Marcas Quase Invisíveis (Cicatrizes)
Cirurgiã plástica Suzy Vieira fala sobre aspectos que podem influenciar a boa cicatrização da pele
Quem diante de uma cirurgia, seja ela por motivo estético ou saúde, ou algum acidente que deixe um trauma na pele, não questionou sobre como ficaria a cicatriz? Segundo a cirurgiã plástica Suzy Vieira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Brasileira de Laser, não existe cirurgia que não resulte na presença delas. Entretanto, é possível se obter uma cicatrização que a torne quase que imperceptível. “Elas são a resposta natural do organismo a qualquer trauma que cause uma lesão com perda de continuidade da pele, porém, em uma cirurgia plástica, planejamos seu posicionamento em local mais oculto possível, utilizamos materiais especiais visando um aspecto mais delicado e discreto”, explica.
De acordo com a especialista, uma cicatriz é considerada estética quando apresenta um bom aspecto visual: coloração e textura semelhantes ao da pele que a circunda, tem espessura fina, é plana e regular. Por outro lado, a cicatriz inestética normalmente é alta, larga, com cor e textura diferentes da pele ao redor e, por este motivo, chama atenção ao seu aspecto. Então elas podem apresentar quelóides (quando a cicatrização apresenta uma produção exagerada de colágeno pelos fibroblastos e, por este motivo não consegue cessar o processo de cicatrização após a cicatriz inicial); ou hipertrófica, (é mais elevada e espessa, porém tende a melhorar o seu aspecto espontaneamente).
Tipo de pele e alimentação
A maneira como a cicatriz irá se formar é afetada por uma série de aspectos, como etnia, genética e idade. Indivíduos de raças negra, orientais e mestiços têm mais tendência a cicatrizes inestéticas, em uma proporção 5 a 15 vezes maior do que um indivíduo de raça branca. “Nestas raças, caracteristicamente, a pele apresenta uma de suas camadas, a derme, mais espessa com tendência a maior produção de colágeno pelos fibroblastos. A derme espessa proporciona uma pele mais forte, mais densa, menos flácida, porém a cicatriz resultante também tende a ser mais espessa e endurecida”, comenta Suzy Vieira.
Regiões do corpo com pele mais espessa, como o dorso, áreas de dobras e aquelas sujeitas à tensão frequente tendem a apresentar cicatrizes de pior aspecto, geralmente alargadas. Quanto aos quelóides, áreas, como dorso, o tórax, a região dos deltóides (nos braços) orelhas, possuem mais chance de apresentá-los. “Cicatrizes em áreas de grande movimentação, como ombro e joelho, tendem a alargar em decorrência da tensão que as acomete. Quanto mais se evitar esforço sobre a cicatriz melhor será o seu aspecto”, explica a especialista.
O estado nutricional da pessoa é outro fator que pode influenciar no aspecto da cicatriz. Quem não ingere quantidades adequadas de proteínas, vitaminas e outros minerais, pode sofrer com a dificuldade de cicatrização e até a abertura da ferida, tornado o processo mais demorado e o resultado final de mau aspecto.
Cuidados
Para ter um bom aspecto, o processo de cicatrização necessita evoluir sem infecções e, para tanto, a cicatriz deve ser adequadamente limpa e higienizada durante seu processo de formação.
Manter a hidratação da pele é outro cuidado que faz toda a diferença no aspecto da cicatriz. Para isso, vale massagear a cicatriz com hidratantes ou óleos, como o de amêndoas doces. “Peles ressecadas, maltratadas, pessoas desnutridas e com deficiência de proteína têm dificuldade de cicatrizar além de um aspecto pior das suas cicatrizes”, acrescenta Suzy Vieira.
Outro aspecto importante para melhorar a aparência da cicatriz, é a compressão sobre ela. Daí a importância do uso de cintas, faixas ou elementos que gerem uma pressão contínua sobre a cicatriz, para mantê-la mais plana e com melhor coloração. “Deve-se também evitar o sol por no mínimo seis meses para diminuir a chance de hiperpigmentação, escurecimento da cicatriz”, indica a cirurgiã plástica.
Sobre a Dra. Suzy Vieira
Cirurgiã plástica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Brasileira de Laser, mestre em cirurgia plástica pela USP, atua nas áreas de cirurgia estética, reparadora e cosmiatria.
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