Lições da terceira idade
Judi Dench, Maggie Smith, Eileen Atkins e Joan Plowright são quatro referências das artes dramáticas da Inglaterra. Todas elas receberam o título de Damas da Coroa britânica pelos serviços prestados à cultura. Cada uma delas, com suas características próprias, representa aspectos essenciais do universo dos palcos e das câmaras.
O documentário “Chá com as Damas”, dirigido por Roger Michell, inova pelo simples fato de fazer o elementar. Filme as quatro conversando em uma casa de campo. E dali é possível retirar observações delicadas e poéticas sobre diversos lados da vida, principalmente sobre a velhice e as suas consequências, como a perda da visão e da audição.
Também há diálogos sobre a falta de papeis para pessoas mais velhas e sobre a importância da beleza e do sex appeal para o sucesso na carreira. E tudo transcorre de maneira muito bem-humorada, como apenas divas desse gabarito conseguem fazer. Ao refletirem sobre si mesmas, elas nos ajudam a pensar sobre o que a passagem do tempo causa em cada pessoa.
O filme traz, em seu finalzinho, um pedido do diretor: o que cada uma diria para os mais jovens? Nesse momento, a magia das atrizes se descortina, abrindo espaço para a grandeza humana. É um instante fugaz de plena sinceridade e de coração aberto, que nos ensina a sermos cada vez melhores enquanto cidadãos e seres humanos.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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