Especialista fala sobre a importância do contato pele a pele entre a família e o recém-nascido de baixo peso
O Dia da Prematuridade (17 de novembro) chama a atenção para a ‘Separação Zero’ entre familiares e bebê durante a internação em UTI Neonatal
Na semana marcada pelo dia da Prematuridade (17 de novembro), estudos publicados na Biblioteca Cochrane (especializada em dados científicos) ressaltam a importância do método canguru (Kanguru mother care no inglês) e o contato pele a pele para o desenvolvimento do bebê recém-nascido de baixo peso. Conforme as informações do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), o Brasil ocupa a 10ª posição entre as nações onde são registrados mais casos de nascimentos de prematuros.
A campanha desse ano leva o tema ‘Separação Zero’ e visa garantir o resgate da proximidade entre bebês prematuros e a família, especialmente, no pós-pandemia, em que diversas maternidades reduziram as visitas. Nicole Gianini, coordenadora do Centro de Tratamento Intensivo Neonatal (CETRIN) do Hospital e Maternidade Santa Lúcia, no Rio de Janeiro, fala um pouco mais sobre o tema.
A especialista explica que, na Santa Lúcia, mesmo durante o auge da pandemia, houve uma organização estrutural para que os bebês ficassem o máximo de tempo junto de dos seus pais. “Os dados científicos nos apontam que há todo um diferencial no processo de evolução clínica dos bebês, que recebem o contato do toque de seus pais. O não separar a família é uma estratégia que só traz benefícios, a exemplo de menores taxas de infecções, redução de ventilação mecânica, aumento da temperatura corporal e redução da dor”, observa a médica que leva no currículo mais de 30 anos de experiência e defende a separação zero das mães e o total acesso dos pais.
Gianini reforça ainda que, dependendo da situação, é avaliada também uma outra visitação, que poderá ser de alguém da rede de apoio da criança, irmãos, entre outros. “O bebê, em muitas situações, já reconhece a voz dos seus familiares e, mesmo a mãe tendo o ingrediente que faz toda a diferença, que é o leite materno, a presença do pai fortalece ainda mais o vínculo familiar. Nenhum tratamento supera a presença das pessoas mais importantes na vida desses pequenos”, enfatiza.
Sobre o método Canguru
De acordo com a especialista, trata-se de um modelo assistencial ao recém-nascido prematuro e a família, que permite o contato pele a pele o mais precoce possível. Nas fases iniciais, os pais tocam os filhos e, na sequência, as equipes de saúde orientam a posição canguru. “É um processo gradativo e crescente. Os pais precisam ter estímulo para tocar no bebê e colocá-lo na posição Canguru, o quanto antes, pelo maior tempo possível”, observa.
O Hospital e Maternidade Santa Lúcia faz parte da Rede Americas, no Rio de Janeiro e conta 80 leitos, entre eles o CTI adulto e o Centro do Terapia Intensiva Neonatal (CETRIN), dedicado ao atendimento de recém-nascidos de alto risco ou prematuros que necessitam de cuidados especiais, 24 horas por dia. Só no ano de 2021, mais de 150 altas de bebês de baixo peso e prematuros foram celebradas pelas equipes da instituição.
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