam indetectáveis, ou seja, controlam a multiplicação do vírus e ele não circula no corpo. “Dessa forma, a pessoa com a carga viral indetectável por mais de 6 meses não transmite o vírus. A exceção, nestes casos, é do leite materno, pois mesmo a mãe ou lactante estando com a carga viral indetectável, a amamentação é contraindicada”, explica a médica.

Mitos e verdades sobre a doença

Apesar de diversas campanhas de conscientização sobre a doença, muitas informações sobre HIV/AIDS ainda não são claras para todos, restando dúvidas sobre o que é mito e o que é verdade. Confira a seguir:

- Beijo na boca transmite HIV? MITO

O HIV não é transmitido por saliva, suor, urina, talheres, toalhas e sabonetes.

- Uma gestante com HIV pode gerar um filho sem HIV? VERDADE

Com o tratamento correto e a gestante mantendo sua carga viral indetectável, a chance de transmissão para o bebê é mínima. E o parto normal (vaginal) também não é contraindicado.

- Não tem problema outra mulher amamentar meu filho. MITO (GRAVE)

Isso é o que chamamos de “Amamentação cruzada” e é um risco para o bebê. A amamentação cruzada é sempre contraindicada, principalmente quando a mulher vive com o HIV, mesmo estando com a carga viral indetectável. Ninguém pode ter certeza da sorologia da outra pessoa, mesmo que seja alguém de sua confiança, então essa prática é absolutamente contraindicada. O principal risco da amamentação cruzada é a contaminação do bebê com doenças que passam pelo leite materno, como HIV e HTLV.

- Quem tem HIV não precisa usar camisinha se o parceiro também tiver o vírus? DEPENDE

Tecnicamente falando, se ambos estiverem com a carga viral indetectável há mais de 6 meses, partindo da informação que indetectável é o mesmo que intransmissível, eles podem optar pelo não uso do preservativo. Porém, se um dos dois não estiver com a carga viral indetectável, ambos devem usar preservativo, pois o vírus presente sofre mutações quando há uso irregular dos antirretrovirais e o parceiro indetectável pode contrair o HIV com essas modificações. No entanto, é importante lembrar que o preservativo, além do HIV, protege de outras infecções sexualmente transmissíveis e, por isso, seu uso é sempre recomendado.

- É possível pegar HIV através do sexo oral? DEPENDE

Se houver ejaculação dentro da boca ou caso haja alguma inflamação ou lesão vaginal, há grande risco de contrair o HIV e muitas outras infecções sexualmente transmissíveis. Se não houver, o risco é mínimo. Ressaltando que, se a pessoa que vive com o HIV mantém carga viral indetectável por mais de 6 meses, o vírus também não será transmitido dessa forma.

- Trabalhos como tatuador, manicure ou dentista podem acabar transmitindo a doença através do material que usam? VERDADE

É de extrema importância que tais profissionais sigam as orientações de biossegurança e utilizem materiais esterilizados. Há risco de transmissão não só do HIV, como também de hepatites B e C.


Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
 

<::::::::::::::::::::>

 

 

+SAUDE ::

Dez 19, 2025 Saúde

Cuidados com as doenças autoimunes no verão

Dez 19, 2025 Saúde

Festas de Fim de Ano e Obesidade: Quando a Bariátrica…

Dez 19, 2025 Saúde

HIV/Aids: especialistas explicam a importância da…

Dez 18, 2025 Saúde

Pós sol vai além da hidratação: por que restaurar a…

Dez 18, 2025 Saúde

Viagens de verão exigem cuidados com a saúde vascular

Dez 18, 2025 Saúde

Dezembro Vermelho: 5 curiosidades que você precisa…

Dez 17, 2025 Saúde

Festas de fim de ano: como preparar o intestino para…

Dez 17, 2025 Saúde

Baixa procura dos homens por atendimento médico aumenta…

Dez 17, 2025 Saúde

Verão: Impulso oferece às marcas possibilidade de…

Dez 16, 2025 Saúde

Magnésio e fígado gorduroso: novos estudos mostram como…

Dez 16, 2025 Saúde

Verão mais quente e chuvas intensas aceleram a…

Dez 16, 2025 Saúde

Serotonina em alta: suplementos para equilíbrio…

Dez 15, 2025 Saúde

Escarlatina e o impacto na saúde bucal

Dez 15, 2025 Saúde

Vitiligo: uma condição de pele com impactos que vão…

Dez 15, 2025 Saúde

Você já ouviu falar em cinesiofobia? Medo de sentir dor…

Dez 12, 2025 Saúde

Pesquisa revela relação entre problema de saúde oral e…

Mais SAUDE>>

Copyright ©2025 SEGS Portal Nacional de Seguros, Saúde, Info, Ti, Educação


main version