A obesidade infantil vem sendo debatida pela Organização Mundial de Saúde, principalmente nos últimos anos. Em 2019, um levantamento realizado pelo IBGE aponta que uma em cada três crianças está acima do peso, no Brasil. Com a pandemia e as suas rotinas afetadas, a atenção precisa ser redobrada quando o assunto é a saúde dos pequenos. De acordo com a psicóloga da Perinatal, Helena Aguiar, diversas questões podem impactar no bem-estar nesse momento. "É comum que haja a combinação de fatores genéticos, má alimentação, sedentarismo, ansiedade e até mesmo depressão". A especialista explica que é comum as crianças ficarem ansiosas quando percebem a preocupação dos adultos. "É muito importante que os pais observem o comportamento do filho e tente conversar com ele. Se está comendo demais, ou de menos, dormindo demais, ou de menos, parecendo mais calado, mais retraído. Tudo pode ser um sinal de dificuldade para lidar com as diversas adaptações que esse período tem exigido", explica.

Durante a pandemia, exercícios e atividades físicas sofreram um impacto na vida de todos, inclusive dos pequenos. Segundo a Graziela Siqueira, nutricionista materno infantil da Perinatal, a limitação da prática de esportes e brincadeiras ao ar livre foi um ponto desfavorável à saúde das crianças, principalmente pela ausência do gasto energético. Por conta desse déficit, a profissional reforça os cuidados na hora de comer. "Os pais devem se esforçar em manter uma rotina alimentar, não abrindo mão das refeições por alimentos sem densidade nutricional e com excesso de calorias. A oferta de frutas, legumes e verduras continua sendo a melhor influência alimentar dentro e fora do contexto familiar".

Ficar atento aos sinais e dialogar é fundamental nesse momento. "É importante que os pais estabeleçam uma comunicação honesta. Mesmo as crianças pequenas são muito sensíveis, percebem quando a mãe está triste, preocupada". Para Helena Aguiar, psicóloga, tentar negar esses sentimentos pode deixar a criança confusa e com vergonha dos seus sentimentos, como se fossem errados. "Quando a criança (e o adulto também) entende o que está sentindo, poderá buscar formas mais eficazes para lidar com suas emoções, e não precisará de medidas mais nocivas para extravasar", pontua.

De acordo com a nutricionista materno infantil, Graziela Siqueira, outro ponto que pode auxiliar os pais é buscar manter a rotina de estudo, leitura, diversão e divisão das tarefas domésticas . "Manter a disciplina dentro de uma rotina, recentemente modificada, é um desafio para as famílias. Pais são os maiores e melhores espelhos!"